COP29 começa na próxima semana sob desconfiança com eleição de Trump
Conferência do Clima da ONU terá ausência de importantes líderes em momento de intensificação de eventos climáticos; retorno de Trump ameaça retirar EUA do Acordo de Paris
Publicado 07/11/2024 17:14 | Editado 08/11/2024 17:49
Começa na próxima segunda-feira (11), a 29ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Baku, no Azerbaijão. Com atividades até sexta-feira, 22 de novembro, o maior fórum para tratar sobre mudanças climáticas e governança global sobre emissões de gases e transição energética pode ter um evento esvaziado quanto às principais lideranças mundiais e sob alarme após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.
Apesar de a necessidade de discussões mais contundentes após casos de eventos climáticos extremos em diferentes partes do mundo, existe a desconfiança sobre o papel que as nações tem adotado em melhorar suas Contribuições Determinadas Nacionalmente (NDCs) para reduzir as emissões de GEE (gases do efeito estufa) como estabelecido no Acordo de Paris.
No último ano o mundo assistiu passivo eventos climáticos catastróficos com centenas de mortes no Rio Grande do Sul, no Brasil, assim como na Espanha e Filipinas.
Apesar desses alarmes da natureza que colocam a necessidade de ações mais firmes que envolvam a diplomacia dos quase 200 países envolvidos nas discussões, a vitória de Trump, que retorna no próximo ano para a presidência nos EUA, coloca em risco os avanços, uma vez que ele ameaça retirar, novamente, seu país – um dos principais emissores de GEE – do Acordo de Paris.
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Para analistas do clima a vitória dele é considerada um tremendo retrocesso para a pauta global do clima e do meio ambiente. Além disso, a falta de lideranças diretamente envolvidas na COP29 pode fazer que as resoluções não sejam do tamanho que a necessidade pede.
Além da sombra de Trump que permeará as discussões – não se sabe se ele pretende ir à Conferência -, o evento não deve contar com lideranças de peso, como o atual presidente dos EUA, Joe Biden, assim como o presidente chinês Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz. Ainda não se sabe se o presidente russo, Vladimir Putin, estará.
Outra liderança que não irá é o presidente Lula. Ele cancelou esta e outras viagens após sofrer acidente doméstico. No entanto, ainda não se sabe se ele terá alguma participação em formato online.
Apesar disso, a comitiva brasileira, sempre em grande quantidade de diplomatas e observadores, estará presente com vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros de Estado. Dados como a redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado deverão ser apresentados ao mundo pelos brasileiros.
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O Pavilhão do Brasil na COP conta com, ao menos, 60 painéis confirmados, veja aqui os temas e horários.
Outro ponto nacional, que tem dividido as forças, é quando à organização do G20. A Cúpula do grupo dos 20 países mais desenvolvidos se reúne no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro (datas concomitantes à Conferência).
Principais discussões da COP 29
Entre os principais temas de debate está em como as metas de Emissões e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) pelos países devem ser intensificadas para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2°C. Isto porque o limite de aquecimento de 1,5°C já foi atingido entre 2023 e 2024, conforme indica o observatório Copernicus, da União Europeia.
Outra discussão latente são os incentivos para aumentar a velocidade da transição energética e o efetivo funcionamento do fundo de auxílio aos países pobres para enfrentamento às mudanças climáticas.
Estabelecido em Conferências anteriores, o fundo de perdas e danos estimado em US$ 100 bilhões não tem foi implementado na prática. Para completar, analistas indicam que este valor já está subestimado frente aos desafios que só cresceram nos últimos anos.
COP 30
Para o Brasil, o evento é de extrema importância, ainda mais pelo posicionamento de liderança que visa ter sobre o tema e suas ações.
Dessa maneira, as discussões em Baku são de fundamental atenção, uma vez que o rescaldo da COP 29 terá continuidade na discussão da COP 30 no Brasil, que acontece em 2025 em Belém, capital do Pará.
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