Movimento quer levar “Nísia Trindade Fica!” à 17ª. Conferência de Saúde
Conferência Nacional de Saúde começa
no próximo domingo, dia 2, com movimento de defesa da ministra da Saúde, Nísia
Trindade, contra ataques do Centrão.
por Cezar Xavier
Publicado 28/06/2023 08:51 | Editado 28/06/2023 07:04
Militantes da saúde e delegados à
17ª. Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, reuniram-se nesta segunda
(26), numa plenária online para discutir a mobilização para o encontro histórico
que deve começar no próximo domingo (2) e segue até a quarta-feira (5), em
Brasília (DF). A 17ª. edição do evento pode chegar a 7 mil delegados e
convidados, sob o tema “Garantir Direitos, defender o SUS, a Vida e a
Democracia – Amanhã vai ser outro dia!”.
Uma das principais pautas debatidas
durante a plenária pela maioria dos delegados que participaram foi a defesa da
ministra da Saúde, Nísia Trindade, ex-presidenta da Fundação Osvaldo Cruz
(FioCruz). A titular da Saúde é ‘alvo de fritura’ pelo Centrão, que anseia pela
pasta e pressiona o Governo para apoiar seus projetos no Congresso. O nome
cotado para substituí-la, segundo as especulações, seria o deputado Luizinho
(PP), próximo a Arthur Lira e secretário de Saúde do governo Cláudio Castro
(RJ).
O Ministério da Saúde é considerado
um ‘bife suculento’ para o Centrão pela dimensão do orçamento e impacto
político de suas realizações. Fontes anônimas na imprensa têm acusado a
ministra de “não ter entregado nada”. A ministra não sofre ataque por eventuais
defeitos, mas pela qualidade do controle rígido que mantém sobre o
orçamento.
Leia também: Diretor-geral da OMS diz que escolha de Nísia para a
Saúde é “excelente”
A deputada federal e médica, Jandira
Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das vozes que se manifestaram, na internet, em
defesa da ministra. “Nísia Trindade tem uma das mais árduas tarefas do governo
Lula, pois além de reconstruir o SUS e ampliar o acesso da população à saúde,
precisa lidar com matérias que buscam atingi-la atendendo a interesses pouco
declarados, mas conhecidos”, diz ela sobre a tentativa de
desestabilização.
Jandira ainda pontua as entregas de
Nísia, que, “em tão pouco tempo”, assegurou a volta das campanhas de vacinação,
valorizou os cuidados da Atenção Primária, recupera políticas públicas,
trabalha firme na criação do Complexo Industrial da Saúde e vem construindo uma
qualificada relação com o Congresso Nacional. “Seu trabalho à frente da Fiocruz
foi essencial para o Brasil, assim como sua gestão à frente da Saúde Pública
está sendo transformadora. Nísia fica!”, completou ela.
Militantes da saúde e delegados à
17ª. Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, reuniram-se nesta segunda
(26), numa plenária online para discutir a mobilização para o encontro histórico
que deve começar no próximo domingo (2) e segue até a quarta-feira (5), em
Brasília (DF). A 17ª. edição do evento pode chegar a 7 mil delegados e
convidados, sob o tema “Garantir Direitos, defender o SUS, a Vida e a
Democracia – Amanhã vai ser outro dia!”.
Uma das principais pautas debatidas
durante a plenária pela maioria dos delegados que participaram foi a defesa da
ministra da Saúde, Nísia Trindade, ex-presidenta da Fundação Osvaldo Cruz
(FioCruz). A titular da Saúde é ‘alvo de fritura’ pelo Centrão, que anseia pela
pasta e pressiona o Governo para apoiar seus projetos no Congresso. O nome
cotado para substituí-la, segundo as especulações, seria o deputado Luizinho
(PP), próximo a Arthur Lira e secretário de Saúde do governo Cláudio Castro
(RJ).
O Ministério da Saúde é considerado
um ‘bife suculento’ para o Centrão pela dimensão do orçamento e impacto
político de suas realizações. Fontes anônimas na imprensa têm acusado a
ministra de “não ter entregado nada”. A ministra não sofre ataque por eventuais
defeitos, mas pela qualidade do controle rígido que mantém sobre o
orçamento.
