Publicado em 31.07.2009 - JC
Movimento em Defesa do Engenho Uchôa foi às ruas, ontem, protestar contra a Prefeitura do Recife, que planeja tratar resíduos sólidos no local. Área de preservação, na Zona Oeste, possui 192 hectares
Preocupados com possíveis danos ambientais à mata do Engenho Uchôa, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, estudantes e ambientalistas fizeram caminhada, ontem, contra a instalação de uma usina para tratamento de lixo no local. Segundo o Movimento Em Defesa da Mata Uchôa, o espaço é considerado Área de Proteção Ambiental (Apa) e um dos últimos pontos de Mata Atlântica da cidade. Além de ser contrário à usina, que faz parte dos planos da prefeitura, o movimento defende a transformação da mata em um parque.
A mata tem 192 hectares. No entorno, estão 11 bairros, onde vive uma população de 270 mil pessoas. De acordo com um dos coordenadores do movimento Augusto Semente, a administração municipal pretende usar para o projeto de tratamento de lixo um espaço entre cinco a dez hectares, de uma área que atualmente encontra-se degradada. No entanto, o movimento alega que a parte danificada é recuperável.
“A degradação não justifica isso. Sabemos que há possibilidade de reflorestamento”, garantiu Semente. “A mata é um cinturão verde que contribui para amenizar a temperatura da cidade. É um contrassenso colocar lixo numa APA”, afirmou.
Possíveis prejuízos ambientais não são os únicos argumentos contra o projeto da prefeitura. Há, ainda, a preocupação com o grande fluxo de caminhões na área residencial e com a proximidade do local com o Aeroporto Internacional do Recife, na Zona Sul. “O acúmulo de lixo atrairia urubus. Se um avião sofrer um acidente por causa um animal desse, quem se responsabilizaria? A prefeitura deveria incentivar a coleta seletiva e a compostagem, em vez de criar outro local para acumulá-lo e incinerá-lo”, argumentou um dos integrantes do movimento Arnilson Fortunato.
Cerca de 150 pessoas com faixas, pedindo a criação do parque, realizaram caminhada de 1,5 quilômetros de percurso da Igreja Católica do Barro à mata. A aposentada Nadja Pinto, 72 anos, foi informada da passeata na igreja e decidiu participar. “O ambiente é nosso e não pode ser poluído. Avisei a minhas amigas e vim para lutar pelo que é nosso”, disse. Trio elétrico, grupo de batuque e até um bumba meu boi, animaram a passeata.
TRIAGEM
Em nota, a prefeitura do Recife informou que no local será construída uma unidade de recepção e triagem de resíduos e não uma usina de incineração. Além da separação de dejetos, segundo a prefeitura, o projeto também prevê um centro de produção de combustível derivado de lixo.
A administração municipal afirmou, ainda, que, segundo a empresa responsável, a instalação da unidade não vai causar nenhum dano ambiental No entanto, o estudo de impacto feito pela empresa está em análise na Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH).
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