domingo, 21 de maio de 2017

Samarco desaloja famílias 18 meses depois do crime em Mariana

Samarco desaloja famílias 18 meses depois do crime em Mariana



Dona Geralda observa o canteiro de obras feito pela Samarco e que obrigado as famílias a conviver com mau-cheiro e poeira dos rejeitosDona Geralda observa o canteiro de obras feito pela Samarco e que obrigado as famílias a conviver com mau-cheiro e poeira dos rejeitos

“Eu fui prejudicada por esta lama aqui, mas não foi totalmente pela que veio de Mariana. A tragédia aqui foi eles é que fizeram. Eles é que trouxeram esta lama e puseram aqui. Não foi a que veio. Não veio lama aqui para atingir assim, não. Eles trouxeram do centro da cidade pra cá e foram colocando aí aonde está provocando todo este problema,” conta a idosa de 66 anos que mora naquela mesma área desde recém-nascida.
 
Na madrugada do dia 6 de novembro de 2015, o mar de lama que desceu de Bento Rodrigues e veio como avalanche pelos rios Gualaxo do Norte e Carmo e invadiu o centro urbano de Barra Longa. Atingiu cerca de 180 quintais, destruiu ou causou danos graves em mais de 100 casas, acabou com espaços coletivos como igrejas, praças, escolas, campos de futebol, etc., levou a cidade ao colapso total e transformou o pacato município em um canteiro de obras.
 
Na praça Manoel Lino Mol, a lama chegou a 8 metros de altura. E para retirar esta imensa quantidade de lixo da mineração do lugar coletivo mais importante para a população e também das casas dos moradores e comerciantes da região, a Samarco começou uma operação desastrosa utilizando caminhões que espalharam a lama ainda líquida por ruas não atingidas.
 
E para piorar a situação, a Prefeitura Municipal permitiu que a Samarco utilizasse o Parque de Exposição como local de depósito temporário de lama até que fosse encontrada uma solução definitiva. “Diante de tudo o que vivemos aqui até hoje e vendo esta montanha de rejeito diante de nós não é difícil reafirmar o slogan que eu criei: ‘É a Samarco levando a lama aonde a tragédia não chegou”, ironiza Serginho Papagaio, morador da cidade e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
 
De fato, a lama não adentrou em boa parte do Parque, que era construído às margens do rio Carmo. E a parte atingida recebeu uma quantidade bem menor do que a montanha depositada pela empresa posteriormente. “Parece que aqui vivia animal, cachorro. Ninguém se importou quem morava, se tinha gente doente, criança, idoso. Foram colocando isto sem pedir obediência, sem dar informação, sem consultar ninguém”, desabafa Dona Geralda.
 
Antes do rompimento ela e seus filhos e netos que moram em três casas bem próximas viviam tranquilamente produzindo na área atingida. “Temos aqui mais de 200 cabeças de galinhas, cabras, codornas, cavalo, nossos cachorros, além de muitos pés de plantas, frutas, legumes, etc. Hoje, reduziu bastante nosso espaço e não temos como manter o trabalho de antes. Além disto, não confiamos e não comemos as galinhas que pastam neste rejeito. Ninguém sabe o que tem nele”, comenta Carlos Antônio, 47 nos, filho de Dona Geralda.
 
Descaso total também com a saúde com os atingidos
 
Viver expostos ao rejeito que está a menos de 20 metros de suas casas, certamente não é algo saudável. E todos os moradores têm relatos de problemas de pele, alergias respiratórias, situações que pioraram ou mesmo surgiram somente depois da lama.
 
Dona Geralda vive uma situação de risco grave. Ela tem esclerodermia sistêmica, uma doença do tecido conjuntivo que envolve alterações na pele, nos vasos sanguíneos, nos músculos e nos órgãos internos e que pode gerar outros problemas, sobretudo, respiratórios. Viver exposta a poeira do rejeito já levou Dona Geralda ao hospital com falta de ar necessitando, inclusive, de balão de oxigênio. “Foi depois da lama que eu piorei. Nunca tinha ficado com falta de ar”, denuncia a idosa.
 
Apesar de ser um assunto amplamente discutido em diversas reuniões organizadas pelo MAB e o Ministério Público, em agosto de 2016 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a Samarco em R$ 1 milhão porque ela omitiu em documento oficial a existência de um depósito temporário de lama em Barra Longa.
 
