segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Morre Fabián Tomasi, símbolo da luta contra agrotóxicos no continente



Morre Fabián Tomasi, símbolo da luta contra agrotóxicos no continente


Fabián Tomasi, símbolo da luta mundial contra os agrotóxicos, morreu aos 53 anos em decorrência das complicações de saúde que teve devido à exposição aos produtos químicos. Ele era trabalhador da cidade de Basavilbaso, localizada no estado de Entre Ríos, na Argentina. 

Pablo Piovano
Fabian Tomási morreu aos 53 anos em decorrência da exposição direta aos agrotóxicosFabian Tomási morreu aos 53 anos em decorrência da exposição direta aos agrotóxicos
Tomasi passou parte de sua vida trabalhando em um avião fumigador nas plantações de soja do agronegócio argentino, sem nenhum tipo de proteção, porque seus patrões não o comunicaram que a exposição contínua poderia ser tão prejudicial, nem sequer ofereceram uma vestimenta adequada para que ele pudesse se proteger dos vapores tóxicos ou respingos de produtos como o glifosato. Este agrotóxico foi categorizado em 2015 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “provavelmente cancerígeno”.

Seu trabalho consistia em abrir as embalagens que continham as substâncias químicas, colocá-las em um recipiente e fumigar os campos de cultivo de soja em um avião fumigador.

Esta função trouxe consequências graves para sua saúde. Devido à exposição aos pesticidas, Fabián contraiu uma polineuropatia tóxica, um distúrbio neurológico que causa o mau funcionamento dos nervos periféricos, causando, entre outros sintomas, dores severas nas articulações, dificuldade de ingerir alimentos sólidos e limitação na mobilidade.

A história de Tomasi foi narrada no livro "Envenenados", do escritor e jornalista argentino Patricio Eleisegui, publicado em Buenos Aires pela Editora Gárgola (2017).

Com o passar dos anos, apesar do avanço da doença, que provocou uma debilidade física, o argentino se dedicou a denunciar sua condição e a de milhares de trabalhadores e comunidades rurais vítimas da exposição aos agrotóxicos, concedendo entrevistas e participando de campanhas contra os agrotóxicos e contava com o apoio de organizações ambientalistas e movimentos camponeses, apesar das constantes ameaças que sofria.

Em uma de suas entrevistas, concedida para a agência pública argentina Télam, comentou o descaso sofrido no país, um dos maiores consumidores de agrotóxicos na América Latina:
"Eu sempre dou o meu nome, meu endereço, para que os engenheiros químicos, os médicos, os políticos venham discutir o tema comigo, mas nunca tive a sorte de conversar com uma autoridade que se interesse pelo tema: ele é tratado quando a opinião pública se manifesta”, afirmou.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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domingo, 9 de setembro de 2018

Resistência à especulação imobiliária - A inspiração que vem do Parque Augusta

A inspiração que vem do Parque Augusta

A luta da comunidade pela preservação de uma área verde, de uso público, na região central de São Paulo, pode servir de parâmetro para imbróglios semelhantes em tantas cidades do Brasil

Por Wagner de Alcântara Almeida*

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Depois de mais de quarenta anos, parece que, enfim, o batalhado Parque Augusta, na região central da capital paulista, vai se tornar realidade. Um termo de acordo entre a Prefeitura de São Paulo, o Ministério Público Estadual e as construtoras proprietárias do terreno foi assinado no último dia 10 de agosto. A conquista de uma área verde, de uso público, em uma das zonas mais áridas da cidade, deixa um histórico de lutas que pode servir de inspiração para a vida urbana em tantas outras partes do Brasil.

O primeiro legado é o da resistência, inclusive ao poder econômico. A comunidade que se envolveu para garantir que o antigo jardim ficasse livre da cobiça do mercado imobiliário mostrou que, apesar de todas as adversidades, de passos adiantes e retrocessos, a mobilização vale a pena. Graças à intensa articulação de parte da sociedade, o poder público, mesmo com o histórico de ser conivente com a sanha das construtoras, dessa vez precisou por freios na ganância do capital privado.

Vereadores e prefeitos de todas as correntes políticas que controlaram e controlam a administração pública municipal nos últimos anos tiveram de tomar providências que, de alguma forma, atendiam à reivindicação da comunidade mobilizada. Se, por um lado, havia o lobby do mercado imobiliário, de outro estava a pressão popular – intensa e atenta. O acordo firmado entre Prefeitura, Ministério Público e construtoras é menos por iniciativa própria desses entes, e mais por força do povo unido.

Imbróglios assim são rotina em cidades pelo Brasil. Áreas de valor histórico, cultural, social, ambiental, da noite para o dia deixam de pertencer à coletividade para se tornarem reféns do poder econômico. No lugar de edificações antigas emblemáticas; de áreas verdes que representavam respiro para quarteirões tomados por concretos, da noite por dia aparecem tapumes e escavações, das quais tempos depois emergem edifícios artos, como cantou Adoniran Barbosa em “Saudosa Maloca”.

