domingo, 16 de dezembro de 2012

Governo assina decreto e garante Parque

Programa

A cidade de Exu saúda seu filho mais ilustre

Na festa, governo anunciou novidade sobre Parque Aza Branca

15/12/2012 02:07 - Talles Colatino*

Eric Gomes/Secult-PE











DOMINGUINHOS ressaltou a importância de “evocar” a 
“Asa Branca” diante da seca

EXU (PE) - Na noite em que celebraria seus 100 anos de vida, Luiz Gonzaga certamente teria concordado que a espera foi longa, mas, finalmente, aconteceu. No final da tarde da última quinta-feira, o governador Eduardo Campos assinou um decreto que torna o Parque Aza Branca um espaço de utilidade pública. O anúncio oficial foi feito no próprio parque, espaço que hoje conserva parte da memória do mestre Lua. “Temos que ter o Aza Branca como patrimônio público para que o legado de Gonzaga seja passado de geração em geração”, pontuou o governador, que há oito meses negociava a ação com os proprietários do parque.

Em seguida teve início a programação de celebração ao aniversário de Gonzaga com uma prestigiada sessão do filme “Gonzaga - De pai para filho”, de Breno Silveira, em pleno Parque Aza Branca. Os dois palcos montados lá receberiam ainda, ao longo da noite, a apresentação de vários sanfoneiros e shows de nomes como Alcymar Monteiro e Josildo Sá.

Mas foi no palco principal, montado no Módulo Esportivo e intitulado Palco Gonzagão, que o público mais fez valer a memória do filho ilustre de Exu. Após a apresentação de Daniel Gonzaga, que intercalou sucessos do pai Gonzaguinha e do avô, Dominguinhos trouxe consigo uma atmosfera sincera ao prestar homenagem ao homem que o apadrinhou no início da carreira e a quem certamente orgulhou por conseguir, com talento raro, ultrapassar o mestre enquanto instrumentista do fole.

Fez o show sentado, por conta de problemas de saúde, mas visivelmente feliz e atencioso com o público. Emendou sucessos como “Numa Sala de Reboco”, “Forró no Escuro”, ambas do repertório de Gonzaga, e “Isso aqui tá bom demais”, do seu próprio, além de receber as participações da filha Liv Moraes e do pequeno sanfoneiro cearense Cícero, de oito anos.
Já próximo do fim do show, Dominguinhos revelou que gostaria mesmo de ter se apresentado no palco dos sanfoneiros, no Parque Aza Branca, ao invés de estar no espaço principal. “Era lá que Gonzaga tocava e brincava com a gente”, revelou, pouco antes de encerrar o show com o hino “Asa Branca”. “Diante da seca desse nosso sertão, nunca foi tão necessário cantar ‘Asa Branca’ de novo. Mas é preciso ter fé, pois uma hora a água vai voltar”, disse, em tom emocionado antes de entoar a versão mais bonita da música que ainda seria tão reproduzida ao longo da noite.

Em seguida, Gilberto Gil ocuparia, por quase duas horas, o palco e os pés do público com o show “Fé na Festa”, levemente adaptado para a celebração a Gonzagão. Ressaltou o prazer de voltar ao Exu, onde por muitas vezes esteve na companhia do aniversariante e Dominguinhos. E na sua fusão de rabeca com guitarra eletrônica, de xote com reggae, baião e rock, deu ao público sucessos como “Expresso 2222”, “13 de dezembro”, “Xote das meninas”, “Eu só quero um xodó” e “No woman, no cry”.  Após o show, o baiano comentou, numa conversa com os jornalistas, que sua imagem de Gonzaga é a da “primeira chama nacional de um Brasil que também é crítico e político e também jocoso e circense”. Prato cheio para um tropicalista.

Fonte: Jornal Folha de Pernambuco

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