domingo, 31 de dezembro de 2017

CONFRATERNIZAÇÃO DO MOVIMENTO EM DEFESA DA MATA DO ENGENHO UCHOA.

CONFRATERNIZAÇÃO DO MOVIMENTO EM DEFESA DA MATA DO ENGENHO UCHOA.

O Movimento realizou sua confraternização de 2017 no dia 19 de dezembro.



















Foi no Galetus Churrascaria e Pizzaria (Av. Recife). Compareceram mais de 30 pessoas, amigos, lideranças, entidade feminista, diretores de escolas, ong, centrais e de sindicato, todos com seu quinhão de contribuição para o Movimento.


















O clima de alegria, motivado pelo espírito de luta e de resistência daqueles e daquelas que até ali se dirigiram, de quando em vez deu lugar a um hífen na narrativa da noite, com  a ausência física do Prof. Edmar Neto.

Mas, como hífen que separa dizendo que é para ligar, estava la na tela, produzida pelo projetor, a imagem daquele que participou assiduamente do Movimento, para aqueles que não o conheciam e para reforçar a lembrança da sua contribuição política e artística.


Mais um ano vai iniciar com hifens, separando e ligando ao mesmo tempo,registrando a ausência física e atos incorpóreos, na forma de trabalho, daqueles que deixaram o nosso convívio.






































E o Ano Novo terá inicio com o lançamento de mais um documento, produzido pelo Movimento, - Porque a Luta Continua - contextualizado a nível internacional, mostrando o desenrolar do processo de reivindicação do Parque Natural Rousinete Falcão.

A luta continua.


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sábado, 30 de dezembro de 2017

A Conam na luta por moradia, saúde e emprego para as comunidades!

A Conam na luta por moradia, saúde e emprego para as comunidades!

Soraya Maia
  

Em seu 14º Congresso, que aconteceu em setembro, em Recife, a entidade aprovou uma resolução combativa e elegeu um grande time de lideranças comunitárias e populares que irão conduzir a Conam no próximo período.

Com certeza todos os movimentos populares e frentes de atuação sofreram e estão sofrendo ataques do Governo Golpista de Temer, ou as consequências da crise política, econômica e institucional que o país vive. E é nas comunidades que os reflexos destes ataques da crise tem as piores consequências: seja com o desemprego histórico, com a falta de serviços públicos de qualidade, a violência urbana, os despejos e reintegrações forçadas.

O movimento comunitário pretende no próximo período atuar sobre um tripé bem demarcado. Historicamente a questão da moradia e do desenvolvimento urbano continua sendo uma temática central de atuação do movimento comunitário. A segunda questão de destaque para a Conam é a luta pela saúde e políticas sociais, que foram fortemente atacadas com a Emenda Constitucional 95/2016 que limita os investimentos públicos por 20 anos.

Se insere, nesta conjuntura uma terceira questão que se torna central para as comunidades: a luta pelo emprego digno, que dialogue com a retomada do crescimento, baseada em um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil. Com certeza no horizonte disto está a revogação da antirreforma trabalhista e da terceirização e a não aprovação da antirreforma da previdência.

Para garantir esta campanha a Conam e suas filiadas pretendem construir comitês, mobilizações e coleta de assinaturas, a partir de forte mobilização e diálogo nas comunidades e cidades, amplas frentes com outros parceiros como sindicatos, igrejas e comunidades escolares. É uma meta audaciosa, mas possível, pois, como escrevi antes, são nas comunidades onde mais tem se tem notado os efeitos da crise.

Conjuntura Internacional e Fórum Social Mundial
Recentemente, a Conam acompanhou a reunião da FCOC – Frente Continental de Organizações Comunitárias, que aconteceu em Cuba. Neste encontro houve amplo debate sobre a conjuntura internacional, principalmente da América Latina, da grande onda conservadora e da instabilidade democrática, fruto da ação imperialista, em aliança com setores da mídia e em alguns casos com parlamento e judiciário.