E a atuação da mineradora se resumiu a colocar suas consultorias do chamado “Diálogo Social” para visitar as famílias e nada resolver. Nenhum morador teve atendimento ou acompanhamento especial em casos de doença, nenhuma indenização foi paga, sequer oferecida, nenhum cartão subsistência entregue. E somente depois de 18 meses, a empresa decidiu fazer uma proposta de transferência temporária das famílias.
 
“Na verdade, neste tempo ela fez algo sim. Estava me esquecendo. Com a desculpa de proteger os moradores, a Samarco cercou o parque todo. Quem chega na cidade não vê como estas famílias moram. E esta tragédia se torna invisível. É uma vergonha”, denuncia Serginho Papagaio.
 
Para Thiago Alves, integrante da coordenação do MAB e morador da cidade, sair de casa, mesmo que seja por um curto tempo, não é uma decisão fácil, sobretudo com crianças e idosos, pessoas doentes que precisam de atenção especial. “Mas, a Samarco nunca apresentou uma proposta que desse segurança aos moradores. O que ela fez foi cercar o Parque e escondê-las. Agora, depois da nossa pressão por causa do impacto na saúde, a empresa decidiu tirar os moradores. Mas, como? Para onde? Quais as garantias? Como será indenização e as compensações? E o que a Samarco vai fazer com este rejeito?”, questiona.
 
Especialmente nas últimas semanas, o MAB tem feito reuniões e visitas e contribuído para que os moradores se organizem para garantir todos os direitos, inclusive o de saber como será o projeto do novo Parque. “A Samarco quer espalhar o rejeito e altear o campo e o Parque. Isto é o mais correto? È a solução segura para os moradores? Queremos que a população discuta e decida. Eles é que vão viver estes impactos e o resultado das construções feitas”, comenta Thiago.
 
Além de Dona Geralda, outras 7 famílias vivem as angústias e esperam respostas. A Assessoria Técnica independente que será feita pela Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social - AEDAS é aguardada ansiosamente como um grande instrumento de trabalho para organizar e garantir direitos. Manifestações serão realizadas caso a pauta dos atingidos não avance, inclusive em relação à garantia do direito a saúde.
 
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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sábado, 20 de maio de 2017

Ministro de Temer diz que trabalha pessoalmente pela Samarco

Ministro de Temer diz que trabalha pessoalmente pela Samarco

Reprodução
  
“Com a Samarco em particular, eu estou cuidando pessoalmente do relacionamento com a presidente do Ibama, com o pessoal do estado de Minas Gerais, com as prefeituras. Nós conseguimos agora solucionar, faz uns 15 dias, o problema que tinha com a última prefeitura que precisava dar a licença para que no segundo semestre a gente possa estar com a Samarco de novo operando. Eu estou muito animado”, disse ao participar do seminário Brasil Futuro, na capital paulista.

As atividades da mineradora controlada pela Vale e BHP estão paralisadas desde que todas as suas licenças ambientais foram suspensas em decorrência da tragédia de novembro de 2015, quando houve o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG). 

Foram mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos lançados contra quilômetros da região, que devastou vegetação nativa, poluiu a bacia do Rio Doce e provocou 19 mortes. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.

A empresa ainda não arcou com os custos das reparações dos danos causados do rompimento da barragem. O ministro, por sua vez, disse estar preocupado com o incentivo dos investimentos na área de mineração. Ele afirmou que uma proposta do Código de Mineração, que tramita no Congresso, deve ser retirada e substituída por outros projetos. 

No último dia 13, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que prefeitura de Santa Bárbara deverá emitir em 10 dias um documento dizendo se as estruturas da Samarco na cidade estão ou não em conformidade com a legislação municipal de uso e ocupação do solo. Já entregaram o documento as prefeituras de Catas Altas, Matipó, Ouro Preto e Mariana.

A prefeitura de Santa Bárbara alegou que a retomada das atividades da Samarco provocaria impactos no meio ambiente, o que exigiria ações de mitigação por parte da mineradora. Com base no Decreto Municipal 2.488/2013, o município chegou a solicitar à mineradora a entrega de estudos ambientais.