Leia também: Diretor-geral da OMS diz que escolha de Nísia para a
Saúde é “excelente”
A deputada federal e médica, Jandira
Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das vozes que se manifestaram, na internet, em
defesa da ministra. “Nísia Trindade tem uma das mais árduas tarefas do governo
Lula, pois além de reconstruir o SUS e ampliar o acesso da população à saúde,
precisa lidar com matérias que buscam atingi-la atendendo a interesses pouco
declarados, mas conhecidos”, diz ela sobre a tentativa de
desestabilização.
Jandira ainda pontua as entregas de
Nísia, que, “em tão pouco tempo”, assegurou a volta das campanhas de vacinação,
valorizou os cuidados da Atenção Primária, recupera políticas públicas,
trabalha firme na criação do Complexo Industrial da Saúde e vem construindo uma
qualificada relação com o Congresso Nacional. “Seu trabalho à frente da Fiocruz
foi essencial para o Brasil, assim como sua gestão à frente da Saúde Pública
está sendo transformadora. Nísia fica!”, completou ela.
+Nísia é +SUS
A plenária foi uma iniciativa do
Movimento Nacional Saúde pela Democracia +SUS é +Brasil. Entidades de
movimentos sociais como sindicalistas, militantes da luta por moradia),
movimento de juventude, de combate ao racismo e de mulheres, participaram do
debate, assim como cerca de 200 militantes de partidos como PCdoB, PDT, PSB,
conselheiros de Saúde, gestores e profissionais de saúde, entre outros não
filiados a partidos.
Leia também: Nísia Trindade assina ‘revogaço’ de medidas que ferem
ciência e direitos humanos
Getúlio Vargas, presidente da Conam,
pontuou a importância que esta 17a. CNS terá na defesa da ministra Nísia, sob
ataque de setores políticos que querem o controle dos recursos do Ministério.
“Nísia não é de partido, mas representa a ciência, a FioCruz e o SUS n
Ministério da Saúde após um período sombrio de negacionismo
bolsonarista”.
Para Getúlio, a 17ª CNS também tem o
papel de reafirmar a pauta do Governo Lula “e o programa vitorioso e de
resistência do último período, que tem o DNA desses movimentos”, e foi eleito
em 2022.
Vanja Santos, da UBM, salientou os
desafios que devem estar postos a partir de domingo. Na opinião dela, as
conferências nos estados e municípios encontraram muita resistência nas
mudanças e até fascismo no debate sobre o SUS.
A militante feminista afirmou como o
bolsonarismo continua presente nos debates sociais, buscando “escamotear” os
debates propostos nos eixos da Conferência. “As mulheres brasileiras são as
mais atacadas nos seus direitos sexuais e reprodutivos”, diz ela.
Leia também: Ministra da Saúde, Nísia Trindade, é respaldada pelo
Conass
Vitória Davi, liderança da juventude,
afirmou que “não podemos nos enganar”. “A reconstrução do SUS é um
enfrentamento contra as forças deles”, disse ela, enfatizando que a 17a. CNS
vem com muita força.
Conceição Silva (PE), da
Unegro, também considera a Conferência histórica por representar a
retomada da democracia e a reconstrução do SUS, “após o caos sanitarista que
levou a muitas vidas perdidas”. Ela lembrou como a população negra sofre
primeiro as vulnerabilidades da saúde e da miséria.
A farmacêutica e liderança de
mulheres, Jussara Cony, falou do significado da amplitude deste momento da
plenária para traduzir para a conferência a necessidade de conquistar muita
gente para o movimento e “fazer o enfrentamento do veneno fascista”.
“Somos a maioria das usuárias e
trabalhadoras, e quem mais sofre quando acontecem retrocessos. Por isso, mesmo,
temos um caso de amor com o SUS”, disse ela sobre as mulheres. Ela falou de seu
sonho de uma Universidade do SUS e da necessidade de fortalecer Nísia.
Leia também: 17ª Conferência de Saúde mobiliza mais de um milhão de pessoas
Mario Kato considera que é preciso
politizar propostas e ser claros para conquistar adesão. Ele defendeu a
necessidade de falar com muita clareza sobre a disputa no Banco Central que faz
com que 46% do orçamento sejam dedicados para amortização da dívida, deixando
3,3% para saúde. Para ele, Nísia representa a reconstrução do SUS após a
“catástrofe”. Para ele, ela sofre ataques por ser uma mulher competente.