Em março no Fórum Social Mundial (FSM), em Salvador/BA, devemos aprofundar este debate. Também no FSM teremos encontro da Aliança Internacional de Habitantes, que vai promover um tribunal internacional contra os despejos, onde vamos avaliar o caso de comunidades que foram violadas, com a presença de entidade e organismos internacionais. A primeira reunião da nova diretoria da Conam deve acontecer também durante o FSM.

Luta pela democracia e por eleições em 2018
O ano da Conam e dos movimentos sociais começa em janeiro e mais uma vez em Porto Alegre. O julgamento de Lula é algo que vai mobilizar a esquerda e os movimentos populares. O ano de 2018 é um ano que devemos garantir a realização das eleições, claramente com o golpe em curso no país os setores golpistas não vão querer a retomada plena da democracia, muito menos a eleição de candidatos do campo progressista. Já lançaram ideias de mudar as regras do jogo, de instituir um modelo parlamentarista. Fica claro que o direito de Lula poder concorrer é garantir a democracia.

Aliás, esta eleição se desenha muito diferente das anteriores e em diversos aspectos. Neste sentido o movimento comunitário deve lançar ainda no final do primeiro semestre, através da Conam, uma carta com propostas e compromissos para os presidenciáveis, e cartas das federações estaduais para os candidatos aos governos estaduais. Isto já é uma tradição do movimento comunitário e vai se repetir em 2018, todos os documentos dialogando com as resoluções do Congresso da Conam.

Povo organizado e na luta
As comunidades perceberam que o reflexo do golpe e das eleições de 2016 em muitas cidades já se traduz como precarização de serviços e atendimento na saúde, educação e assistência social. Para que possamos dar respostas efetivas em 2018 aos desafios apresentados é fundamental avançar na organização e mobilização popular. Somente com povo nas ruas, fazendo a luta social, pressionando gestores e parlamento é que poderemos superar os grandes desafios impostos por esta conjuntura.

Vamos trabalhar para que a CONAM possa estar presente, através de sua diretoria e filiadas, e marque firme presença nas lutas sociais e populares neste desafiador ano de 2018 que se aproxima!

*Getúlio Vargas Júnior, 36 anos, é gestor público, presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) e membro do Comitê Central do PCdoB.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

XVII MOVIMENTO ECOLÓGICO EM PRÓ DA MATA DO ENGENHO UCHOA

XVII MOVIMENTO ECOLÓGICO EM PRÓ DA MATA DO ENGENHO UCHOA




Com sucesso, mais uma vez, a Escola Presidente Humberto Castello Branco realizou o seu XVII Movimento Ecológico. Foi num sábado, 18 / 11 / 2017.

A Escola todo ano, como estrutura do Movimento, promove um desfile e uma gincana. É um evento que dá sua contribuição ao Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa com uma visibilidade colorida e alegre, exposta pelo entusiasmo dos estudantes nas ruas.

O desfile vai às ruas com seis equipes: a Laranja, representando a Terra; a Verde, as florestas; a Branca, o ar; a Azul, as águas; a Vermelha, os animais e a Preta, o lixo.



Este ano o Movimento, com o tema BIOMAS: CULTIVAR E GUARDAR A CRIAÇÃO, fez o desfile da Escola promovedora do evento até à Escola Barão do Bonito, roteiro esse que incluiu os bairros de Tejipió, Barro e Areias.



Na Praça 4 de outubro, em frente à Escola Barão do Bonito foi feita  uma homenagem ao Professor Edmar Neto que deixou o nosso convívio no dia 09 / 11 / 2017. O registro da sua ausência física, porem com sua participação politica e artística bem presentes, é justificado pela sua atuação assídua no Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa como consequência da sua contribuição nos Movimentos Sociais desde 1979 o que não acontecerá mais, ficando a agradável lembrança da sua discreta contribuição. 