No entanto, o desembargador Raimundo Messias Dias acolheu argumentação da Samarco e apontou que avaliação dos impactos ambientais é de responsabilidade do governo estadual, cabendo ao município tão somente avaliar a conformidade em relação à sua legislação de uso e ocupação do solo. A decisão é de quinta-feira (11). "Não pode o município fazer exigências típicas do licenciamento, mostrando-se ilegal o Decreto Municipal 2.438/2013", diz o despacho.
 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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Curso de Extensão - Educação Ambiental: uma abordagem crítica



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Eleições diretas: Confira o calendário de manifestações neste domingo

Eleições diretas: Confira o calendário de manifestações neste domingo 


Frente Povo Sem Medo
  
Movimentos sociais e lideranças políticas denunciam que a eleição indireta seria um novo golpe ao Brasil, tendo em vista que o já desmoralizado Congresso Nacional seria o responsável por eleger um novo Presidente da República, justificando dessa forma a necessidade do povo decidir os rumos do país.

Michel Temer encontra-se, desde a última terça-feira (17), mergulhado em acusações envolvendo corrupção, organização criminosa e obstrução à justiça, após vir à tona a delação premiada do dono da Rede JBS, Joesley Batista, detalhando o envolvimento do presidente à situações escusas.


Confira o calendário de manifestações: 


09:00 — Belo Horizonte (MG)

Circuito Liberdade

09:00 — Campo Grande (MS)

Praça Ary Coelho

09:00 — Diamantina (MG)
Largo Dom João

09:30 — Uberlândia (MG)

Praça Tubal Vilela

10:00 — Goiânia (GO)
Praça do Trabalhador

10:00 — Porto Alegre (RS)
Redenção — Parque Farroupilha

13:00 — Feira de Santana
Bar Mangueira, Próximo A Igreja De Capuchinhos

14:00 — Campos dos Goytacazes (RJ)
Calçadão de Campos

14:00 — Piracicaba (SP)
Praça José Bonifácio

14:00 — Marília (SP)
Prefeitura de Marília

14:00 — Campo Mourão (PR)
Praça São José Campo Mourão

15:00 — São Paulo (SP)
MASP

15:00 — São Paulo (SP)
MASP

14:00 — Dublin — Irlanda
Phoenix Park

14:00 — Westmount, Canada
Westmount Square

15:00 — Fortaleza (CE)
Estátua De Iracema

15:00 — Santa Bárbara Do Oeste (SP)

Teatro Municipal Manoel Lyra

16:00 — Blumenau (SC)

Prefeitura de Blumenau

16:00 — Pato Branco (PR)
Praça Presidente Vargas

16:00 — Araçatuba (SP)

Praça Getúlio Vargas

16:00 — Hortolândia (SP)
Praça São Francisco de Assis

16:00 — Palmas (TO)
Praça Dos Girassois

16:00 — Bogotá, Colômbia
Plaza de Bolivar

17:30 — Nova Iorque — EUA
Union Square Park


Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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quarta-feira, 10 de maio de 2017

domingo, 7 de maio de 2017

Feira mostra que reforma agrária é viável e produz alimentos saudáveis

Feira mostra que reforma agrária é viável e produz alimentos saudáveis


Evento reúne cerca de 800 assentados de todo o Brasil. "Oferecemos para a população uma produção agroecológica, a pessoa vai comer sem medo nenhum", afirma camponesa de Rondônia.


Evento vai até domingo (7) com shows, seminários e comida típica de todas as regiões do paísEvento vai até domingo (7) com shows, seminários e comida típica de todas as regiões do país
Maria de Lourdes Pereira de Souza, 46 anos, conhecida como Lourdinha, venceu em 2015 a etapa estadual do prêmio "Mulher de Negócio", concedido pelo Sebrae, na categoria produtora rural. "Sou a única mulher do MST, de todo o Brasil, a ganhar um prêmio nessa categoria", afirma, com orgulho. A razão do prêmio foi a sua produção de uvas de mesa no assentamento Marrecas, da cidade de São João do Piauí (PI). Segundo ela, as uvas produzidas no assentamento proporcionam duas colheitas por ano, uma vantagem em relação àquelas cultivadas na região Sul.

Lourdinha está desde quinta-feira (4) no estande do Piauí, na 2º Feira Nacional da Reforma Agrária, no Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo, ao lado de trabalhadores rurais de outros assentamentos do estado. As premiadas uvas não puderam ser trazidas in natura devido à distância, mas o visitante que for ao estande encontrará diversos produtos à base de uva, como geleias, licores e doces, além de doces de mamão e de goiaba. "Todos produzidos por uma associação de mulheres do assentamento e que ajudam na renda familiar", enfatiza.

