Carta aberta dos movimentos sociais para a presidenta Dilma Russeff
21/06/2013  
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Brasil       
Diante da série de manifestações que vêm acontencendo no Brasil nas 
últimas semanas, dezenas de movimentos sociais decidiram nesta semana 
enviar uma Carta à presidente Dilma Rousseff, pedindo um diálogo mais 
amplo por parte do governo federal junto à sociedade.
 
Confira abaixo:
São Paulo, 19 de junho de 2013
O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas cidades.
Concordamos
 com suas declarações que afirmam a importância para a democracia 
brasileira dessas mobilizações, cientes que as mudanças necessárias ao 
país passarão pela mobilização popular.
Mais que um fenômeno 
conjuntural as recentes mobilizações demonstram a gradativa retomada da 
capacidade de luta popular. É essa resistência popular que possibilitou 
os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo insatisfeito 
com as medidas neoliberais votou a favor de um outro projeto. Para sua 
implementação esse outro projeto enfrentou grande resistência 
principalmente do capital rentista e setores neoliberais que seguem com 
muita força na sociedade.
Mas enfrentou também os limites 
impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que na 
disputa das políticas de governo impede a realização das reformas 
estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público.
A
 crise internacional tem bloqueado o crescimento e com ele a 
continuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o 
momento sustentou o governo.
As recentes mobilizações são 
protagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela 
primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos participantes 
permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o
 Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso a 
saúde, a educação, a terra, a cultura, a participação política, aos 
meios de comunicação.
Setores conservadores da sociedade buscam 
disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam 
caracterizar o movimento como anti Dilma, contra a corrupção dos 
políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o 
retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como 
também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade.
Trata-se
 no entanto,de um grito de indignação de um povo historicamente excluído
 da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo 
danoso à sociedade.
Diante do exposto nos dirigimos a V. Ex.a para manifestar nosso pleito:
Em
 defesa de políticas que garantam a redução das passagens do transporte 
público com redução dos lucros das grandes empresas. Somos contra a 
política de desoneração de impostos dessas empresas.
O momento é 
propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e 
populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Nos 
comprometemos em promover todo tipo de debates  em torno desses temas e 
nos colocamos à disposição para debater também com o poder público.
Propomos
 a realização com urgência de uma reunião nacional, que  envolva os 
governos estaduais, os prefeitos das principais capitais,  e os 
representantes de todos os movimentos sociais.
De nossa parte 
estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma 
de encontrar saídas  para enfrentar a grave crise urbana que atinge 
nossas grandes cidades.O momento é favorável. São as maiores 
manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão. 
Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo e não contra 
ele.
Assinam:
ADERE- Associação dos trabalhadores assalariados rurais  de MG
Assembleia Popular
Jornalistas do Barão de Itararé
CIMI- conselho indigenista missionario
CMP- Central de movimentos populares
MMC-Movimento de mulheres camponesas
CMS- coordenação de movimentos sociais
Coletivo Intervozes pela democratização dos meios de comunicação
CONEN- Coordenação Nacional das entidades negras
Consulta Popular
CTB-  central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil
CUT- central Unica dos trabalhadores
Fetraf- Federação dos agricultores familiares
FNDC- Forum Nacional pela democratização da Midia
FUP- Federação unica dos petroleiros
Juventude Koinonia (das igrejas cristas tradcionais)
Levante Popular da Juventude
MAB- Movimento dosa tingidos pro barragens
MAM- Movimento Nacional pela soberania popular frente a Mineração
MCP  movimento campones popular, de Goias
MMM- Marcha Mundial de Mulheres
Movimentos da Via Campesina
MPA-  Movimento dos pequenos agricultores
MST- Movimento dos trabalhadores rurais sem terra
SENGE/PR- sindicato dos engenheiros do Parana
Sindipetro - sindicato petroleiros de sao paulo
SINPAF- sindicato dos trabalhadores e pesquisadores da EMBRAPA E  Codevasf
UBES- Uniao brasileira de estudantes secundaristas
UBM- Uniao Brasileira da Mulher
UJS-  Uniao da Juventude socialista
UNE-  Uniao Nacional dos Estudantes
UNEGRO  Uniao nacional do negro
Fonte: site CTB - 
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
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