sexta-feira, 24 de junho de 2016

São João, a Terra e o cosmo

São João, a Terra e o cosmo



Reprodução
Comemoração do solstício de verão na Polônia, no mesmo período do solstício de inverno no BrasilComemoração do solstício de verão na Polônia, no mesmo período do solstício de inverno no Brasil

O São João deriva de uma comemoração ancestral, enraizada no passado pagão europeu, e comemorada em todo o Velho Continente e nas regiões sob sua influência direta, como as Américas e a Austrália.

Foi trazida para o Brasil inicialmente pelo colonizador português, e aqui se misturou a outras tradições populares, índias e africanas e, mais tarde, trazidas por imigrantes de outras partes da Europa.

O São João virou uma espécie de centro das chamadas festas juninas – que comemoram também Santo Antonio, no dia 13, e São Pedro, no dia 28. Em Portugal são as chamadas “festas do santos populares”. 

A origem do festejo do solstício de inverno perde-se na pré-história. Transformou-se mais tarde numa importante festa pagã contra a qual as autoridades da Igreja lutaram em vão. Acabaram rendendo-se e a transformaram na comemoração de São João, primo de Jesus Cristo que anunciara sua chegada. A data marca, desde os primeiros séculos da era cristã, o dia em que o santo teria nascido – data que é exatamente seis meses antes da data escolhida para festejar nascimento de Jesus Cristo, e que a Igreja se apropriou de outra festa de origem ancestral e pagã, o Natal, que ocorre no outro solstício – de inverno, no hemisfério norte, e de verão, na metade sul do planeta.
A tradição junina ganhou feições brasileiras – e, sobretudo, nordestinas. A música, as roupas, as fogueiras, as danças, são todas de origem principalmente portuguesa. Embora haja, nas quadrilhas, bandeirinhas, no uso de balões e fogos de artifício, influências que vieram da França e, sobretudo, da China.

As festas populares imemoriais estão ligadas ao ciclo da natureza, e da agricultura. São João (como o Natal, exatos seis meses depois) é uma delas. Comemora a fertilidade do solo e as boas colheitas, que se refletem nos cardápios, que variam de região para região. Assim como as danças e rituais de acasalamento, que sinalizam a continuidade da vida. E indicam sua íntima ligação aos ciclos naturais, da Terra e do cosmo.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada
 

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