Não é se opor ao progresso. Ao contrário. É entender que progresso é qualidade de vida. E qualidade de vida se faz com refúgios ambientais, culturais; com espaços de convivência, pública, entre as pessoas que são as cidades.

Outro legado é para os gestores públicos. Aos técnicos da burocracia e aos detentores de cargos de confiança ou eletivos em todo o país, o acordo entre entes estatais e capital privado em São Paulo comprova ser uma falácia a desculpa de que impor contrapartidas à iniciativa privada afugenta investimentos.

É uma ladainha apregoada por quem só quer lucrar sem o mínimo de responsabilidade com o entorno, com a comunidade onde se insere. Ocorre justamente o contrário. Atuação forte do Estado, firme na defesa dos interesses públicos atrai investimentos de verdade. Que geram emprego, renda. Mas que geram condições dignas de vida em sociedade.

*É jornalista e professor. Mestre em estudos de linguagens. Licenciado em geografia. Bacharel em comunicação. Mantém e edita a Rede Macuco

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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Prefeitura e construtoras fecham acordo para criação do Parque Augusta

Prefeitura e construtoras fecham acordo para criação do Parque Augusta

A prefeitura de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (10) um novo acordo com construtoras para a criação do Parque Augusta, na região central da cidade. As construtoras Cyrela e Setin deverão fazer a doação do terreno e arcar com custos de R$ 10,1 milhões em indenizações e obras no terreno. 

Reprodução
  
Deste valor, R$ 6 milhões serão gastos na construção do parque, e outros R$ 250 mil para a criação de um corredor verde ligando a área do parque à Praça Rossevelt, e R$ 2 milhões para a manutenção da futura estrutura.

Em troca, as construtoras receberão cerca de R$ 180 milhões em títulos de potencial construtivo, que lhes dá o direito de construir o que haviam planejado em outros terrenos, ou ainda poderão negociar essas créditos no mercado imobiliário.

Em agosto do ano passado, o então prefeito, João Doria (PSDB), havia apresentado termos de um protocolo de intenções que previa a troca dos dois terrenos que compõem a área do parque por uma área pertencente ao município na região de Pinheiros. Com desconfiança dos apoiadores da criação do parque, e sem o aval da Justiça, o acordo não prosperou. 

Agora, com o entendimento da construtora com a prefeitura, que contou com o aval do Ministério Público, a previsão é que pendências judiciais sejam resolvidas até o final deste ano, para que o acordo possa então ser homologado na Justiça. A previsão, segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), é que obras do Parque Augusta tenham início em janeiro de 2019, com prazo para construção em até 18 meses.

Segundo os arquitetos Augusto Anea e Raquel Rolnik, que militam em favor da construção do parque, o novo acordo representa um "final feliz" em torno das disputas pela apropriação do espaço urbano em São Paulo. "O terreno que abrigará o Parque Augusta finalmente se torna um bem público e comum. Depois de décadas de impasse, a função social-ambiental-cultural do último bosque central da cidade prevaleceu sobre o direito das empresas proprietárias do terreno de explorá-lo construindo torres", afirmam os arquitetos, em artigo.

O MP detém ainda R$ 92 milhões de um dinheiro ilegal movimentado pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Pelo acordo, como a prefeitura não vai mais arcar com os custos de criação do parque, tais recursos serão destinados para a construção de escolas municipais e creches.

"Em tempo de privatizações e submissão do destino da cidade apenas à lógica da rentabilidade dos investidores, a conquista do Parque Augusta afirma-se como um símbolo de mobilização popular em prol do espaço público urbano, da afirmação do direito à cidade e a um meio ambiente equilibrado para a população. Alimenta também as lutas de outros movimentos existentes hoje na cidade que vão na mesma direção", ressaltam Anea e Rolnik. 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
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Audiência Pública - Rio Tejipió


Audiência Pública - Rio Tejipió

Assunto: 
Construção do emissário de esgoto do Edifício Alameda Park, da Construtora Azevedo de Castro que será lançado no Rio Tejipió.

Data: 11 / 09 / 2018 ( terça-feira )
Hora: 15H 
Local: Ministério Público de Pernambuco
Av. Visconde de Suassuna, 99, Santo Amaro - Recife/PE
( Próximo ao Parque 13 de Maio ) 


































VAMOS CUIDAR DOS NOSSOS RIOS PARA UMA CIDADE SAUDÁVEL E BONITA.

Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa

Coordenadores ( ras ):
Luci Machado - 98637.1747
José Semente - 98595.8666
Jacilda Nascimento - 99965.0916
Arlindo Lima - 98622.9518
Patricia Maria 99183.9762
Augusto Semente - 99258.7195

Mata Atlântica Sim!
Recife Merece Mais um Parque!



Foto aérea da Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica



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