Criado em 10 de junho de 1989, o assentamento Marrecas, coordenado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi o primeiro do estado do Piauí e hoje conta com 230 famílias. "Somos referência para outros assentamentos do estado", diz ela, esclarecendo que a produção é diversificada e além das uvas, há o cultivo de abóbora, milho, feijão e goiaba, entre outros alimentos. "Tivemos a sorte de haver um lençol freático passando por baixo do assentamento, então trabalhamos com área irrigada." A água jorrada por um único poço, o segundo maior do estado, irriga 20 hectares "sem gastar um único kilowatt de energia".

Para a feira, que está aberta à população até o próximo domingo (7), os agricultores do Piauí trouxeram um caminhão cheio de produtos. "Estamos vendendo bem e a feira está só começando. O povo está gostando", celebra. "Tudo o que a gente produz se vende bem e tudo tem necessidade de consumo. Só em estar comendo um produto de qualidade, você está tendo vida e dando vida para seus filhos. Nossos produtos são muito procurados por serem orgânicos", explica Lourdinha.

Para ela, sair do Piauí e vir para São Paulo participar da feira organizada pelo MST é uma grande oportunidade. "Vir para uma feira dessas é muito importante. Dá orgulho poder demonstrar o nosso produto e o pessoal ver que o agricultor tem como cultivar um produto de qualidade, faz a gente ficar mais entusiasmada. Temos ainda o grande problema no Brasil que é ocupar, resistir e produzir. Ocupar é muito fácil, resistir não é problema, agora, produzir e se manter na terra é o mais difícil", afirma Lourdinha, ressaltando que os alimentos produzidos nos assentamentos do Piauí costumam ser vendidos em feiras nas cidades vizinhas, para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e para Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Alimento saudável e conscientização

A importância da 2º Feira Nacional da Reforma Agrária é ressaltada também por Zunália Neres dos Santos Ferreira, de 49 anos, natural de Ariquemes, em Rondônia. "Sou camponesa", destaca, sem esconder o orgulho.

Ela é do assentamento Madre Cristina, criado há 18 anos, depois de mais 10 anos de acampamento. Para ela, a feira é relevante por dois motivos: oferecer a produção dos assentados de todo o Brasil e mostrar a importância da reforma agrária.

"Quando o camponês de Rondônia imaginaria vir vender em São Paulo?", questiona. "Então, isso é muito importante. O outro aspecto é mostrar pra sociedade que a reforma agrária é viável. Temos mostrado para o povo que é viável por vários motivos, e um deles é oferecer pra população uma produção agroecológica, a pessoa vai comer sem medo nenhum porque sabe que não vai fazer mal, diferente da produção do agronegócio. Esse é um papel muito importante da feira. E fazer com que a população entenda que quando nós ocupamos um latifúndio, só fazemos isso porque ele está inválido, não está produzindo e nós queremos colocar a terra pra produzir", explica Zunália.

A camponesa não esteve presente na 1º Feira, realizada em 2015, embora outros colegas tenham, na ocasião, trazido seus produtos. "Naquele ano, tudo o que a gente trouxe, vendeu." Em 2017, o estande de Rondônia tem abóbora, limão, laranja, mexerica, diversos tipos de doces, açafrão, colorau, café moído, farinhas e diferentes tipos de bananas. "Temos muita coisa na barraca", diz Zunália. Mas a estrela do estande de Rondônia, ela afirma, é o cacau e seus muitos derivados, entre eles, o chocolate. Em 2015, antes do último dia do evento, já não havia mais cacau para vender.

Ao todo, a 2º Feira Nacional da Reforma Agrária tem cerca de 800 feirantes, mais de 100 cooperativas e associações, em torno de 600 produtos e 280 toneladas de alimentos, além de uma programação de shows e debates.

De acordo com Zunália, há sete assentamentos com produção agroecológica no estado de Rondônia, todos ligados ao MST. No assentamento Maria Cristina, onde ela vive, além do cacau, são cultivados feijão, banana, milho, amendoim, batata, abóbora, mandioca, além de frutas típicas da região, como cupuaçu e açaí. "Pra encurtar, a gente só não produz arroz", diz ela, sorrindo.