Da esquerda para direita:  Professora Elizângela, Professor Alan Nagipe, Priscila e Professora Edjane Bento (Tininha)

A gincana acontece com as equipes apresentando as tarefas preestabelecidas diante de uma mesa julgadora. Este ano os jurados foram quatro: Alan Nagipe, coreógrafo,Professor de dança de salão, jazz e ballroom dance; Edjane Bento, Professora de Educação Física do programa forças no esporte, coordenadora do programa vida saudável( adulto / idosos ), tradutora e intérprete em Libras; Elisângela Batista, Professora de Educação Física da Rede Estadual de Ensino e Priscila Câmara, fotógrafa e formada em publicidade e propaganda.

O resultado da Mesa Julgadora foi o seguinte:
1. Branco - 5300
2. Amarelo - 4145
3. Preto - 4145
4. Verde - 3720
5. Vermelho - 3665
6. Azul - 3440
7. Laranja - 3165.

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domingo, 24 de dezembro de 2017

A CONAM faz votos de Boas Festas e um Feliz 2018!



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Entidades pedem a Angela Merkel boicote à importação da soja brasileira

Entidades pedem a Angela Merkel boicote à importação da soja brasileira

Com apelo à chanceler alemã, organizações querem chamar atenção do mundo para violência do agronegócio sobre famílias camponesas no Brasil, como as que foram despejadas em Santa Catarina e no Paraná  http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/12/organizacoes-alemas-pedem-a-angela-merkel-boicote-as-importacoes-de-soja-brasileira



Fonte: Rede Brasil Atual
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

PORQUE A LUTA CONTINUA

PORQUE A LUTA CONTINUA
      
A Mata do Engenho Uchoa, remanescente de Mata Atlântica, das poucas áreas verdes localizada no perímetro urbano; em seus 192ha possui os três biomas, além de Mata Atlântica, Restinga e Mangue, reconhecida pela ONU como Reserva da Biosfera Mundial. A Mata tem em seu entorno 11 bairros com mais de 270 mil habitantes, que têm o privilégio de contemplar o verde e de usufruir de um clima ameno!

Através da luta, e da mobilização popular,  a Mata do Engenho Uchoa continua de pé, recebendo apoio das  instituições que o compõem, entre elas a Escola Presidente Humberto Castelo Branco que muito tem contribuído com a luta, inclusive foi às ruas no dia 18/11/2017, realizando o seu XVIII Desfile do Movimento Ecológico. Nossa luta já  obteve importantes conquistas: Instituição de um Conselho Gestor, Plano de Manejo  ( portaria da CPRH 049/2012 ), Ampliação de 20ha,  (responsabilidade do Estado)  recategorizados como Refúgio de Vida Silvestre, para 171ha ( decreto 39.938 de 11/10/2013 ); mas o objetivo principal do Movimento ainda não foi atingido  -  a implantação do Parque Natural Rousinete Falcão.

Infelizmente, não é apenas a Mata do Engenho Uchoa alvo de ameaças. O Meio Ambiente e o Planeta estão ameaçados com a ascensão ao poder de forças retrógradas haja visto a ameaça do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de retirar o seu pais do Acordo de Paris Sobre o Clima.
E no Brasil através de um golpe parlamentar, jurídico e midiático chegou ao poder um usurpador que atenta contra o povo e a soberania nacional com suas Contra Reformas e ataques à Amazônia com a publicação do Decreto de extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (RENCA) e a liberação da exploração. (Decreto anulado por pressão popular).

Os participantes do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa, Mata de grande importância para população do Recife, estão seriamente preocupados com o resultado do julgamento na Primeira Câmara de Direito Público onde os desembargadores: Ricardo Paes Barreto, Antenor Cardoso e José André deram vitória à Ação de Indenização por Desapropriação Indireta (nº 0038061-11.2002.817.0001) impetrada pelos  proprietários Mendonça Empreendimento Ltda. e o espólio de Lourival Gouveia de Melo que poderá causar um prejuízo de quase 300 milhões aos cofres públicos. Os desembargadores Jorge Américo e José Ivo votaram a favor do Munícipio e do interesse público.
O Movimento espera ver revertido esse equívoco: a usurpação do bem público; a Mata do Engenho Uchoa pertence, na verdade, ao povo recifense.

