domingo, 8 de maio de 2011

Captação de água da chuva pode trazer economia de 30% na conta

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Captação de água da chuva pode trazer economia de 30% na conta

POSTADO ÀS 07:30 EM 07 DE Maio DE 2011 - JC Blog Ciência e Meio Ambiente

SÃO PAULO, SP - Reduzir a conta mensal de água e contribuir para a sustentabilidade do planeta são as vantagens de se instalar um sistema de captação de água da chuva em residências. Já usados em larga escala por condomínios, indústrias e prédios comerciais, os sistemas de captação estão cada vez mais acessíveis para as residências. O investimento inicial vai de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil e acaba sendo pago alguns anos após a instalação do equipamento, segundo empresas especializadas. Isso porque a economia proporcionada reduzirá a conta de água em torno de 30%, mas pode ser ainda maior.

"A tendência de usar água da chuva é cada vez maior para finalidades não potáveis como regar jardim, lavar o carro e o quintal, entre outras, pois a necessidade de preservação desse recurso natural é irreversível", afirma Dante Ragazzi Pauli, professor da disciplina de Saneamento Básico no curso de Engenharia Civil na Universidade São Judas e presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-SP).

"É louvável a iniciativa de quem pretende criar um sistema desses em casa, desde que fique atento à forma como a água será coletada e armazenada para evitar contaminação de quem tem contato com ela", diz Pauli. Esse cuidado é necessário, explica o professor universitário, porque não há uma norma governamental sobre os parâmetros mínimos de qualidade da água reaproveitada.

NA CONSTRUÇÃO

Para quem está construindo uma casa, a vantagem de incluir o sistema de captação no projeto é que o processo fica mais prático e rápido, mas o custo é praticamente o mesmo para instalar o sistema em residências já construídas. "O ideal é pensar na captação de água desde o projeto com telhado e calhas para recolher a chuva e ainda prever a construção do reservatório subterrâneo", conta a arquiteta Paula Mattar. "O sistema deve ter um filtro para retirar partes suspensas que podem estar na água vinda do telhado como folhas e insetos."

Paulo Chefer, proprietário da Acqua Save, empresa especializada na captação de água pluvial, explica que os sistemas têm cinco partes principais: o telhado, que deve ter a partir de 120 m² para uma boa captação; tubulação (incluindo calha) para coletar a água; filtro para retirar impurezas antes do armazenamento; reservatório e bomba para retirada da água e transferi-la para uma caixa d’água ou torneira. "Cobramos pelo sistema de R$ 6 mil a R$ 8 mil, dependendo do tamanho do telhado, do tipo de bomba escolhida e do tamanho do reservatório subterrâneo", explica ele.

Segundo Chefer, a cisterna é importante porque protege a água da luz e do calor e garante uma melhor qualidade de armazenamento ao líquido. Ele ressalta que na época em que há estiagem prolongada, o sistema é alimentado com água potável.

O arquiteto Carlos Tonezer, dono da Prima Matéria, representante da Acqua Save, destaca que antes de instalar o sistema o consumidor deve observar alguns detalhes em sua residência. "O local ideal para captação da água é a área do telhado, onde não há trânsito de pessoas e animais. Além disso, é preciso saber para qual uso será destinado o recurso natural captado para que, se for o caso, fazer ligações da cisterna diretamente para torneiras ou para uma caixa d’água", explica ele.

Um cuidado importante é sinalizar claramente (com placas ou etiquetas) as torneiras e mangueiras com água reaproveitada da chuva para diferenciá-las da água potável. De acordo com as empresas, a manutenção e a limpeza do sistema de captação são simples e devem ser feitas uma ou duas vezes por ano, dependendo da especificação dos fabricantes das peças.

Por Eleni Trindade (Agência Estado)

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