domingo, 30 de junho de 2019

Clubes destinam menos de 1% de seus orçamentos para o futebol feminino




Clubes destinam menos de 1% de seus orçamentos para o futebol feminino


As dificuldades enfrentadas pela seleção feminina antes e ao longo da Copa do Mundo da França apontam para um diagnóstico claro: renovar o grupo é um desafio. Se formar novos talentos é um papel dos clubes, o cenário a curto prazo se apresenta desanimador. Os 20 times participantes da Série A investem no máximo 1% de seus orçamentos no futebol feminino.

Corinthians, atual campeão brasileiro, é um dos clubes da Série A que sequer revelam valores investidos no futebol femininoCorinthians, atual campeão brasileiro, é um dos clubes da Série A que sequer revelam valores investidos no futebol feminino
As finanças revelam a dificuldade do assunto nos clubes, conforme levantamento do jornal O Globo. Nenhuma das instituições discrimina em seus balanços os investimentos no futebol feminino, que geralmente aparece em meio a outras modalidades, sob o guarda-chuva de “esportes olímpicos” ou denominação similar.

Procurados, apenas 13 dos 20 clubes indicaram quanto pretendem investir na modalidade este ano. Quatro disseram que não revelariam valores: Goiás, Athletico-PR, Corinthians (atual campeão brasileiro) e Fortaleza. E três não responderam até o fechamento da pesquisa: Botafogo, Chapecoense e Fluminense.

O Santos é quem reserva a maior parte de seu orçamento à modalidade e foi o único a detalhar o investimento. Em 2018, o clube gastou R$ 3.929.545 com o departamento, entre salários, viagens, alimentação e outras despesas. Para este ano, o valor será parecido. Ainda assim, o aporte feito pelo campeão brasileiro de mulheres em 2017 representa pouco mais de 1% da receita prevista para o ano.

Nos outros clubes, a fração é ainda menor. O Flamengo, cuja equipe funciona em parceria com a Marinha, investe apenas R$ 1 milhão por ano para custear a modalidade – o valor equivale a um mês do salário de Gabigol.


Times feitos às pressas

Além da quantia gasta, o modo como os clubes estruturam seus departamentos revela o caráter incipiente da relação com o futebol feminino. Doze deles montaram equipes ou firmaram parcerias entre 2018 e 2019, a fim de atender às cobranças da CBF e da Conmebol. A partir desta temporada, os clubes precisam manter uma equipe feminina (em qualquer categoria) para disputar torneios masculinos organizados pelas entidades.

Antony Menezes, treinador do time do Vasco, acredita que essa regra estimulará o comprometimento dos clubes com a modalidade: “Devido a essa obrigatoriedade para os clubes, tudo aumentou: competições estão surgindo, e a procura por atletas está em alta”, diz.

No entanto, há inconstância mesmo entre projetos mais consolidados. O Santos montou seu primeiro time feminino em 1997, mas o departamento foi desativado em 2012, para ser retomado em 2015. No mesmo ano, o Flamengo se aliou à Marinha para voltar a ter uma equipe feminina, o que já havia acontecido durante a gestão Patrícia Amorim (2010-2012). O Vasco, que já teve Marta, e Grêmio são exemplos de clubes que voltaram a apostar no futebol feminino depois de hiato.

“O investimento é pequeno porque não existe arrecadação para este produto, e o mercado não está acostumado a associar suas marcas à modalidade”, avalia Nina de Abreu, coordenadora de futebol feminino do Atlético-MG. “Os departamentos comercial e de marketing dos clubes brasileiros devem tratar o futebol feminino como um produto diferenciado.”

Gerar receitas exclusivas para o futebol feminino é mesmo um desafio. Nesta temporada, o São Paulo firmou, com uma floricultura, o primeiro contrato exclusivo para o time delas – uma barreira que o Cruzeiro, por exemplo, não conseguiu quebrar. A equipe feminina celeste joga com o uniforme “limpo”.

Duda Luizelli, gerente de futebol feminino do Internacional, cita os recordes de público nas ligas europeias (Atlético de Madrid x Barcelona teve mais de 60 mil pessoas nesta temporada) para afirmar que há uma demanda reprimida pela modalidade. Para ela, os clubes brasileiros estão despertando para essa realidade: “Os grandes clubes do País já perceberam que o futebol feminino pode ser rentável. Muita gente vai ganhar com isso no futuro.”

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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Futebol e ativismo: A Copa do despertar feminista de Marta

Futebol e ativismo: A Copa do despertar feminista de Marta 

Quando marcou o gol de pênalti contra a Austrália, no segundo jogo da seleção pela Copa feminina, Marta chamou a atenção do mundo para uma causa que abraçou como sua. Na comemoração, apontou para as chuteiras personalizadas com um símbolo pela igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos, seis vezes eleita a melhor jogadora do planeta, a craque brasileira se engaja como nunca para deixar um legado para as mulheres no futebol que extrapole seus recordes e conquistas individuais.

Por Breiller Pires

Mudança de postura de Marta coincide com sua nomeação como embaixadora da ONU Mulheres, no ano passadoMudança de postura de Marta coincide com sua nomeação como embaixadora da ONU Mulheres, no ano passado
“Não gosto de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10 do Brasil após o gesto diante das australianas. Já o desabafo logo em seguida à eliminação para a França, nas oitavas de final, soou como uma convocação inspiradora para que as jovens atletas se dediquem a cuidar da semente que ela ajudou a plantar: “Não vai ter uma Marta para sempre, uma Cristiane, uma Formiga. E o futebol feminino depende de vocês para sobreviver”. “Chore no começo para sorrir no fim”, concluiu.

