sexta-feira, 31 de julho de 2009

Moradores protestam contra centro


Folha de Pernambuco
ROBERTA MEIRELES

Membros da sociedade civil organizada, políticos, movimentos estudantis e moradores do Barro, no Recife, realizaram na manhã de ontem, uma passeata acompanhada por um trio elétrico, que teve como ponto de partida a Igreja Católica do bairro, que seguiu pela BR-101. As cerca de 500 pessoas protestaram contra a instalação de um centro de triagem de detritos sólidos na Mata do Engenho Uchôa, terreno com 192 hectares às margens da BR-101. A área é considerada de proteção ambiental pelo município, pois tem resquícios de Mata Atlântica. Além disso, fica próxima ao Rio Tejipió. Aproximadamente 270 mil pessoas vivem em torno da Mata, que compreende 11 bairros da cidade.
“Não procuraram à comunidade para discutir o assunto, quiseram impor. Procuramos a prefeitura, mas não nos atenderam”, reclamou o membro da diretoria do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchôa, Arnilson Aureliano. Segundo ele, a substância tóxica liberada pelo lixo não irá receber tratamento adequado o que prejudicaria a população.
Segundo o membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores do Recife, Roberval Moraes, houve uma reunião entre a comissão, II Comando da Aeronáutica e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para discutir a construção do centro de triagem. “Embora o prefeito João da Costa diga que é viável, chegamos à conclusão que é inadmissível”, afirmou. Ele argumentou que usina ficaria a 20 quilômetros do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre. Com isso, o lixo local iria atrair urubus, que poderiam prejudicar as aeronaves.
De acordo com o secretário de Serviços Públicos do Recife, José Humberto Cavalcanti, o Recife Energia, consórcio responsável pela construção do empreendimento, deve gerar 470 empregos. “E o lixo reciclável será separado e enviado às empresas que queira reciclá-lo”. Ainda segundo José Cavalcanti, os galpões, que começam a funcionar em janeiro de 2011, irão funcionar com pressão negativa, ou seja, impediria o vazamento de qualquer resíduo ou odor.

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