terça-feira, 8 de julho de 2025

Brics no Rio: Declaração da Cúpula traça nova arquitetura da governança global


Brics no Rio: Declaração da Cúpula traça nova arquitetura da governança global

Reforma institucional, justiça climática, soberania digital e combate à fome marcam prioridades do Sul Global lideradas pelo Brasil na 17ª Reunião de Líderes

por Cezar Xavier 

Publicado 06/07/2025 15:24 | Editado 07/07/2025 17:15


06.07.2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sessão plenária “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global”, no Museu de Arte Moderna (MAM). Rio de Janeiro - RJ. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Declaração do Rio de Janeiro, aprovada neste domingo (6) na 17ª Cúpula de Líderes do BRICS, consolida uma inflexão estratégica: o bloco ampliado emerge como polo articulador de uma governança global mais justa, inclusiva e sustentável. Sob a presidência brasileira, a reunião — realizada no Rio — fortaleceu a coordenação política entre os países do Sul Global e lançou uma agenda propositiva com resultados concretos em áreas como clima, saúde, tecnologia, finanças e comércio.

Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, a cúpula reafirma o BRICS como herdeiro político da Conferência de Bandung e do Movimento Não-Alinhado, agora expandido e institucionalmente mais robusto. Em meio à crise de credibilidade da ONU e à fragmentação das instituições multilaterais, o bloco atua como catalisador de reformas e como fórum alternativo de convergência entre países do mundo em desenvolvimento.

Reforma da governança global: compromisso com multilateralismo inclusivo

A principal mensagem da Declaração é clara: o sistema internacional atual é disfuncional, anacrônico e excludente. Em resposta, os líderes reiteram a urgência de reformar o Conselho de Segurança da ONU, com apoio explícito de China e Rússia à ampliação da presença de Brasil e Índia como membros permanentes. Também reafirmam a necessidade de revisão da governança das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, com aumento da participação dos países em desenvolvimento.

Leia também: Lula propõe reforma urgente da ONU e defende novo multilateralismo em cúpula do BRICS

As potências do BRICS rejeitam medidas coercitivas unilaterais e sanções extraterritoriais, denunciando sua ilegalidade e impacto no comércio global. Em contrapartida, reafirmam apoio à Organização Mundial do Comércio (OMC) e celebram documentos como o Marco sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável e a Declaração sobre a Reforma da OMC, refletindo a aposta do bloco em um comércio multilateral equilibrado.

Clima, saúde e IA: soluções do Sul Global para problemas globais

A cúpula também produziu três declarações temáticas inovadoras, assinadas por todos os membros e endossadas por Malásia e Bolívia:

  • A Declaração-Marco sobre Finanças Climáticas, que propõe mecanismos próprios de financiamento verde, como o Fundo Floresta Tropical para Sempre (TFFF), e estratégias para mobilização de recursos até 2030;
  • A Declaração sobre Governança Global da Inteligência Artificial, que marca a entrada do Sul Global no debate regulatório internacional, destacando temas como acesso a dados, soberania digital e competição justa;
  • A Parceria para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que conecta desigualdade, pobreza e saúde em uma estratégia integrada, centrada na equidade e na justiça social.

O fortalecimento da OMS como autoridade multilateral em saúde, assim como a consolidação de redes próprias — como o Centro de P&D em Vacinas do BRICS e a Rede BRICS de Pesquisa em Tuberculose — refletem a estratégia do bloco de construir capacidades próprias de resposta global.

Cooperação financeira e tecnológica: do resseguro à soberania digital

Na frente financeira, a Declaração do Rio avança no debate sobre o uso de moedas locais no comércio intra-BRICS e a interoperabilidade entre os sistemas financeiros. Um novo projeto para a criação de uma Iniciativa de Garantias Multilaterais (GMB) e o desenvolvimento de soluções em resseguros foram lançados como prioridades para os próximos anos.

Leia também: Brics fecha pactos em IA, clima e saúde com liderança brasileira

Na área de ciência, tecnologia e inovação (CTI), destacam-se o lançamento do Plano de Ação BRICS para Inovação 2025–2030 e a proposta de estabelecer uma rede de cabos submarinos de comunicação de alta velocidade entre os países do grupo, aumentando a autonomia digital e a segurança da informação.

Agricultura, fome e terras degradadas: aliança para justiça social e ambiental

Na área de desenvolvimento, o BRICS firmou o compromisso com a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e lançou uma Parceria para a Restauração de Terras, integrando segurança alimentar, sustentabilidade ambiental e combate à exclusão. A agricultura, a pesca e a aquicultura aparecem como vetores estratégicos para erradicar a pobreza, fomentar o desenvolvimento rural e enfrentar a má nutrição.

Leia também: Banco do Brics: Dilma defende desenvolvimento sustentável e inclusivo

Essas iniciativas complementam a proposta de reconstrução de capacidades produtivas próprias em setores-chave para o Sul Global, em meio à crescente incerteza nos mercados internacionais.