Marta jamais havia se apresentado como feminista nem aderido de forma tão contundente a pautas do movimento. Mas não era difícil ecoá-lo sendo dona de uma trajetória que espelha as desigualdades enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte. Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai abandonou a casa da família quando ela tinha um ano, e impedida de jogar futebol em sua cidade, no sertão de Alagoas. 

Seu primeiro salário na Europa era equivalente a R$ 3 mil e até hoje, mesmo consagrada, ainda está muito distante de receber as milionárias cifras embolsadas pelos grandes craques do masculino. Chegou ao Mundial da França, o mais visto da história, sem nenhum contrato fixo de patrocínio, depois de recusar propostas que lhe ofereciam menos da metade do que já chegou a ganhar em outras temporadas.

A mudança de postura, que antes se concentrava mais no desempenho esportivo em detrimento dos discursos, coincide com a nomeação da atacante como embaixadora da ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um modelo excepcional para mulheres e meninas em todo o mundo. Sua própria experiência de vida conta uma história poderosa do que pode ser alcançado com determinação, talento e coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora-executiva da organização das Nações Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta para promover campanhas contra o sexismo e a discriminação de gênero.

Em março, ao participar de um evento na sede da ONU, em Nova York, Marta emocionou a plateia ao contar sobre os desafios que precisou superar para se tornar uma jogadora profissional. “O preconceito e a falta de oportunidades já me doeram ao longo do meu caminho. Doeu quando meninos não me deixaram jogar. Doeu quando treinadores me tiravam dos campeonatos porque eu era apenas uma menina. Mas minha certeza de onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”, discursou antes de ser aplaudida de pé. A ONU Mulheres trabalha com a meta de alcançar a igualdade de gênero em escala global até 2030 e bate na tecla da equidade salarial reivindicada pelas mulheres no futebol.

Uma das inspirações de Marta, que atua no Orlando Pride dos Estados Unidos, onde está desde 2017, é o movimento de jogadoras da seleção norte-americana, que entrou com ação coletiva contra a federação local por discriminação de gênero institucionalizada. Apesar de gerarem maior receita de bilheteria que a seleção masculina, elas alegam disparidade de remuneração e premiações em relação aos homens, que recebem cerca de cinco vezes mais para defender o país. 

Mesmo sabendo da realidade diferente amargada pelo futebol feminino no Brasil, em que a maioria das jogadoras nem sequer tem carteira assinada, Marta aproveita a onda de protestos para cobrar patrocinadores por equiparação. Neste campo dos patrocínios, ela começa a se movimentar e querer desfrutar, inclusive financeiramente, do status de influenciadora. 

No último jogo do Brasil na fase de grupos, ela entrou em campo com um indefectível batom de cor “sangria”, uma ação, ela disse quando perguntada, para a marca Avon – neste domingo, escolheu um vermelho fechado. A repercussão em várias páginas e publicações, que reverberaram até os posts de sua namorada tentando interagir em português, reforça o apelo midiático da craque como uma personalidade capaz de estender sua bandeira em outros campos. Já foi destaque no jornal The New York Times e na revista de moda Vogue Brasil, que estampa a jogadora na capa de sua edição de julho com a chamada “A vez de Marta”. 

A publicação ressalta que a importância da jogadora não está condicionada ao resultado no Mundial, como explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é um mero detalhe para o quão longe ela chegou e para tudo o que representa para esta e para as próximas gerações.”

Desde que se tornou a grande referência da modalidade, Marta vem sendo cobrada por assumir posicionamentos mais incisivos pela valorização das mulheres no futebol. Em 2017, seu posicionamento após a demissão de Emily Lima, primeira mulher a comandar a seleção feminina, gerou insatisfação em algumas colegas. Jogadoras assinaram um manifesto em defesa da treinadora, mas ela decidiu não fazer coro ao protesto. 

Mesmo sendo favorável à permanência de Emily, entendeu que o desconforto com dirigentes pela carta poderia prejudicar ainda mais a equipe. Sempre elogiou a treinadora em entrevistas, porém, na última semana, trocou farpas com a ex-comandante após ela dizer que, caso ainda estivesse no cargo, não levaria Marta para a Copa com limitações físicas.

Embaixadora da causa pelo empoderamento das mulheres e também do futebol feminino no Brasil, Marta mostrou, pelo menos em seus pronunciamentos e atitudes nesta Copa do Mundo, que se convenceu da importância de marcar posição além do gramado. Depois de bater o recorde no Mundial, contra a Itália, se convertendo na maior artilheira de todos os tempos do torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a todas as atletas. 

“Hoje temos uma mulher como a maior goleadora das Copas. Esse recorde não representa só a jogadora Marta, mas todas as mulheres num esporte ainda visto por muitos como masculino”, disse, olhando para várias câmeras, reafirmando ainda o compromisso de defender os direitos das que se inspiram em seu exemplo fora do esporte. “Eu divido com vocês que lutam e batalham em todos os setores e ainda têm de provar que são capazes de desempenhar qualquer tipo de atividade. É nosso!”.