O Parque Natural Rousinete Falcão será um grande legado deixado, para nossa população.
No Governo Eduardo Campos a área foi ampliada de 20ha de sua responsabilidade para 171ha denominados: Refúgio de Vida Silvestre.
O prefeito Geraldo Júlio assumiu o compromisso com o Movimento e com a população da cidade do Recife, quando colocou no seu programa de governo a implantação do Parque!

A luta levará à vitória!

Recife precisa e merece mais um Parque      

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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Conflitos no campo - Agrotóxicos como arma química: a permanente guerra agrária no Brasi


Agrotóxicos como arma química: a permanente guerra agrária no Brasil



Pixabay
O herbicida 2,4D é uma das substâncias utilizadas em um componente chamado de "agente laranja", usada na Guerra do VietnãO herbicida 2,4D é uma das substâncias utilizadas em um componente chamado de "agente laranja", usada na Guerra do Vietnã
Assim, as constantes chacinas, mortes, torturas, trabalhos forçados e contaminação química são enquadramentos do cenário bélico agrário velado no Brasil. Contudo, o cerco tem se fechado ainda mais neste último período, visto na guerra que se traduz em mais de 65 mortes e 4 Massacres (Colniza, Vilhena, Pau d´Arco e Lençóis) por conflitos no campo em 2017 – segundo dados preliminares do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos – e ao menos 1.536 conflitos em 2016.

Porém, o belicismo no campo não se expressa somente nos embates e conflitos, mas na própria lógica da configuração da produção agrária. A Revolução Verde, como é o conhecido o processo de “modernização” agrícola experimentada nas décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos - e exportada para os países latino-americanos nas décadas seguintes - tem relação embrionária com a tecnologia militarista. O período histórico não é acaso. Após as grandes guerras mundiais era preciso focalizar a tecnologia belicista desenvolvida para novas formas de acumulação e gestão de terras e territórios, em especial sobre os Estados-Nações dependentes ao imperialismo político-econômico dos países de capitalismo central.


Do plantio à colheita impuseram-se as estratégias de dominação de guerras. Gigantes maquinários agrícolas, como colheitadeiras e pulverizadores, que se basearam em tanques blindados. A adaptação de armas químicas que se disseminaram em pesticidas, herbicidas e fertilizantes. Armaduras que se tornaram equipamentos e roupas de “proteção”. Pequenos aviões-caça que hoje são pulverizadores aéreos. Até as cercas de arame farpado comuns no campo brasileiro são frutos das barricadas de guerra. Ou mesmo a esterilidade das sementes modificadas como tática de controle.


Ainda assim, a difusão dos agrotóxicos e o aproveitamento das moléculas químicas - um dos principais legados da tecnologia bélica – continua servindo de arma química contra as populações do campo e de contaminação à saúde de todo o povo brasileiro. Os agrotóxicos, apesar de criados já na década de 1920, se difundiram nas práticas agrícolas pós 1945, aprimorando as substâncias utilizadas nas grandes guerras. Só na primeira guerra mundial, mais de 20 agentes químicos foram despejados e testados em territórios e povos sitiados.

Usados na guerra
Os organofosforados aprimorados após a década de 1930 como armas químicas foram a fonte de desenvolvimento do herbicida glifosato, um dos principais ingredientes do herbicida roundup patenteado pela Monsanto em 1974, e importado em mais de 129 mil toneladas somente em 2015 pelo Brasil. Os mesmos pesticidas organofosforados podem sintetizar o Gás Sarin, desenvolvido em 1932 como arma utilizada nos campos de concentração nazistas e nas guerras do Iraque e na guerra Síria, nesta última com registro de atentados em abril de 2017.

