Em dez anos, Brasil reduz 82% do desmatamento na Amazônia Legal
De 2004 a 2014, a taxa anual de desmatamento da Amazônia Legal caiu de 27.772 quilômetros quadrados (km²) para 5.012 km², com redução de 82% em uma década. Os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgaram nesta sexta-feira (14) o resultado consolidado do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes) de agosto de 2013 a julho de 2014.
MCTI
Ministros Aldo Rebelo e Izabella Teixeira anunciaram última taxa consolidada pelo Inpe. Índice aponta queda de 15% em relação aos 12 meses anteriores
O levantamento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), com imagens de satélite. "Os números registram, evidentemente, um êxito na política ambiental do Brasil, sob responsabilidade da ministra Izabella Teixeira, e do propósito de redução do desmatamento", disse Aldo. "Numa projeção de dez anos, temos uma redução de 82%; e de 2013 para 2014, 15%. Acho que é a demonstração de um êxito da política ambiental do país que deve ser mais do que registrado, mas celebrado."A taxa de 5.012 km² representa queda de 15% em relação aos 12 meses anteriores, quando o sistema apontou corte raso de 5.891 km². Trata-se do segundo menor índice da série histórica, iniciada em 1988, ano inaugural do Prodes, atrás apenas de 2012, com 4.571 km². O resultado expressa uma retomada na redução em curso desde a criação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), em 2004.
Izabella ressaltou que o Brasil segue cumprindo a Política Nacional sobre Mudança do Clima, que estabeleceu como meta para 2020 a marca de 3.915 km² de retirada de vegetação na Amazônia Legal. "E mais do que isso: estamos na terceira geração do PPCDam, com a revisão e o aprimoramento de instrumentos e de estratégias de combate ao desmatamento", afirmou. "Do ponto de vista da ação do governo, é importante destacar que nós temos, não só que coibir o crime, mas prevenir, evitar que a floresta seja desmatada."
Para chegar à taxa consolidada, o Instituto mapeou 214 imagens do satélite de observação terrestre Landsat 8, dos Estados Unidos. O valor é cerca de 3% superior à estimativa preliminar para o período, 4.848 km², divulgada em novembro de 2014, com base em 89 cenas da mesma fonte. Leia mais.
O diretor do Inpe, Leonel Perondi, e o coordenador do programa Amazônia do Inpe, Dalton Valeriano, apresentaram os dados em evento no MCTI. O secretário executivo do MMA, Francisco Gaetani, também participou do anúncio.
Controle
O Prodes computa como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal – conhecida como corte raso – em áreas com 6,25 hectares ou mais. O sistema de monitoramento por satélites calcula taxas anuais que fundamentam decisões e políticas públicas do governo brasileiro a respeito do uso do solo na região amazônica. Os índices são estimados a partir de desflorestamentos incrementais identificados em imagens de satélites de observação da Terra.
Financiado pelo MCTI, o sistema de monitoramento se insere como ação da Pasta no Grupo Permanente de Trabalho Interministerial para a Redução dos Índices de Desmatamento da Amazônia Legal, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) colaboram com o Prodes e se norteiam pelos dados anuais do projeto.
O Inpe divulga em seu site as taxas anuais, as imagens de satélite usadas no mapeamento e os mapas com polígonos de desmatamento gerados.
Além do Prodes, o MMA utiliza informações do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), também executado pelo Inpe, com função de emitir alertas para dar suporte à fiscalização e ao controle do desflorestamento ilegal pelo Ibama, que atua de forma integrada ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), às polícias Federal e Rodoviária Federal, à Força Nacional de Segurança e ao Exército Brasileiro. O Deter mapeia alterações da cobertura florestal como o corte raso, a degradação florestal preparatória para a devastação, conhecida como "brocagem", e cicatrizes de incêndios florestais.
Fonte: MCTI
Publicado: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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