Participação social e fortalecimento institucional: BRICS se abre à sociedade civil

Pela primeira vez, a cúpula deu espaço formal ao Conselho Civil do BRICS, além dos tradicionais fóruns empresarial, sindical, acadêmico e parlamentar. O relatório entregue aos líderes e a integração progressiva dos novos membros e países parceiros foram citados como sinais de amadurecimento institucional. O documento destaca o esforço brasileiro em democratizar e descentralizar os processos decisórios do bloco, com mais de 200 reuniões técnicas envolvendo 30 ministérios e agências ao longo do ano.

O BRICS como vetor da nova ordem: entre ambição e urgência

A Declaração do Rio de Janeiro não é apenas um compêndio diplomático, mas uma plataforma estratégica do Sul Global para reformar a ordem mundial. Em tempos de crise climática, conflitos armados, fragmentação institucional e ameaças digitais, os BRICS apostam na construção de um novo multilateralismo, fundado na cooperação, na equidade e na soberania.

Leia também: Cúpula dos BRICS reforça papel de destaque do Brasil no cenário mundial

A presidência brasileira, que se estende até o fim de 2025, promete dar continuidade aos compromissos assumidos, consolidando o BRICS como um dos principais eixos da transição para um mundo multipolar. Em um cenário de paralisia do Norte Global, o Sul assume a dianteira.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada


Leia mais!

sexta-feira, 27 de junho de 2025

2º ARRAIAL DA ARREBENTA SAPUCAIA SÃO JOÃO 2025 - 'NA ARREBENTA SAPUCAIA É PROIBIDO COCHILAR!'

VAMOS FORROZAR E COMEMORAR SÃO PEDRO!

2º ARRAIAL DA ARREBENTA SAPUCAIA SÃO JOÃO 2025!

“NA ARREBENTA SAPUCIA É PROIBIDO COCHILAR!”

HOMENAGEADO: ARLINDO DOS 8 BAIXOS 

Siga, curta, comente e divulgue o Instagram do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa     https://www.instagram.com/p/DK4rzLixvx-/?igsh=MTd1a3M4eDNkcXI1Ng==





Leia mais!

domingo, 15 de junho de 2025

Luciana Santos destaca relevância do novo sistema de prevenção de desastres

 

Luciana Santos destaca relevância do novo sistema de prevenção de desastres

Com a presença do presidente Lula, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação participou da ativação do sistema Defesa Civil Alerta para os estados do Nordeste

por Iram Alfaia

Publicado 15/06/2025 16:11



(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou neste sábado (14), no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), em Brasília, da ativação do sistema Defesa Civil Alerta (DCA) para os estados do Nordeste.

Também participaram da ação o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Na ocasião, foi enviada uma mensagem emergencial a telefones celulares de moradores de 36 municípios nordestinos.

De acordo a pasta da Ciência e Tecnologia, a ação marcou uma nova etapa da estratégia do governo federal para fortalecer a prevenção de desastres e salvar vidas.

Leia mais: Ministra Luciana Santos participa de missão oficial na China em comitiva de Lula

No mesmo horário, técnicos da Defesa Civil Nacional estiveram nas nove capitais da região para acompanhar a demonstração do sistema.

A ministra reforçou o trabalho realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculadas a sua pasta.

“O Cemaden faz o cruzamento de dados e repassa as informações para o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), que é uma espécie de centro de ação e controle. É importante lembrar que o Cemaden também desenvolve ações de educação ambiental junto aos municípios”, afirmou Luciana.

Para ela, a elaboração dos planos de redução de risco é fundamental para que os municípios tenham estrutura em suas defesas civis.

“Assim, quando os alertas forem emitidos, já haverá um controle de ações preparado na ponta”, disse.

Luciana ainda informou que haverá ampliação no número de cidades monitoradas pelo Cemaden. 

“Antes eram 1.100 municípios; agora são 1.133. E, por determinação do presidente Lula, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a meta é chegar a 1.942 municípios monitorados”, concluiu.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

Foto aérea da Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica



Leia mais!

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Dia Mundial do Meio Ambiente - Curta Enraizada

 

Nada melhor do que comemorar o dia Mundial do Meio Ambiente na resistência na luta, assistindo o filme Enraizada sobre Dona Olivia ex-moradora da Mata do Engenho Uchoa, símbolo da luta em defesa de um remanescente  de Manta Atlântica de 172 HECTARES.

"A vida de Dona Olívia é uma história que precisa ser sentida, tocada. Uma vida rica de sentido, afeto, solidão e sonho. Ali, tem o direito à cidade, a proteção do ambiente e o sonho de infância dessa mulher enraizada por opção e símbolo do movimento popular em defesa da Mata Uchoa"

Enraizada (PE, 2018, 8’), Tiago Delácio. Desde os 14 anos Dona Olívia habita a Mata do Engenho Uchôa, um remanescente de Mata Atlântica de 172 hectares, dentro da cidade do Recife.