O DDT, um dos pesticidas mais utilizados no mundo e proibido no Brasil só em 2009, foi criado para combater combate aos mosquitos vetores da malária e do tifo nas trincheiras da Segunda Guerra.

O herbicida 2,4D, amplamente difundido no país, é uma das bases para a mistura do “agente laranja”, substância altamente tóxica que serviu de base para o extermínio de vietnaminas pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã (entre 1964-1975), quando mais 80 milhões de litros da substância foram despejados, gerando má-formações, câncer e doenças congênitas até hoje na população local.

Terra arrasada: ofensiva sobre os territórios tradicionais
Mas não é apenas no ciclo dependente agrícola brasileiro que estão os agrotóxicos. O seu uso também serve de tática de guerra contra os povos dos campos, águas e florestas brasileiros. O que se pretende é a “terra arrasada”, como um refinamento das práticas beligerantes de expulsão desses povos de suas terras e territórios. Essa tática, edificada principalmente pelos russos contra o exército napoleônico e depois nazista, consiste em devastar e esgotar todos os recursos possíveis para sobrevivência, como forma de minar territórios e vidas. O uso de produtos químicos é uma das estratégias usadas para reforçar esse tipo de tática, marcada pela exploração e devastação máxima da biodiversidade da região, como por meio do desmatamento, do soterramento de rios, esgotamento do solo, plantio de monoculturas, mudanças no relevo da região. Mais do que o desgaste da natureza da região, essa também é uma das formas de enfraquecer a memória e a cultura dos povos das regiões, com a destruição de locais sagrados e históricos, como casas, cemitérios e igrejas.

A tática da “terra arrasada” tem sido constantemente aplicada nos territórios de povos e comunidades tradicionais brasileiros, especialmente de comunidades quilombolas.

Os territórios tradicionais constantemente são palco de disputas, na maioria das vezes envolvendo interesses privados voltados ao domínio, apropriação e transformação em mercadoria da terra e de toda riqueza natural que há sobre ela. Tal poder hegemônico exercido pelo capital muitas vezes ocorre por via direta, mediante violência e expropriação da terra de seus donos originários, os povos tradicionais, ou de forma subliminar, sem retirar os povos da terra, mas arrasando sorrateiramente os recursos naturais existentes nela.

É exatamente deste modo que ocorre no caso dos agrotóxicos. O seu uso e acesso é incentivado e facilitado pelas multinacionais produtoras de insumos agropecuários e até mesmo pelo Estado e seus órgãos, com o objetivo direto ou indireto de arrasar as terras tradicionais e torná-las passíveis de apropriação enquanto mercadoria, a qual é destinada aos serviços do agronegócio.

Refinamento envenenado do conflito em um caso paranaense
Existem vários exemplos concretos desta lógica nefasta. Um deles pode ser encontrado em uma comunidade quilombola no Centro-Sul do Paraná, reconhecida como remanescente das comunidades de quilombo pela Fundação Palmares em 2004. As terras estão em fase de negociação final entre o INCRA e a empresa que hoje tem posse da maior parte da área, aguardando-se apenas a liberação de hipotecas dos imóveis para regularização da retomada do território pelos quilombolas, que já chegou a abrigar cerca de 300 famílias, as quais foram expulsas nos conflitos agrários.


A comunidade tem se visto cercada a partir da morosidade da regularização de suas terras e a partir do arrasamento de todas as áreas que a circundam, por meio do uso massivo e irregular de agrotóxicos, inclusive nas porções que serão destinadas à comunidade após a desapropriação.


Os moradores relatam o descarte inadequado de embalagens e resíduos de agrotóxicos, inclusive em nascentes e rios, dentre outras formas irregulares de uso. O descarte irregular de embalagens de agrotóxico contendo o princípio 2,4D foi constatado e registrado.


Em virtude desta situação, essa comunidade quilombola, assim como muitas outras comunidades tradicionais brasileiras, têm sofrido vários impactos decorrente da contaminação por agrotóxicos: os quilombolas estão privados de utilizar a água dos rios e nascentes que sempre lhes abasteceram, suas hortas e plantações têm sido destruídas e seus alimentos contaminados, e toda a comunidade têm apresentado problemas de saúde, como náuseas, alergias respiratórias e de pele.