Fonte: Portal Vermelho A esquerda Bem Informada
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sexta-feira, 21 de junho de 2019

AGORA É MATA - MATA FRANÇA X BRASIL


AGORA É MATA - MATA 
FRANÇA X BRASIL 


TORCIDA ARREBENTA SAPUCAIA!







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domingo, 16 de junho de 2019

Arquibancada - Futebol feminino surge nos anos 20 e enfrenta até hoje o machismo



Arquibancada

Futebol feminino surge nos anos 20 e enfrenta até hoje o machismo


Em entrevista, Aira Bonfim, que pesquisa o futebol de mulheres no país, faz uma apanhado da história da modalidade.

Por Emilly Dulce*

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Pela primeira vez, as atletas da Seleção Feminina vestem um uniforme com identidade própria.Pela primeira vez, as atletas da Seleção Feminina vestem um uniforme com identidade própria.
A Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019, disputada na França, começou bem para a Seleção Brasileira, que marcou três gols e garantiu a vitória contra a Jamaica, no último domingo (9). Apesar de a modalidade estar em alta, nem sempre foi assim na história do país: as mulheres passaram quase 40 anos proibidas de disputarem competições oficiais. Mulher jogar bola era caso de polícia no Brasil.

"A proibição instituída pelo governo de Getúlio Vargas durou de 1941 a 1979 e, até hoje, o futebol de mulheres colhe as consequências desse decreto-lei", explica a pesquisadora Aira Bonfim, mestranda do curso de História, Política e Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde se dedica aos primórdios das mulheres no esporte, prática considerada subversiva para os padrões das primeiras décadas do século 20.

Na luta pela emancipação, o futebol feminino aparece nos picadeiros de circos brasileiros a partir da década de 1920, o que, para Aira, pode ter sido um dos espaços inauguradores da mulher como jogadora de futebol, na confirmação de que a modalidade é uma manifestação cultural e política.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Aira, que, em 2018, compôs a Comissão Organizadora do III Simpósio Internacional de Estudos Sobre Futebol, comenta sobre a trajetória histórica do futebol de mulheres, nomenclatura enfatizada por ela.

A pesquisadora argumenta que a modalidade deve ser pensada e valorizada para além de eventos esportivos como a Copa do Mundo, mas pondera que a competição tem o importante papel de abrir os olhos para dificuldades e potencialidades do futebol feminino.

Por sete anos, Aira foi pesquisadora do Centro de Referência do Futebol Brasileiro no Museu do Futebol, localizado na cidade de São Paulo (SP). Agora, ela volta à casa como uma das curadoras da exposição "CONTRA-ATAQUE! As Mulheres do Futebol", que fala das experiências do passado e por que 2019 já é um marco na história do futebol de mulheres. A exposição, que recebe visitas até o dia 20 de outubro, é gratuita às terças-feiras.

Confira a entrevista:

Brasil de Fato: Como essa Copa do Mundo pode ajudar a abrir os olhos para as dificuldades e para as potencialidades do futebol feminino? Na linha histórica da modalidade, o que a Copa 2019 representa?
Aira Bonfim: O mais legal de a gente pensar é que de, alguma forma, a grande maioria das pessoas — homens e mulheres — naturalizou uma ideia de que nasceu em um país que é, reconhecidamente, pensado como o país do futebol. E a gente, então, veste a camisa amarela e reproduz essa identidade que aprendemos a gostar e vivenciar desde pequenos.

Com todas as ondas feministas, de alguma forma, a gente começa a refletir um pouco esses estereótipos, sensos comuns. E, no que tange à participação das mulheres no futebol, a nossa inserção dentro da modalidade — e não é só jogando futebol, mas trabalhando com esse esporte, participando dele como torcedoras — é colocada de lado.

Em uma periferia tangenciada, não é considerada tão importante quanto o campeonato masculino, como ele é tão vivo dentro da nossa rotina, tanto de uma seleção brasileira quanto dos próprios clubes de futebol.

Um futebol de mulheres, no nosso país, tem um dado muito importante, que nos ajuda a pensá-lo hoje. Então, em 1941, durante a ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas, existiu um decreto-lei que, de alguma forma, colocava um limite nessa participação das mulheres no esporte, no futebol.

Esse futebol do final do século 19 e início do século 20 começa a ganhar uma dimensão muito grande no universo dos esportes e se trata de um cenário muito diferente do que a gente vivencia hoje.

Em 1910/1920, quem está vivendo o esporte são as pessoas mais ricas do país, que tem tempo para se dedicar a um hobby. O futebol era um hobby, não uma profissão.

E esse futebol também está vindo da Inglaterra, então ele gera um status, é importado e um ambiente onde as pessoas se encontram para ver o que as outras estão vestindo, para arranjar casamento. É um ambiente público novo.

Nesse ambiente, as mulheres já estão participando, de alguma forma, um pouco mais passiva, não é jogando, mas elas já ocupam essas arquibancadas.

Em um dado momento, esse esporte vai se popularizar e começam a existir os grandes debates que a elite não consegue segurar para si essa modalidade, mas, na regulamentação, ela tenta segurar para ela.

Então, ela coloca limites, por exemplo, para que pessoas negras não possam jogar, para que trabalhadores braçais não possam compor esses clubes e que se tenha recursos para fazer parte dessas equipes, que já estão em ascensão na época, a exemplo do Botafogo, do Fluminense e da maioria dos times de São Paulo também.

