CAUSAS E SOLUÇÕES
ESCLARECEDOR DOCUMENTO - ASSINADO POR DIVERSOS EX-DIRETORES DO DMAE, DEP, CORSAN SEMA,
METROPLAN, SENGE E PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS - INDICA AS CAUSAS DA INUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE (TOTALMENTE EVITÁVEL) E APONTA AS SOLUÇÕES.
AS INFORMAÇÕES TRAZIDAS - APESAR DE NÃO CITAREM NENHUM NOME - DEIXAM CLARAS AS RESPONSABILIDADES EM RELAÇÃO À CATÁSTROFE QUE SE ABATEU SOBRE PORTO ALEGRE.
SÓ OS CEGOS NÃO ENXERGAM...
Raul Carrion
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MANIFESTAÇÃO AOS PORTOALEGRENSES SOBRE O SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INUNDAÇÕES DE PORTO ALEGRE
O Sistema de Proteção contra Inundações de Porto Alegre é robusto, eficiente, e fácil de operar e manter.
Vamos explicar porque não está atuando adequadamente, como é possível fazê-lo operar imediatamente com medidas emergenciais para retirar as águas internas de Porto Alegre e como já poderia ter sido ampliado e modernizado, devendo sê-lo imediatamente a seguir.
O Sistema é por nós bem conhecido, temos conhecimento adequado e temos condições de oferecer expertise necessária para ajudar a Cidade.
Preliminarmente, também desejamos exaltar o esforço e a dedicação extraordinárias atualmente realizadas pelos servidores do DMAE, que atuam em situação muito desfavorável, faltando nada menos de 2400 funcionários no Plano de Pessoal da autarquia. Igualmente participamos e somos solidários com o enorme contingente de voluntários que amenizam a dor dos atingidos.
1 - SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INUNDAÇÕES E DE DRENAGEM PLUVIAL DE PORTO ALEGRE
O Sistema de Proteção contra Inundações é composto por aproximadamente 60 km, desde a Av. Assis Brasil com a Free Way (norte) até o Morro da Assunção (sul). Nesta sequência temos os diques externos: Free Way, Av. Castelo Branco, Av. Beira-Rio e Av. Diário de Notícias. Entre a Rodoviária e o Usina do Gasômetro foi implantado o Muro da Mauá. Ainda compõem o Sistema os diques internos que são formados pelas margens na cota de 6,0m dos principais Arroios que deságuam no Guaíba, especialmente a Av. Ipiranga (Arroio Dilúvio). As aberturas na Av. Castelo Branco e Muro da Mauá são feitas através de 14 comportas. Ao longo do Sistema existem 23 Casas de Bombas, que também possuem comportas. Este Sistema, quando totalmente fechado, impede o extravasamento das águas sobre a Cidade. Impede a inundação até a cota de 6,0m (6,0m acima do mar). E como são retiradas as águas geradas dentro de Porto Alegre (solução para os alagamentos-drenagem)? Através do bombeamento das Casas de Bombas, diques internos e Condutos Forçados (Dutos que levam as águas para o Guaíba em dutos completamente fechados desde pontos mais altos). Ou seja, os dois sistemas – de Proteção contra Inundações e de Drenagem - necessitam funcionar integradamente.
Por que estes Sistemas vazam, não estão funcionando adequadamente? Porque não tem a necessária manutenção permanente, especialmente em relação às comportas, tanto as ao longo do Muro e abaixo da Av. Castelo Branco, bem como as comportas junto às Casas de Bombas.
Os diques e os muros não vazam! Os vazamentos estão em boa parte das comportas sem manutenção. No ano passado, quando o Sistema foi acionado, durante as inundações com início no Vale do Taquari e que também inundaram a Região Metropolitana, as deficiências nas comportas ficaram visíveis. Fáceis de serem sanadas, mas não foram. As próprias Casas de Bombas, bem como as Estações de Bombeamento de Água Bruta (EBABs) estão inundadas.
2 – MEDIDAS EMERGENCIAIS PARA O FUNCIONAMENTO DAS CASAS DE BOMBAS
É necessário o fechamento dos vazamentos nas comportas para evitar a entrada (e retorno) das águas do Guaíba, recompor os Condutos Forçados e bombear as águas da inundação de Porto Alegre para o Guaíba através das Casas de Bombas ou alternativamente.