Assim como os assentados do Piauí, os trabalhadores rurais de Rondônia também vendem sua produção para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e em feiras nas cidades vizinhas. "Isso ajuda muito na diversidade da produção e, na agroecologia, você precisa diversificar." A comercialização iniciou ainda no governo Lula com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), atualmente parado sob a gestão de Michel Temer. "Isso ajudou muito os assentamentos, a gente plantava e sabia que vendia."

Zunália afirma que hoje a procura por alimentos agroecológicos é grande e que nas feiras em que participa, a barraca do MST tem sempre movimento. "O povo deixa de comprar onde comprava, e vem comprar da gente. A aceitação é muito grande. Por mais que a TV diga que a produção boa é a do agronegócio, isso não é verdadeiro e a população está percebendo", disse, enfatizando que os produtos dos assentados têm o preço até menor que o da produção tradicional.

A camponesa lembra que nos anos de 1990 havia grande preconceito com o MST e que ela, junto com outros colegas, chegou a temer participar de feiras nas cidades. Um sentimento que atualmente afirma não sentir mais.

"Hoje a população já sabe que onde tem nossa bandeira, tem algo sério, não estamos ali pra enganar ninguém, tudo o que fazemos é com muita atenção. Já erramos, somos seres humanos, mas sempre tentamos de todas as formas fazer o mais correto possível. Não estamos aqui pra criar conflito, estamos aqui é para diminuir o conflito no campo", pondera, antes de voltar a atender os clientes na feira. 


Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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sábado, 6 de maio de 2017

Convite - Reunião ordinária do Movimento


C o n v i t e 
Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa  convida para participar da reunião ordinária do mês de maio, a realizar-se excepcionalmente na 2ª segunda-feira do mês, devido ao dia magno do trabalhador.

Pauta:
1. Informes;
2. Elaboração do filme ambiental UCHOA: A MATA PULSANTE;

3. Discussão sobre: 
3.1. o Projeto RIO LIMPO CIDADE SAUDÁVEL ( Rio Tejipió );
3.2. visita à Mata.

Data: 08/05/2017 ( segunda-feira )
Hora: 19h
Local: Escola Vila Sésamo
           Rua Amador Araújo,230 - Barro – Recife/PE.      

Sua presença será necessária para o desenrolar da luta pelo Parque Natural Rousinete Falcão nos CENTO E NOVENTA E DOIS HECTARES remanescentes de Mata Atlântica, reconhecida pela ONU como RESERVA DA BIOSFERA MUNDIAL
Coordenadores ( ras ):
Luci Machado - 98637.1747
José Semente - 98595.8666
Jacilda Nascimento - 99965.0916
Arlindo Lima - 98622.9518
Patricia Maria 9183.9762
Augusto Semente - 99258.7195
 

Mata Atlântica Sim!
Recife Merece Mais um Parque!


Foto aérea da Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica



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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Greve foi a maior da história e pode abrir novo caminho para o Brasil

Greve foi a maior da história e pode abrir novo caminho para o Brasil

Ricardo Stuckert
Manifestação no Largo da Batata, na capital paulistaManifestação no Largo da Batata, na capital paulista

E foi assim, com unidade das Centrais Sindicais, com o chamado de católicos, evangélicos, umbandistas que hoje misturaram suas cores e cruzaram os braços na maior greve geral da história do Brasil.

Só não participou quem julga que são os trabalhadores e os mais pobres que têm que pagar a conta da crise, do conluio que chantageia todos os dias o Estado brasileiro. Mas desses aí, ninguém sentiu falta, hoje eles inexistiam porque só queríamos encontrar quem estava em greve, construindo, debatendo, fazendo piquete e atos.

Esta greve entra para a história por estar inserida nesse contexto complexo e difícil, de extrema fragilidade e crise das instituições brasileiras. E por isso, essa união tão esperada é também tão importante.

O que faz a maior cidade da América Latina ficar totalmente vazia? A ameaça de um furacão, um atentado de organização criminosa? Não, não foi uma ameaça, foi luta em defesa da aposentadoria e essa força tão grande só ser significado da união e coragem desses setores que construíram a greve.

As fotografias das cidades vazias, dos ônibus enfileirados, dos bancos e metrôs fechados também gritavam: ainda sonhamos, estamos vivos, lutamos e vamos lutar por muito mais tempo. Afinal, de todos os embates que outras gerações antes das nossas passaram, a resistência e o brilho nos olhos de continuar acreditando que outro mundo é possível.