À revelia disso, essa regulamentação não consegue segurar o futebol, que é um esporte fácil de se aprender a jogar e não demanda grandes investimentos de equipamentos esportivos.

A década de 1930, então, vai marcar essa transição. O esporte que é considerado um hobby passa a ser uma profissão e admitir o núcleo masculino que já era excluído nesse momento.

Não se fala em mulher jogar bola, é quase inconcebível, uma ideia fantasiosa e, não por acaso, é nas arenas dos circos onde se encontra o futebol feminino nessa época, já a partir da década de 1920.

Tudo o que é exótico, diferente e inapropriado para a mulher, para a moralidade das mulheres, no circo é possível. Então, o Circo Nerino, o Circo Garcia, o Circo Queirolo — que são grandes circos brasileiros e que vão passar décadas e décadas rodando o Brasil todo nessa ousadia — já conseguem conceber atrizes performando um futebol dentro do picadeiro.


Atrizes do Circo Queirolo vestindo os uniformes de Palestra e São Bento em 1926/ Acervo Arquivo Público do Estado de São Paulo
Ao mesmo tempo, esse futebol está se popularizando e não pertence apenas a uma primeira divisão. As ligas cresceram, e existem as ligas suburbanas, que é o futebol de várzea que a gente conhece hoje.

Então, nesse lugar distante das grandes competições ou do olhar mais forte da imprensa, existe o futebol de mulheres que vai começar a crescer na década de 1930.

É um futebol que, enfim, tem um auxílio da imprensa da época, que, de alguma forma, olha a mulher como algo que pode ajudar tanto a vender jornais quanto notícias.

É nesse momento que esse decreto-lei surge para interromper esse processo. Ele vem dizer que a mulher só pode praticar esportes que são adequados à natureza dela. O decreto-lei não especifica o futebol, mas todo o debate que está acontecendo na imprensa deixa muito claro que é o futebol, que são as lutas, o pólo-aquático, o rúgbi, então, os esportes que são chamados de violentos na época.

Não existe uma fiscalização tão forte e efetiva para esse decreto-lei, todavia, a própria sociedade vai fiscalizar. Então, as mulheres não vão parar de jogar por causa do decreto-lei de Getúlio Vargas, mas, quando existe uma presença anunciada em qualquer jornal, de qualquer estado, esse futebol desaparece. E assim vai acontecer na década de 1950, 1960 e 1970.

São quase 40 anos de atraso. O decreto só vai deixar de proibir as mulheres de jogar em 1979 no Brasil, mas elas só vão, de fato, poder jogar e se organizar a partir de uma regulamentação que vai acontecer em 1983. São anos e anos onde a gente, culturalmente, vai naturalizar a ideia de que futebol é coisa de homem, e não serve, não pode ser jogado por mulher.

Então, se hoje, em 2019, a gente ainda colhe uma dificuldade de pensar o público que vai consumir uma Copa do Mundo, e que, de fato, conheça e reconheça suas jogadoras da Seleção Brasileira, tem a ver com todos esses episódios históricos, e que não são exclusivos do Brasil.

Outros países também proibiram a modalidade, mas nunca com uma lei, como aconteceu aqui, mas associada às federações de futebol. Isso aconteceu, por exemplo, na Alemanha, na França, na Inglaterra, mas eles conseguiram voltar um pouco mais cedo do que a gente, já na década de 1970. Junto com o movimento e as ondas feministas, o futebol também surge com muita força. Mas, aqui não.

Então, a partir de 1983, consegue se legitimar várias equipes que já estão jogando, mas não existe um calendário esportivo e uma liga que possa, de fato, organizar o futebol nessa época. E ele também não está sendo ensinado nas escolas, o que prejudica qualquer modalidade, porque a criança não tem acesso a escolher e pensar o futebol como opção e caminho. E também não tem a iniciação esportiva acontecendo cedo, o que é sempre importante em qualquer modalidade de esporte.

Quando surge a Seleção feminina?
A primeira Seleção Brasileira Feminina é oficialmente formada apenas em 1988. Na data, em um torneio experimental na China, a gente, finalmente, vai poder representar e vestir a camisa amarela pela primeira vez. Então, 1988 foi outro dia, se a gente pensar.

Em 1991 vai acontecer, finalmente, a nossa primeira Copa do Mundo. É uma Copa que também acontece na China, que tem a sorte de ter uma composição de mulheres que, a revelia da proibição, sempre jogaram futebol. Então, vão apresentar um futebol maravilhoso, mas, como todo campeonato, vai chegar em um universo de disputas extremamente competitivas. E esse é o universo que vivemos até hoje.

É muito legal quando a gente pensa o futebol feminino e, quem está envolvido com a modalidade tem usado uma outra nomenclatura, que é o futebol de mulheres. Até a tradução dos outros países também é isso, pensar que são mulheres participando e não uma ideia feminina.

Então, existem dois mobilizadores na modalidade neste momento. Um são as ondas feministas, que continuam projetando e levantando o protagonismo de mulheres. Pensar que é importante a gente conhecer os feitos individuais e coletivos de mulheres, brasileiras, esportistas, enfim, nós temos uma infinidade de atletas para além da Marta.