Além disso, a biodiversidade do território tradicional está sendo destruída em decorrência da mortandade da flora e fauna locais, assim como uma nascente de grande importância cultural e religiosa para a Comunidade, uma vez que segundo a tradição foi abençoada pelo Monge João Maria, personagem de grande importância na Guerra do Contestado e que percorreu a região no início do século XX.


Como é possível perceber, são flagrantes às violações aos direitos humanos e fundamentais da comunidade, em especial ao direito à saúde, à alimentação adequada, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e aos direitos culturais.


Órgãos estatais que têm o dever de fiscalizar ações irregulares envolvendo contaminação por agrotóxicos foram noticiados sobre o caso e já têm tomado providências (mais ou menos enérgicas a depender do empenho político)


Avanço rumo à agroecologia


O incentivo ao pacote tecnológico e o uso de agrotóxicos também impacta a comunidade. O financiamento ao pacote de venenos e sementes modificadas, a falta de assessoria técnica agrícola e ambiental e a dificuldade de produção na terra sitiada pelo agronegócio também gera entraves para o avanço da produção agroecológica dentro da própria comunidade, a qual não é isenta das contradições sociais que permeiam todo o campo brasileiro.


A dificuldade em avançar também se expressa nos cortes orçamentários federais – que já eram baixos - para os próximos anos. O Projeto da Lei Orçamentária Anual para 2018 prevê o corte total dos recursos de apoio ao desenvolvimento sustentável das comunidades quilombolas, povos indígenas e comunidades tradicionais.

Mesmo assim, têm se edificado iniciativas de fortalecer, de forma autogestionada, a produção orgânica no território, inclusive com projeto de construção de uma agroindústria comunitária.

Isto é, para a real existência dos povos e comunidades quilombolas em seus territórios há necessariamente que entrelaçar a questão da estrutura fundiária brasileira, do histórico racista de sua distribuição, da pressão e estratégias de expropriação constante pelo agronegócio, pelo livre uso da sociobiodiversidade e pela (re)construção de modos sustentáveis e ecológicos de produção e reprodução da vida. Fatores que necessariamente implicam redefinição do papel estatal brasileiro, que além do reposicionamento da estrutura produtiva agroexportadora perpassam pela adoção de fiscalização, implementação de políticas públicas e titulação e demarcação de territórios dos povos que são os verdadeiros guardiões da biodiversidade do país.


*Advogada popular e estagiária de Direito da organização de Direitos Humanos ,Terra de Direitos.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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sábado, 9 de dezembro de 2017

Em defesa da aposentadoria - Centrais aprovam estado de greve e mobilização nacional dia 13

Centrais aprovam estado de greve e mobilização nacional dia 13

reprodução
  

Confira a nota das centrais na íntegra:
Centrais Sindicais: Se colocar para votar, o Brasil vai parar   As centrais sindicais repudiam e denunciam como mentirosa e contrária aos interesses do povo brasileiro a campanha que o governo Michel Temer vem promovendo para aprovar a contrarreforma da Previdência.

A Proposta enviada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional não tem o objetivo de combater privilégios, como sugere a propaganda oficial. Vai retirar direitos, dificultar o acesso e achatar o valor das aposentadorias e pensões dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, bem como abrir caminho para a privatização do sistema previdenciário, o que contempla interesses alheios aos do nosso povo e atende sobretudo aos banqueiros.

Quem de fato goza de privilégios neste País são os banqueiros e os grandes capitalistas, que devem mais de 1 trilhão de reais ao INSS, não pagam e, pior, não são punidos.

Os atuais ocupantes do Palácio do Planalto servem a essas classes dominantes. Tanto isto é verdade que o governo já havia desistido de aprovar a sua contrarreforma neste ano. Voltou atrás por pressão do chamado “mercado”, ou seja, do empresariado e seus porta-vozes na mídia.