Clique no link abaixo e assista

https://youtu.be/QlCkpaeDwss?feature=shared


Foto aérea da Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica




Leia mais!

terça-feira, 27 de maio de 2025

Dia da Mata Atlântica, Dia de Luta com Uchoa, a Mata Pulsante!

 

Dia Nacional da Mata Atlântica nada melhor comemorar com luta curtindo o documentário dirigido por Tiago Delácio e produzido Rafael Buda (A Saga Audiovisual / Partilha Filmes) que aborda a luta há mais de quatro décadas em defesa de um Remanescente de Mata Atlântica de mais de 192 HECTARES, levada a cabo pelo Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa.


DIA TAMBÉM DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE

Repudio ao maior desmonte do licenciamento ambiental no país promovido pelo Senado Federal e, nossa solidariedade a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva contra agressão sofrida  durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, onde ela estava ali como convidada.


Prepare a pipoca e curta a telinha no link abaixo:

https://youtu.be/IuWqoQ0dW6M?si=R43ZVVdkT5afLgFD 


Foto aérea da Mata do Engenho Uchoa 192ha de Mata Atlântica






Leia mais!

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Senado promove maior desmonte do licenciamento ambiental no país

 

Senado promove maior desmonte do licenciamento ambiental no país

O projeto permite licenciamento automático por adesão e compromisso ou autodeclaração do empreendedor, desde que não haja alto impacto ambiental

por Iram Alfaia

Publicado 22/05/2025 17:37 | Editado 22/05/2025 17:55



Foto: Ibama

O plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (21), o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2159/2021), considerado o maior desmonte das regras do licenciamento ambiental no país.

Dessa forma, o projeto permite licenciamento automático por adesão e compromisso ou autodeclaração do empreendedor, desde que não haja alto impacto ambiental.

O texto altera as regras para o licenciamento ambiental de empreendimentos como hidrelétricas, estradas e barragens de rejeitos.

Em nota, o Observatório do Clima diz que os senadores criaram a modalidade Licença Ambiental Especial (LAE), uma nova modalidade direcionada a empreendimentos considerados “estratégicos”.

Na avaliação da entidade, esse tipo de licença vai “desestruturar todo o processo de licenciamento ambiental por submeter a sistemática de análise por pressão e interesses puramente políticos, inclusive com prejuízo aos empreendedores que entraram com pedido de licenciamento antes”.

Leia mais: Câmara conclui votação e fim do licenciamento ambiental vai ao Senado

“É uma medida contrária aos princípios da administração pública, como o da impessoalidade, moralidade e eficiência”, diz a organização que vê o projeto passível de ter a sua constitucionalidade questionada.

O projeto, diz o Observatório, promove a dispensa de licenciamento ambiental para várias atividades agropecuárias. Passa a ser regra para a maioria dos casos o simples preenchimento de um formulário autodeclaratório.

“Ao permitir que estados e municípios definam livremente o que será ou não licenciado, sem critérios nacionais mínimos, o projeto promove fragmentação normativa e insegurança jurídica, além de causar um problema federativo”, considerou o senador Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da Comissão do Meio Ambiente.

Além disso, o senador diz que o projeto afronta o artigo 24 da Constituição, que prevê a competência da União para legislar normas gerais sobre meio ambiente.

Retorno à Câmara

“O Senado, liderado por David Alcolumbre, cravou a implosão do licenciamento ambiental no país. O texto ainda irá à Câmara dos Deputados, mas no retorno à Casa iniciadora muito pouco pode ser feito para corrigir os seus inúmeros problemas e inconstitucionalidades”, considerou a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo.

Para ela, o licenciamento se transformará, na maioria dos processos, num apertar de botão, sem estudo ambiental e sem avaliação de impactos ambientais.

“Dentre os diversos problemas do texto aprovado no Senado, o jabuti [jargão legislativo para emenda inserida sem relação com o tema principal] que altera a Lei da Mata Atlântica abre caminho para o desmatamento. Impacta justamente os 12% do que resta da cobertura original da Mata Atlântica, responsável por serviços ambientais essenciais, como a segurança hídrica, climática, a biodiversidade e o bem-estar da população. É uma distorção sem precedentes que leva o Brasil na contramão do Acordo de Paris e potencializa tragédias climáticas”, disse a diretora de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada


Leia mais!

Colabore com o Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU).

 

https://www.instagram.com/p/DJ4MB0cNjA7/?igsh=MnFkeHVtMzdxaDB5



🌳Sabia que você pode contribuir para a construção de uma política pública que vai orientar a arborização nas cidades brasileiras? Colabore com o Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU).


📍 Oficinas regionais em Campinas, Manaus, Curitiba, Recife e Campo Grande.

🗓️ As inscrições vão até o dia 28 de maio.

🌐 E se preferir, também dá pra contribuir online até 10 de julho.


👉 Para inscrições e contribuições online acesse: https://redus.org.br/planau

👉 Mais informações em: https://planau.mma.gov.br


#PlaNAU #CidadesVerdesResilientes #MeioAmbiente #MMA

Fonte: Ministério do Meio Ambiente


Leia mais!