Mulheres ocupam trilhos da Vale para denunciar violência da empresa
Na madrugada desta segunda-feira (7), cerca de 300 mulheres Sem Terra do Maranhão ocuparam os trilhos da empresa Vale do Rio Doce, na ferrovia Carajás, impedindo o trânsito dos trens de minério das cinco horas até o meio da manhã. As mulheres denunciam a ação da Vale na região, que tem ameaçado territórios conquistados, aumentado a violência, os conflitos trabalhistas e fundiários, o número de acidentes e impedido as famílias de ir e vir.
MST
As mulheres Sem Terra da região se somam à jornada de luta nacional, denunciando a atuação destrutiva da Vale ao longo dos 25 municípios atravessados pelo corredor Carajás.
“As mulheres Sem Terra da Região Amazônica se somam à jornada de luta nacional, denunciando a forma de atuação destrutiva da empresa Vale ao longo dos 25 municípios atravessados pelo corredor Carajás, também conhecido como Corredor da Morte. A luta das mulheres acontece no Assentamento Diamante Negro Jutaí, município Igarapé do Meio, onde as famílias são diretamente atingidas pela duplicação da ferrovia”, afirmam Sem Terra em manifesto.A atividade também reivindica pautas específicas para amenizar o impacto da Vale no assentamento Vila Diamante e demais comunidades do entorno, como a construção de um viaduto sobre a rodovia, que permita a circulação segura das famílias.
“Denunciamos que a ação da Vale na região tem ameaçado territórios conquistados, aumentado a violência, os conflitos trabalhistas e fundiários, o número de acidentes e impedido as famílias de ir e vir, na medida que a empresa se nega a construir viadutos e passarelas sobre a rodovia”, salientaram as mulheres.
Luta nacional
A Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas neste ano traz o lema: Mulheres na luta em defesa da natureza e alimentação saudável, contra o agronegócio. Com isso, milhares de mulheres Sem Terra se mobilizarão em todo país durante a primeira quinzena de março para denunciar o capital estrangeiro na agricultura brasileira e as empresas transnacionais.
Elas querem chamar atenção da sociedade do modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente, a ameaça à soberania alimentar do país e a vida da população brasileira, afetando de forma direta a realidade das mulheres.
Ao mesmo tempo, as camponesas apresentarão como alternativa o projeto de agricultura baseado na agroecologia e propõe a luta em defesa da soberania alimentar.
Outro tema que será pautado pelas mulheres Sem Terra é o Massacre de Carajás, que em 2016 completa 20 anos.
Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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