A gente tem atletas desde antes desses inícios oficiais, que fizeram história, mulheres que também não estão restritas ao universo da prática do futebol, mas que brigaram e legitimaram seu espaço na sociedade, por exemplo, querendo ser árbitras, estar nos bastidores, ser técnicas. E aí, a razão da luta é: por que essas mulheres não ocuparem esses lugares, uma vez que, tecnicamente, elas são tão boas e, às vezes, até melhores que muitos homens que estão nesses cargos?

O outro dado é pensar que todas as modalidades estão sujeitas a um grande mercado do capital. E isso, de alguma forma, é o que fomenta o desenvolvimento desses esportes. Então, por vezes, se sujeitou o papel e a imagem das mulheres a algo muito sexista, como se elas estivessem ali para os homens e para consumo e venda de futebol. Isso aconteceu de forma muito violenta no Brasil na década de 1990.

Na década de 1980, nós temos o futebol transmitido nas televisões abertas, não é exclusividade deste ano, a Bandeirantes e a Manchete já faziam isso. Tinha muita informação sendo dividida nos diferentes jornais que traduziam o futebol da época, e isso se perde em qualidade na década de 1990.

Ao mesmo tempo, hoje existe uma dinâmica de se conceber um mercado esportivo que não compete com o masculino, mas que visa pensar grandes estrelas e produzir atletas para que se tenha um consumo futuro. Esses grandes eventos esportivos também geram consumo. A própria transmissão de uma Copa do Mundo, de Olimpíadas, interessa muito a um mercado que vai investir, e já está investindo.

Talvez, o Brasil tenha perdido muito tempo para fazer uma proposta independente e menos mercadológica e insistir no preconceito de que esse futebol não é próprio das mulheres. Então, esse é o momento que a gente está vivendo, uma Copa do Mundo extremamente competitiva com a nata das seleções participando.

Infelizmente, o Brasil não é dos preferidos para alcançar o troféu. Já chegamos muito perto disso, mas eu acho que a gente perdeu muito com esses anos. O espaço do futebol é extremamente misógino e preconceituoso em todos os sentidos, não só da mulher, mas das orientações sexuais que, por vezes, se apresenta entre essas atletas. Isso acaba deixando o desenvolvimento da modalidade ao lado de debates que ainda estão longe de serem resolvidos no nosso país.

Sobre o crescimento da visibilidade do futebol de mulheres, além das ondas feministas que você cita, que outros elementos foram importantes para o cenário que temos hoje? 
Realmente, a gente não está no mesmo lugar de uma Copa passada, por exemplo. Quando fizemos a primeira exposição no Museu do Futebol, o nome era exatamente esse: "Visibilidade para o Futebol Feminino". Porque, quando se naturalizava um futebol sem mulheres, a gente, de alguma forma, concebia a história do nosso futebol nacional sem a participação delas. E isso é quase um tiro no pé.

Naquele momento, não se sabia nada, não tinha onde procurar informações e não se reconhecia as atletas que estavam defendendo a nossa camisa. Então, em 2015, era esse o pedido: "Visibilidade". Eu acho que, hoje, a gente já está em um outro momento.

A exposição que acabamos de abrir no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, tem um outro nome, que é "CONTRA-ATAQUE! As Mulheres do Futebol". Então, a gente entende que o contra-ataque é uma das jogadas mais bonitas, quando se está recuado, na defesa e você pega a bola, leva para frente e, enfim, faz um gol. Então, é uma história que a gente já esteve perdendo, mas eu acho que já conseguimos resgatar essa modalidade e estamos a levando para frente.

Uma modalidade independente não é concorrente à masculina. Todo mundo sai ganhando quando a gente pode reconhecer atributos coletivos e individuais em mulheres, ainda mais de mulheres brasileiras. A gente sabe como é difícil conseguir percorrer uma carreira profissional como atleta em um país como o Brasil.

Então, como é importante, por exemplo, nos próximos dias, a gente passar do lado de um bar, de um restaurante, e olhar uma televisão com uma transmissão de um jogo sendo praticado por mulheres. O que significa isso para uma menina, para uma pessoa mais velha, uma pessoa que gosta ou não gosta do futebol?

Eu acho que a gente avança quando possibilita vislumbrar ideias como essas, de que a gente pode, por exemplo, ser a melhor do mundo por seis vezes e ter nascido no Brasil. Então, é um futebol que tende a crescer. Como eu disse, as ondas feministas colaboraram muito com a visibilidade do futebol feminino, mas também não podemos ser ingênuos, porque a estrutura de um mercado do capital pensa em ganhar dinheiro, inclusive com essa modalidade.

Então, é preciso ficar atentos e observando o que a gente pode não reproduzir desse futebol masculino, que é um mercado de pouca transparência, viola direitos o tempo inteiro e é muito cruel com as pessoas que vislumbram se profissionalizar por esse caminho. Temos uma oportunidade de fazer algo mais sustentável e mais transparente a partir do futebol feminino.

Pensando a longo prazo, você ressalta que o futebol feminino não é só a Marta. Então, considerando o todo das atuais atletas, que legado esse ciclo de jogadoras vai deixar?
Eu imagino que a imagem delas nunca teve tanta projeção como está tendo agora. Então é pensar que crianças que nem imaginam que existia um futebol feminino vão ter a chance de ver, de gostar e de quem sabe até, se um dia quiser, ser uma jogadora.

