sábado, 27 de junho de 2009

Elite brasileira é ecologicamente inviável.

Impacto de classes A e B sobre o ambiente no país é comparável ao dos EUA, mostra estudo de ONG

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a organização não-governamentalWWF-Brasil divulgou pesquisa em que alerta: se toda a população mundialadotasse padrão de consumo semelhante ao das classes A e B brasileiras,seriam necessários três planetas para suprir todos os recursos utilizados. De acordo com a pesquisa, a elite brasileira tem hábitos insustentáveisambientalmente e exercem uma má influência ao servir como modelo deaspiração de consumo para as classes emergentes. "Afinal, todos querem ter e consumir como as classes A e B", afirma Irineu Tamaio, coordenador do programa
Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF.Intitulado "Tendências e Hábitos do Consumo dos Brasileiros", o trabalho,realizado em parceria com o Ibope, tem o objetivo de despertar a sociedade e fazê-la pensar em mudanças nos hábitos e padrões de consumo, afirma o WWF. O Ibope realizou a pesquisa em 142 municípios de todas as unidades daFederação, no período entre os dias 13 e 18 de maio. Foram entrevistadas2.002 pessoas. A margem de erro, segundo o instituto, é de dois pontospercentuais, para mais ou para menos. Carro e banhoUma parcela de 13% dos entrevistados diz que o carro é o único meio detransporte. E as classes A e B gastam mais tempo no banho, também -mais de 20 minutos, para 13%, segundo o levantamento do WWF. Samuel Barreto,coordenador do programa Água para a Vida do WWF, afirma que, se esse tempo fosse reduzido pela metade, poderia ser economizada água suficiente para abastecer, por um dia, uma cidade com mais de seis milhões de habitantes(o município de São Paulo tem 11 milhões)."Isso, em uma projeção baixa, com um gasto por minuto de três litros deágua por pessoa", disse. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomendaque cada habitante use 200 litros de água para higiene pessoal, o que nãoinclui apenas o banho. "As ações individuais, se comparadas em escala, têm impacto ambiental muito grande", completou. O WWF, contudo, fez questão de ressaltar que não é contra o consumo em si, que ajuda a aquecer a economia. "É preciso mudar o hábito. A informação é muito importante, pois pequenas mudanças são essenciais para se chegar a um padrão sustentável", afirmou Denise Hamú, secretária-geral da organização. Segundo ela, é preciso investir nas mudanças dos hábitos da população,principalmente quando se analisa padrão de consumo -cada vez maiscrescente- dos quatro principais países emergentes: Brasil, China, Rússiae Índia. "Se continuarmos com esse modelo, chegaremos ao colapso", resumiu IrineuTamaio. Se toda a população mundial consumisse como a média dos cidadãos dosEstados Unidos, país que mais consome e que ocupa o topo da lista denações insustentáveis do ponto de vista do consumo, seriam necessárioscinco planetas. Os EUA são, de longe, o maior emissor per capita de gasesdo efeito estufa. Em contrapartida, se todos adotassem o padrão daSomália, na África, sobrariam recursos naturais e não seria necessário nem ao menos um planeta -o índice seria de 0,22. -- Não deixem de acessar o Portal da Rede Marinho Costeira e Hídrica doBrasil, para terem informações sobre a realidade nordestina. http://www.remaatlantico.org/sul/author/suassuna

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