quinta-feira, 22 de maio de 2014

A luta continua Salve o Rio Tejipió

Rio Tejipió é tema de encontro entre ambientalistas e Prefeitura do Recife

Durante a reunião, assessoria da Emlurb revelou que há um projeto pronto para dragagem, orçado em R$ 47 milhões, mas que não tem data para ser posto em prática


20/05/2014 19:24 - Filipe Baptista, da Folha de Pernambuco
Maioria dos moradores pensa que rio Tejipió, do jeito que está, é um córrego ou canal de esgoto
O Conselho Municipal de Meio Ambiente, realizou nessa terça-feira (20), na Secretaria de Estadual de Ciência e Tecnologia, localizada no bairro do Recife, a 40ª reunião extraordinária para debater as condições atuais do rio Tejipió. Foram recebidos protetores ambientais e representantes de secretarias da Prefeitura do Recife. A Brigada Salve o Rio Tejipió e o Movimento da Mata do Engenho Uchôa, também utilizaram o auditório para exigir, das diligências públicas, medidas de revitalização ambiental.

O rio, que nasce próximo a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, passa por mais um município da Região Metropolitana do Recife (RMR), Jaboatão dos Guararapes. A falta de educação e o crescimento urbano desordenado comprometeram drasticamente o manancial. Nos bairros da Capital, a situação não difere. O ambientalista Alexandre Ramos, integrante da Brigada Salve o Rio Tejipió, apresentou um relatório detalhado sobre a história do rio. Foi evidenciada a necessidade de educar a população, que nem sequer sabe que é ribeirinha. “A maioria dos moradores não têm conhecimento de que o Tejipió passar por aqui. Pensam que é um córrego ou um canal de esgoto”, afirmou o estudioso.
O líder comunitário, conhecido como Valdir Pequeno, de Jardim Uchôa, no bairro de Areias, Zona Oeste, denunciou o aterramento do rio e cobrou fiscalização . “Diversos estabelecimentos comerciais, incluindo hotéis, estão crescendo e invadindo o Tejipió”, criticou. Ele contou que a situação influencia no alagamento de diversas residências da região.
Durante a reunião extraordinária, o assessor técnico da Emlurb, Antônio Valdo de Alencar, representou a pasta revelando que há um projeto pronto para dragagem do rio, orçado em R$ 47 milhões, mas que não tem data para ser porto em prática. “Por enquanto, estamos aguardando as captações do Governo Federal. Mas a dragagem está dentro do Plano Diretor de Gestão de Manejo das Águas Pluviais de Drenagem Urbana do Recife”, afirmou. A limpeza deverá ocorrer, da altura do manancial que passa pela bairro da Estância, na Zona Oeste, até sua foz, na bacia do Pina, na Zona Sul do Recife. Ainda segundo Alencar, outro projeto está sendo elaborado, a fim da requalificação das margens do Tejipió, mas que obviamente será difícil de ser executado, já que implica na desapropriação de diversas residências.
Soluções concretas para a mudança da situação do rio Tejipió não ficaram definidas.
Abandono
A dona de casa, Maria de Fátima Costa, 51, é moradora há 22 anos do Totó, bairro da Zona Oeste do Recife. “Desde a época que vim morar aqui a água já era suja. Não sabia que isso é um rio. Qual é o nome?”, indagou. Ela ainda disse que há muitos anos a Prefeitura sequer limpa a sujeira do "canal" que passa em frente a sua casa. “Minhas filhas eram bem pequenas quando uma draga passava por aqui”, relatou. Em março deste ano, a grande quantidade de detritos jogada no rio Tejipió dificultaram as buscas ao corpo da dona de casa Luciana Marcelo da Fonseca, 42 anos, que desapareceu durante uma cheia. Ela tentava atravessá-lo com o filho, de apenas um ano e meio que acabou sendo salvo por moradores da região. Na época, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) disponibilizou caminhões-caçamba e profissionais para realizar a limpeza do trecho próximo de onde ocorreu o incidente. Em dois dias de operação, 12 caçambas foram lotadas com aproximadamente 90 toneladas. Ainda no bairro, pouquíssimas pessoas dão conta que as águas do “canal” têm origem numa fonte limpa e, assim, continuam a descartar de forma indevida seus resíduos.
Geografia
O rio Tejipió tem 20,5 de extensão, possui 22 canais e deságua na Bacia do Pina. Passa próximo à várias áreas de preservação, como a da Mata do Engenho do Uchôa, da Mata do Curado, da Lagoa do Araça, do Jardim Botânico, do Parque do Jequiá e manguezais do Sítio Grande e Afogados.
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Coordenadores ( ras ) do Movimento em Defesa da Mata do Engenho uchoa

Luci Machado - 8599.1442
José Semente - 8595.8666
Jacilda Nascimento - 9965.0916
Arlindo Lima - 8622.9518
Patricia Maria - 9183.9762
Augusto Semente - 9258.7195

















Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica 


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