Essa é uma experiência que gerações passadas, como a minha, nunca tiveram. Eu nunca me imaginei como jogadora, nunca vi uma mulher jogando na televisão. Acho que esse é o maior legado: oferecer uma opção, para qualquer coisa na vida, inclusive no futebol. E pensar que elas também podem levar essas bandeiras de luta, já que temos atletas de grande projeção, exemplo da Marta, da Formiga e da Cristiane.

Então, quando a Marta veste uma bandeira junto com o futebol, que ela já carrega com muita maestria, a gente tem a opção de trazer outros debates e de contaminar espaços, como o do esporte e o das perspectivas feministas. São lutas que estão em diferentes lugares, mas são super interseccionais. E eu acredito que o movimento feminista demorou para conseguir conversar, por exemplo, com o universo do esporte onde essas mulheres habitam.

Elas precisam também estar contaminadas e engajadas com o que está acontecendo para melhorar esse ambiente que elas ocupam. Então, não permitir os assédios que aconteceram no passado, não permitir os abusos de contrato e não se sujeitar à orientações de uma exploração muito sexista desse corpo.

Esse corpo só tem que estar lá para jogar, ele não precisa estar maquiado, bonito, ele tem que estar do jeito que quiser. Esse também é um debate muito caro para o futebol de mulheres. E eu acho que é tão benéfico para as jogadoras — não só da Seleção, mas de qualquer nível — como para quem está do lado de fora pensar que é importante reconhecer o futebol de mulheres no nosso cotidiano.

Então, para além da Copa do Mundo, onde está esse futebol? Ele está na nossa história, mas a gente sabe contar sobre ele? Ele está nos clubes? Eu conheço os times onde tem? Eu deixo minha filha praticar e experimentar o futebol? Eu já dei uma bola para a minha filha ou para a minha sobrinha? São perguntas que vão para além dessas estruturas institucionais, mas com o nosso cotidiano: o quanto que a gente, de fato, não reproduz uma esfera tão machista quanto foi e que, eu espero, que seja o passado da modalidade.



Festival esportivo suburbano realizado entre 4 equipes de futebol feminino no campo do Bomsucesso F.C em maio de 1940. As jogadoras do Sport Club Brasileiro saíram vitoriosas dos certames/ Acervo Biblioteca Nacional
E aí eu abro esse convite para as pessoas visitarem o Museu do Futebol, a exposição Contra-Ataque fica aberta até o dia 20 de outubro.

Existe, enfim, limitações, a ideia de mulher no início do século é muito diferente da ideia da mulher que a gente tem hoje e como um esporte centenário vai atravessar toda essa história social dos brasileiros, nas suas dificuldades, nos seus enfrentamentos, então é a história de muitas mulheres guerreiras que estão sendo contadas lá dentro. Tem um material maravilhoso, desde fotografias inéditas e inusitadas a um acervo das medalhas olímpicas que a Seleção já conquistou, bolas, o desenvolvimento do uniforme feminino.

Por exemplo, não existia uniforme feminino até a Copa passada, então essa Copa é a primeira que a gente está vestindo algo que foi feito para a gente, foi feito para essa Seleção, então em 1988, elas vestiram os mesmos uniformes que sobraram do masculino, ou por exemplo, na Copa passada, a Seleção Feminina usou uma versão similar à masculina.

Então, tem aí vários desenvolvimentos, para quem gosta de camisa, tem camisas desde a década de 1980, dos clubes mais importantes da modalidade como, por exemplo, o Saad. Tem das meninas que jogam hoje, então, hoje a gente tem a Andressa, que veste a camisa 10 do Barcelona, a camisa dela está exposta, Paris Saint-Germain já contou com a Cristiane, com a Formiga…

Enfim, tem espaços mais interativos, tem um corredor das figurinhas gigantes para as crianças, também tem um pebolim com meninas, "ó, que coisa boba". A gente nunca teve um pebolim, eram só menininhos que a gente ficava chutando, o Totó, como é conhecido em outros lugares.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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COPA MUNDIAL DE FUTEBOL FEMININO - BRASIL X ITÁLIA


Torcida Arrebenta Sapucaia!




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Futebol feminino - Marta bate recorde no futebol feminino

Futebol feminino

Marta bate recorde no futebol feminino

Craque superou recordes de mundiais



  
Marta, a estrela da Seleção feminina brasileira de futebol, conseguiu uma proeza que mais ninguém tinha conseguido em mundiais, tanto masculinos como femininos: marcou no quinto mundial em que participou.
A atacante esteve nos campeonatos de 2003, 2007, 2011 e 2015, marcou em todos e agora, no Mundial de França/2019 voltou a marcar. Foi no Brasil-Austrália, de penálti - um jogo que acabou com ma vitória das australianas, por 3-2.

Foi o décimo sexto gol de Marta em mundiais. Se voltar a marcar, a jogadora de 33 anos ultrapassa o recorde atualmente detido pelo alemão Miroslav Klose, que conta também 16 gols em mundiais de futebol, mas jogou apenas quatro.


Fonte: Portal Vermelho A esquerda Bem Informada
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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Greve Geral: Confira lista de atos e mobilizações desta sexta-feira

Greve Geral: Confira lista de atos e mobilizações desta sexta-feira

A Greve Geral convocada pelas centrais sindicais CTB, CUT, CGTB, UGT, Nova Central, Conlutas,Intersindical, Força Sindical, com apoio das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e outras inúmeras entidades da sociedade civil organizada, prometem grande paralisação contra a reforma da Previdência, contra os cortes na Educação e por mais empregos. Trabalhadores prometem parar nesta sexta-feira (14).

