sábado, 13 de setembro de 2014

Eleições presidenciais 2014: mulheres e negros serão decisivos

Eleições presidenciais 2014: mulheres e negros serão decisivos 


O Instituto Patrícia Galvão publicou, nesta segunda-feira (8), a série de análises Gênero e Raça nas Eleições Presidenciais 2014: A força do voto de mulheres e negros. O trabalho reúne análises exclusivas da socióloga e especialista em pesquisa de opinião Fátima Pacheco Jordão sobre o comportamento eleitoral de mulheres e negros brasileiros, a partir de dados do Ibope e Datafolha.  


As mulheres aguardam mais informações para definir seu voto e observam com maior rigor as propostas e promessas de políticas públicas. As mulheres aguardam mais informações para definir seu voto e observam com maior rigor as propostas e promessas de políticas públicas. 
 Diante do poder de voto de mulheres e negros, o Instituto Patrícia Galvão pretende contribuir para colocar em primeiro plano no debate o comportamento eleitoral desses segmentos, que representam 52% e 55% do eleitorado, respectivamente.

Segundo a socióloga Fátima Pacheco Jordão, “há importantes novidades nesta eleição, que são as seis milhões de mulheres a mais que homens e a maioria de eleitores autodeclarados negros”. Outro destaque é o crescimento da intenção de voto em candidatas mulheres.

“Saltou de 60% para 69% essa manifestação de voto, que em números absolutos dá algo próximo a 13 milhões a mais de pessoas que passaram a declarar intenção de votar numa mulher. É um crescimento considerável para nossa sociedade”, avalia.

Tempo para pensar

A especialista em pesquisas de opinião aponta também a “alta volatilidade” ainda verificada no eleitorado a pouco mais de um mês do pleito. Segundo ela, 32% ainda não mencionam nenhum candidato espontaneamente.

Além disso, frisa, “37% do eleitorado feminino ainda não definiu se vai votar em alguém e, em caso positivo, em qual candidata ou candidato. Os dados mostram como o eleitorado ainda está avaliando e, nesse quadro, as mulheres continuam levando mais tempo para definir seu voto. Assim como nas eleições anteriores, o voto feminino continua sendo um voto mais reflexivo”.

Fátima Jordão explica que o processo de amadurecimento da escolha eleitoral tem um recorte de gênero e, em diferentes graus, perpassa geografia, escolaridade e ciclos de vida. Ou seja, as mulheres aguardam mais informações para definir seu voto e observam com maior rigor as propostas e promessas de políticas públicas, dado que são as principais usuárias dos serviços.

Eleitorado negro

Em relação à evolução do eleitorado negro, a socióloga destaca que a população negra brasileira cada vez mais se reconhece na sua identidade racial. “A autodeclaração é uma questão de identidade enquanto cidadão e cidadã”.

No Brasil, o Ibope e o Datafolha incluem a variável raça/cor. Contudo, a significativa expressão eleitoral desse segmento nas pesquisas eleitorais ainda não conta com a atenção da imprensa e das campanhas.

No que diz respeito às campanhas no horário eleitoral, as duas candidatas que estão na dianteira recebem avaliação similar da população. “O eleitor continua precisando da informação do horário eleitoral. Chama a atenção o distanciamento dos autodeclarados pretos em relação ao programa, que pode ser explicado pelo fato de a questão racial não aparecer com ênfase nas campanhas. A não ser na exibição de alguns e algumas modelos negros ou negras, a população negra não se vê representada nos programas”, aponta Fátima.

Da Redação em Brasília
Com informações da Agência Patrícia Galvão


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