A relatora da plenária Francisca
Valda lembrou que temos um Congresso que trabalha para o outro projeto,
por meio de chantagem e sabotagem, com apoio da mídia corporativa para promover
uma agenda desumana.
Lastrear e referendar propostas
O ex-conselheiro de Saúde e
farmacêutico, Ronald Santos, ressaltou a potência que a saúde tem de mobilizar
a sociedade e confrontar ideias. Ele leu e comentou as ideias expostas no
Manifesto aprovado em conferência livre, com um conjunto de proposições que
foram consenso nas tarefas da saúde.
Leia também: Conferência Livre ‘Saúde pela Democracia’ aprova
propostas
“Propostas que precisam ganhar as
bases e territórios para enfrentar esse tempo. São o que acumulamos até o
momento e que pretendemos articular nesta reunião de trabalho”, pontuou o
sindicalista da Fenafar (Federação Nacional de Farmacêuticos).
Ronald, então, fez uma apresentação
das propostas levantadas e expressas no Manifesto do Movimento Nacional Saúde
pela Democracia. Para ele, a plenária tem o objetivo de mostrar o que foi
acumulado como grandes consensos “para lastrear e referendar com força social e
política, pois não basta apenas ter as melhores ideias”.
Ele lembrou que mais de dois milhões
de brasileiros se mobilizaram em torno deste debate nas conferências por todo o
país. Entre as propostas, ele resumiu a necessidade de discutir a locação das
riquezas e recursos, após um governo em que o orçamento secreto nada mais foi
que a disputa por eles. “Apontar um percentual é entrar na disputa
efetiva”, disse ele, sobre a proposta de elevar o piso mínimo para Ações e
Serviços Públicos de Saúde (ASPS) ao ponto de chegar a 6% do Produto Interno
Bruto.
Citou ainda a necessidade de reforçar
que SUS é integralidade e universalidade na prestação do serviços e saúde. Não
basta atender a todos, mas atender com integralidade. Mencionou a necessidade
de discutir o piso da enfermagem, como prioridade na valorização dos
profissionais.
Leia também: Conferência Nacional Livre de Saúde das Mulheres mobiliza
para a 17ª CNS
Para ele, é preciso fazer a população
entender com clareza a importância de baixar os juros. “O Brasil foi tomado de
assalto por parasitas rentistas. Os juros mais altos também são responsáveis
pelo crônico subfinanciamento do SUS”.
Ronald mencionou a necessidade de
tecnologia e indústria nacional, que ficou claro na pandemia, quando ficamos
sem máscaras, oxigênio e até antibióticos. Para isso, há a defesa do
desenvolvimento de um Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
“O racismo e o machismo são dilemas
estruturais que mais se expressaram no último período e exigiram enfrentamento
do SUS”, acrescentou. Os direitos das mulheres foram, segundo ele, uma barreira
enfrentada no SUS.
“É preciso ampliar a maioria social
em torno dessa agenda. Aglutinar força social e política a nosso movimento”,
enfatizou ele, pedindo a que cada um procure os parceiros de luta em todos os
partidos e mesmo fora deles.
Leia também: 100 dias: governo prioriza a Saúde e expande a atenção
básica, diz Nésio
“Os Grupos de trabalho da Conferência
têm momentos importantes para ter presença de diálogo com delegados de outras
forças políticas que podem se alinhar com nossas propostas”, sugeriu. Isso é
importante, para incorporar essa agenda com capilaridade e chegar à plenária
final de forma organizada.
“Temos a pretensão da construção de
maioria politica nos territórios”, reafirmou. “É preciso atrair todos que têm
um grau de convergência em torno da valorização do SUS, do trabalho e do
serviço público. Uma pauta que una, não divida”.
Ele também recomendou que todos levem
material que dê presença visual às propostas do movimento. Foi organizado um
grupo de Whatsapp para manter o diálogo entre os participantes ativo.
Leia o manifesto do Movimento Nacional Saúde pela Democracia +SUS é +Brasil
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