Ricardo Stuckert
Última greve geral convocada pelas centrais ocorreu no dia 28 de abril de 2017 no Largo da Batata. Várias cidades aderiram à paralisação. As cidades ficaram vazias.Última greve geral convocada pelas centrais ocorreu no dia 28 de abril de 2017 no Largo da Batata. Várias cidades aderiram à paralisação. As cidades ficaram vazias.
Os sindicatos dos trabalhadores de transporte público como metrô, ônibus e trens também aderiram à Greve o que pode estender ainda mais a paralisação para as redes privadas e comércio em geral, principalmente nas grandes cidades. Capitais como São Paulo (SP), Porto Alegre (SP), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Brasília (DF), já anunciaram a paralisação no transporte. Vários estabelecimentos na região central dessas capitais confirmaram que não abrirão as portas.

Em nota, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) anuncia que essa "sexta-feira, 14 de junho, é dia de luta contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro, por uma aposentadoria digna, em defesa do Emprego e da Educação", destaca o texto.

No comunicado, a CTB alega que o governo Bolsonaro "mente quando diz que a reforma da Previdência vai resolver o problema econômico e gerar emprego". A entidade conclama: "Vamos juntos participar dos atos organizados pelas entidades sindicais e movimentos sociais contra esta perversa reforma que quer acabar com a dignidade do povo brasileiro". 

Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou um levantamento dos atos políticos marcados em todas as capitais e em várias cidades do interior. Confira a seguir:

Acre

Mobilização com piquete no local de trabalho de algumas categorias às 7h da manhã. Depois, tem ato na Praça da Revolução, no centro de Rio Branco, às 10h, de onde sairá um cortejo em defesa da Previdência pública e solidária e da educação pública e mais empregos. À noite, no Cine Recreio tem noite cultural e show na Gameleira.

Alagoas
O ato político terá concentração às 15h na Praça do Centenário, uma das principais de Maceió. Os alagoanos e as alagoanas também vão se manifestar contra a intenção do governo Bolsonaro de privatizar o setor de saneamento básico no país, o que inclui a distribuição de água à população.

Amapá
Às 08h começa a paralisação de várias categorias e às 15 horas terá um ato “Lula Livre” na Praça da Bandeira, em Macapá.

Amazonas
Ato será às 15h, na Praça da Saudade em Manaus.

Bahia
Além da Capital, Salvador, há atos confirmados em pelo menos mais 21 cidades. Confira:

Salvador - Campo Grande, 15h

Feira de Santana - Estacionamento da Prefeitura, 7h

Vitória da Conquista - Praça Guadalajara (Escola Normal) 8h

Santo Antônio de Jesus - Praça da Biblioteca, 8h30

Cachoeira - Praça do Mercado Municipal, 9h

Camaçari - Praça Montenegro, 8h

Alagoinhas - Praça JJ Seabra, 7h

Seabra - Praça da Bandeira, 8h

Guanambi - Praça Manoel Novaes, 7h30

Caetité - Praça da Catedral, 7h30

Itabuna - Praça Adame, 6h

Ilhéus - Praça Cairu, 8h

Eunápolis - Praça do Pequi, 13h30

Porto Seguro - Trevo da Rodoviária, 8h

Teixeira de Freitas - Supermercado Faé, 10h

Brumado - Cesta do Povo, 16h30

Jequié - Praça dos Correios, 7h

Juazeiro - INSS, 8h30

São Félix - Ponto das Vans, 7h

Correntina - Museu de Correntina, 7h

Itaberaba - Praça do Coqueiro, 8h

Itapetinga - Praça dos Pioneiros, 8h30

Ceará

Em Fortaleza, além das paralisações previstas, acontecerá a Marcha Estadual da Classe Trabalhadora contra a Destruição da Previdência na Praça da Bandeira, no Centro, a partir das 10h30.

Outros municípios também se organizaram para fazer ato político.

Aquiraz - ato será na Rodoviária, às 7h30

Barreira - Praça dos Taxistas, às 8h30

Beberibe - Câmara dos Vereadores, às 8h

Caucaia - Praça da Matriz, às 8h

Crateús - Praça da Matriz, às 7h

Icó - Sede do Sindicato dos Servidores Municipais às 8h30

Iguatu - Praça da Caixa Econômica Federal às 8h

Iracema - Praça Casimiro Costa Moraes (Mangueira), às 7h

Itapipoca - Praça do Cafita, às 8h

Jaguaribara - Escola Estadual Liceu, às 7h

Limoeiro do Norte - INSS (Ao lado da Honda), às 8h

Maracanaú - Praça da Estação de Maracanaú, às 8h

Milhã - Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 8h30

Nova Russas - Praça da Macavi, às 8h

Pacujá - Sede do Sindicato dos Servidores Municipais às 8h

Quixadá - Praça da Catedral às 8h

Regional Cariri – Juazeiro do Norte será no CREDE (Rua São Pedro com Rua Rui Barbosa), às 8h

Russas - Secretaria da Saúde às 7h30

Sobral - Praça de Cuba às 8h

Tauá - Local a confirmar

Distrito Federal
No Plano Piloto não vai ter transporte. Os cerca de 12 mil rodoviários, condutores e cobradores aprovaram em assembleia na sexta-feira (7) que cruzarão os braços por 24 horas. As escolas públicas também confirmaram paralisação. Confira os serviços que farão greve nesta sexta feira, no DF:

Serviço de Limpeza Urbana (SLU); Defensoria Pública; Procuradoria do DF; Rodoviários; (Transporte Urbano); Metroviários (Metrô DF); Professores do GDF (Escolas Públicas); Na Hora;
Zoológico; DETRAN; CAESB; Bancários; INSS (Unidades do DF).