O Brasil pode ir dormir hoje mais tranquilo, não por ter conquistado a retirada da reforma da Previdência da pauta, mas por estar mais maduro para os embates em defesa da aposentadoria, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e de retomada da democracia, do crescimento e emprego.

Aqueles que participaram da greve e dos atos hoje, depois de muito tempo de agonia, também podem encostar a cabeça no travesseiro e dormir melhor, por hoje, o papel foi muito bem cumprido.

Dados
A greve geral teve adesão de diversas categorias que estão construindo a luta em torno da defesa da Previdência desde o início do ato. De acordo com as centrais sindicais, 35 milhões participaram das paralisações e protestos em todo o Brasil.

Em São Paulo, os metroviários pararam mesmo sob decisão liminar pedida pelo governador Geraldo Alckmin para esvaziar o movimento. Os condutores também paralisaram as suas atividades desde a meia-noite de hoje.

Professores da rede municipal, estadual e particular participaram em massa em todo Brasil. Bancários, petroleiros, metalúrgicos também tiveram grande adesão. No ABC, berço da greve de 1979, seis montadoras e 60 mil trabalhadores cruzaram os braços em defesa da aposentadoria e contra a reforma trabalhista, que foi aprovada nessa semana na Câmara, após manobra do presidente Rodrigo Maia.

Alguns anteciparam os atos que comemoram o dia internacional do trabalhador, na próxima segunda-feira, dia 1º, e outros, para contar com a participação de setores que não estavam relacionados à uma categoria específica, também fizeram atos.

Em Porto Velho, mais de sete mil pessoas foram às ruas contra as reformas. No Pará, onde teve grande adesão dos bancários e professores, 100 mil pessoas bloquearam estradas, ruas, avenidas, fizeram atos e piquetes. Em Macapá, mais de 10 mil.

No Nordeste a mobilização dos atos foi grande. No Ceará, cerca de 500 mil pessoas participaram das paralisações e mobilizações em todo o estado. Em Salvador, de acordo com os organizadores, 70 mil; no Rio Grande do Norte 100 mil pessoas; e em Pernambuco, 200 mil manifestantes, conforme a Frente Brasil Popular Pernambucana, e em Sergipe, mais de 60 mil participantes.

Em Minas Gerais, só na capital, 150 mil pessoas participaram de atos, passeatas, paralisações. Em diversas cidades do interior mineiro também houve atividades.

Em São Paulo, além da forte paralisação dos serviços essenciais, como Sabesp, educação e transporte público, no final do dia cerca de 70 mil pessoas participaram de manifestação que teve como ponto de concentração o Largo da Batata e foi até a casa do presidente Michel Temer, principal autor das propostas que retira direitos dos trabalhadores. No Rio de Janeiro, 40 mil pessoas participaram das paralisações e atos que foram fortemente reprimidos pela Polícia Militar.

No Mato Grosso reuniu cerca de 30 mil participantes e já no Mato Grosso do Sul, mais 60 mil pessoas. No Rio Grande de Sul, tanto a capital como cidades do interior também tiveram atividades da greve geral e no total contou com 50 mil. No Paraná, mais de 30 mil manifestantes.

Trancaços em defesa da aposentadoria

Uma das estratégias dos movimentos sociais foi a realização de bloqueios de principais avenidas, ruas e rodovias. Só em São Paulo, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública Estadual, mais de 50 trancaços foram realizados.

E entre os movimentos que fizeram os bloqueios também houve outra interessante unidade. Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Movimento dos Sem Terra, Coordenação dos Movimentos Populares, Movimento dos Atingidos por Barragem, Movimento dos Pequenos Agricultores e a Coordenação Nacional das Associações de Moradia fizeram uma ação coordenada para travar pontos estratégicos próximos aos aeroportos, terminal de ônibus e metrô logo cedo.

A ação teve como resposta da Polícia Militar muita repressão e mais de 20 pessoas presas em Arthur Alvim e Ipiranga, somente em São Paulo.

Guerra nas redes sociais
A palavra greve geral uma das mais procuradas na internet nos últimos dias. Tendência que foi confirmada hoje. Desde às 4h00 da manhã, a palavra mais comentada no Twitter era #BrasilEmGreve.

A hastag utilizada de maneira alinhada por todos os veículos, meios, ativistas e os chamados influenciadores digitais do campo progressista, ficou mais de 10 horas no primeiro lugar entre os assuntos mais utilizados nas redes e chegou a desbancar sucessos da indústria cultural norte-americana.


Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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