A fixação da idade mínima para aposentadoria aos 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, assim como outras alterações nas regras da Previdência pública, vai prejudicar milhões de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

A contrarreforma do governo é inaceitável para a classe trabalhadora e as centrais sindicais e tem custado caro aos cofres públicos. Por isto é rejeitada pela maioria dos brasileiros e brasileiras.

É falsa a ideia de que existe déficit da Previdência. Para melhorar as contas públicas é preciso cobrar mais impostos dos ricos, fazer com que os empresários paguem o que devem à Previdência, taxar as grandes fortunas, os dividendos e as remessas de lucros ao exterior.

A centrais reafirmam a posição unitária da classe trabalhadora e de todo movimento sindical contra a proposta do governo e convocam os sindicatos e o povo à mobilização total para derrotá-la.

Calendário de Luta e Mobilização

JORNADA DE LUTAS CONTRA O DESMONTE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E EM DEFESA DOS DIREITOS

● Plenária do setor dos transportes segunda feira 11/12 às 15h na sede do sindicato dos condutores de São Paulo para organizar a paralisação quando/se for votada a reforma;

● Pressão sobre os deputados em atividades públicas, aeroportos e no congresso nacional;

● Realização de plenárias, assembléia e reuniões com sindicatos para construir o calendário de luta;

● Dia Nacional de Luta 13/12 contra a reforma da previdência;

● Próxima reunião das centrais dia 14/12;

● Elaborar panfleto e organizar panfletagem esclarecer sobre os riscos da reforma da previdência e disputar a narrativa com a grande imprensa;

● Fazer campanha nas redes sociais contra a reforma da previdência;

● Contruir mobilizações e atos com o movimento social em conjunto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.


Adilson Araujo,
presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil

Antonio Neto,
presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

Paulo Pereira da Silva,
presidente da Força Sindical

José Calixto Ramos,
presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores

Ricardo Patah,
presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores

Vagner Freitas,
presidente da CUT – Central Única dos Trabalhares

Carlos Prates,
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular

Edson Carneiro Indio,
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora

Ubiraci Dantas de Oliveira,
presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Br

Nilton Paixão
presidente da Pública Central dos Servidores


SE COLOCAR PRA VOTAR, O BRASIL VAI PARAR!


Fonte: Portal Vermelho A esquerda Bem Informada
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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

AUDIÊNCIA PÚBLICA - Regularização dos Territórios Pesqueiros na Cidade

Reforma Urbana na ordem do dia!
O Recife merece ser preservado para que os recifenses tenham uma vida saudável.



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sábado, 2 de dezembro de 2017

Reunião ordinária de dezembro. A resistência continua




C o n v i t e


Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa convida para participar da reunião ordinária do mês de dezembro 2017.

PAUTA :

1. Informes;

2. Ato Praça do Derby 5/12 às 15H contra a REFORMA DA PREVIDÊNCIA (Fim da Aposentadoria)

3. Avaliação ano 2017

4. TCM Arrebenta Sapucaia! 2018

Data: 4/12/2017 (segunda-feira)
Hora: 2 horas da tarde
Local: Escola Presidente Humberto Castello Branco
           Av. Dr. José Rufino,2.993 - Tejipió – Recife/PE.      

Sua presença será necessária para o desenrolar da luta pelo Parque Natural Rousinete Falcão nos CENTO E NOVENTA E DOIS HECTARES remanescente de Mata Atlântica, reconhecida pela ONU como RESERVA DA BIOSFERA MUNDIAL
Coordenadores ( ras ):
Luci Machado - 98637.1747
José Semente - 98595.8666
Jacilda Nascimento - 99965.0916
Arlindo Lima - 98622.9518
Patricia Maria 9183.9762
Augusto Semente - 99258.7195


Mata Atlântica Sim!
Recife Merece Mais um Parque!


Foto aérea da Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica




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