Os sindicatos filiados estão organizando aulas públicas, assembleias, piquetes, panfletagens e muito diálogo com a população sobre reforma da Previdência, corte na educação, desemprego, acesso a terra e sobre as privatizações.

Espírito Santo
Sindicalistas e representantes das frentes estão fazendo reuniões para decidir local do ato.

Goiás
O ato político será às 10 horas, na Praça Cívica, em Goiânia.

Mato Grosso
A concentração do protesto será na Praça Ipiranga, em Cuiabá, às 14 horas.

Mato Grosso do Sul
Em Campo Grande com concentração às 09 horas na Praça do Rádio Clube

Minas Gerais
O ato unificado da CUT e demais centrais e sindicatos será às 11h, com concentração na Praça Afonso Arinos, em Belo Horizonte.

No Vale do Aço, a concentração será na Praça Domingos Silvério, conhecida como Praça dos Aposentados às 14h. Em seguida terá caminhada pelas avenidas Getúlio Vargas e Wilson Alvarenga seguido com um ato político em frente ao INSS.

Pará

Em Belém, o ato será às 10 horas na Praça da República.

Paraná
Na capital Curitiba, serão dois pontos de concentração para atos públicos de rua no centro: às 11h, em frente ao Centro Cívico; e às 14h, na Praça Santos Andrade. O encerramento das atividades será na Boca Maldita.

Ao amanhecer, cada sindicato de representação de trabalhadores irá atuar na mobilização das bases nos locais de trabalho: bancários nas agências centrais e centros administrativos nos bairros; metalúrgicos nas portas das empresas; petroleiros em frente à Repar; servidores públicos estaduais reunidos no centro. Uma carreata será realizada na região da CIC, num trajeto entre as empresas metalúrgicas. 

Os movimentos populares estudantis, sociais do campo e da cidade e ativistas dos partidos políticos de esquerda também se comprometeram em atuar pela viabilidade das mobilizações junto aos trabalhadores.

No interior do Paraná, os grandes sindicatos vão mobilizar suas bases, com ações programadas nas cidades de Londrina, Maringá, Toledo, Cascavel, Umuarama, Francisco Beltrão, Pato Branco. O MST também vai mobilizar em dez cidades-polo e em municípios pequenos. 

Paraíba
O ato será em João Pessoa, na Lagoa, a partir das 15h.

Pernambuco
O ato será no cruzamento da Rua do Sol com Rua Guararapes, no Centro do Recife, às 14 horas.

Piauí
O ato político na capital Teresina está marcado para às 8h, na Praça Rio Branco.

Rio de Janeiro
Ato a partir das às 15 horas na Candelária e caminhada para a Central do Brasil.

Vários municípios ainda estão se organizando para fazer atos descentralizados. Matéria será atualizada.

Rio Grande do Norte
Em Natal, o ato político será na calçada do Midway às 15 horas e termina com um show político cultural na praça de Mirassol.

Açu – Concentração 7h30 ao lado do INSS

Caicó – Ato público às 7h30 na Praça da Alimentação, no centro.

Mossoró – Assembleia unificada na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do RN (Sinte/RN), às 7 horas.

Outros municípios também prometem atos, como em Caraúbas, Angicos, Pau dos Ferros, Apodi, Canguaretama, São Paulo do Potengi.

Rio Grande do Sul
A concentração do ato político será às 17h, seguida de ato, às 18h, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre.

Rondônia
O ato político será a partir das 08h, na Praça das 3 Caixas d’Água

Roraima
Em Roraima tem programação de atividades.

O ato da capital será às 15h, com passeata até a Praça do Centro Cívico

Em Roraima tem uma série de atividades já marcadas:

6h– Café da manhã coletivo – Universidade Federal de Roraima (UFRR)

7h30 – Ato na frente do Ibama

13h30– Concentração no Portão da UFRR (Entrada da Av. Ene Garcez).

16h– Ato “Contra a Reforma da Previdência”, na Praça do Centro Cívico.

18h às 22h – Show musical e Cultural “Nenhum Direito à Menos” na praça do centro cívico.

Santa Catarina
Ato em Joinvile será a partir das 9h, na Praça da Bandeira.

Em Caçador, será às 14h, na Praça Nossa Senhora Aparecida

Em Criciúma, às 14h, no calçadão.

Em Blumenau, às 10h, na Praça do Teatro Carlos Gomes.

Em Chapecó, ato será Coronel Bertaso.

São Paulo
O ato político será na Avenida Paulista, no vão livre do Masp, a partir das 16 horas. Uma caminhada até a Praça da República está para ser confirmada.

Sergipe

Em Aracaju, vários protestos serão realizados desde a madrugada e também no turno da manhã. À tarde, a partir das 15h, na Praça General Valadão.

Tocantins
Em Palmas, a partir das 8h, na Avenida JK, próximo ao Colégio São Francisco.

Matéria atualizada às 16h45 para acréscimo de informações. 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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