Propomos as seguintes medidas:
2.1 – Através de mergulhadores vedar as comportas do Muro e Av. Castelo Branco, com sacos permeáveis à entrada de água preenchidos com areia misturada com cimento, borrachas e parafusos. Sugerimos prioridade para a comporta 14 que invadiu o bairro Navegantes;
2.2 – Também com mergulhadores vedar as comportas e colocar ensecadeiras nas Casas de Bombas com Stop Logs, solda sub-aquática e bolsas infláveis de vedação;
2.3 – Vedar hermeticamente as tampas violadas dos Condutos Forçados Polônia e Álvaro Chaves;
2.4 – Com as Casas de Bombas secas e protegidas por ensecadeiras, reenergizá-las eletricamente, o que pode ser realizado com redes paralelas de cabos isolados pela Equatorial. Se assim não for possível, utilizar diretamente nas Casas de Bombas geradores movidos a combustível;
2.5 – Caso não seja possível operar imediatamente as Casas de Bombas, utilizar bombas volantes de grande vazão para drenar o Centro Histórico e os bairros da região norte da Cidade. No caso do bairro Sarandi, onde as águas superaram a cota de 6,0m e a Casa de Bombas nº 10 está completamente inundada, é certo que serão necessárias bombas volantes;
Com as comportas vedadas e conseguindo fazer operar as Casas de Bombas, ou com bombas volantes, as águas internas de Porto Alegre poderão ser bombeadas para o Guaíba, sem que retornem.
3 – ASSIM QUE AS ÁGUAS BAIXAREM
3.1 – O DMAE necessita imediatamente consertar e, se necessário realizar eventuais substituições, das comportas do Sistema de Proteção contra Inundações;
3.2 – O DMAE necessita imediatamente contratar a regularização do funcionamento das Casas de Bombas, incluindo a sua ampliação e aperfeiçoamento, tendo por referência o Plano elaborado pelo DEP ainda em 2014 e cujos recursos financeiros de R$ 124 milhões a fundo perdido foram perdidos em 2019. Tratam-se das Casas de Bombas 12; 13; 14; 15; 16; 1; 2; 3; 4; 5; 6 e 10;
3.3 – Retomar o Plano de Desenvolvimento da Drenagem Urbana, elaborado desde 1998, entre IPH/UFRGS e DEP, constituindo o caderno do Plano para ampliação do Sistema de Proteção contra as Cheias, base para contratação, em 2014, do PAC-Prevenção, um conjunto de projetos de ampliação e modernização das Casas de Bombas;
3.4 – Considerando que a Cidade possui mais de 40% de sua área praticamente na mesma cota das águas do Guaíba em tempos normais, tem a necessidade de completar, aperfeiçoar e manter o seu Sistema de Drenagem Urbana, manter e aperfeiçoar permanentemente o seu Sistema de Proteção contra inundações, é necessário e urgente recriar uma estrutura de primeiro escalão, o DEP ou semelhante. As empresas de saneamento de água potável e esgotos, por absoluta emergência e por ter tarifa específica para estas atividades, como é o caso do DMAE, não tem e não terão qualquer prioridade para as atividades de drenagem urbana e proteção contra inundações;
3.5 – Estudar a ampliação e o aperfeiçoamento, a nível estadual, de alternativas para os sistemas de proteção contra inundações, em especial, em nosso caso, considerando a região Metropolitana de Porto Alegre. Lembramos que a Metroplan já realizou um estudo com esta finalidade que deve ser avaliado
Porto Alegre, 13 de maio de 2024.
ASSINAM;
1- Eng Civil Augusto Damiani, Ex Diretor Geral do DMAE e DEP, Hidrólogo e Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pelo IPH/UFRGS
2- Eng Arnaldo Dutra, ex Diretor Geral Dmae, ex Presidente da CORSAN
3- Betania Afonsin, Prof. Universitária, Coord. Curso Pós-Graduação de direito ambiental e urbanístico da FMP, Dra. Planejamento urbano e regional, Observatório das Metrópolis.
4- Eng Civil Carlos Bernd DEP ex Diretor DOP/DEP, Diretor da ASTEC
5-Eng Agrº Carlos Roberto Comassetto, Ex DEP, Especialista Planejamento Ambiental de Território, Vereador há 20 anos.
5- Carlos Atilio Todeschini Eng Agrônomo, Ex Diretor Conservação DEP, Ex Diretor Geral DMAE, Ex Vereador.
6- Eng. Daniela Bemfica, Hidrologa, Mestre em recursos hídricos e ex Diretora Geral DEP
7- Eng Civil Guilherme Barbosa, Ex-Diretor Geral do DMAE e Ex-Secretário de Obras Poa.
8- Eng Civil Nanci Begnini Giugno, Mestre em Planejamento Urbano e Regional, ex Diretora de Gestão Territorial da METROPLAM, ex-Diretora do Departamento de Recursos Hídricos da SEMA, ex Presidente da ABES-RS, ex Diretora de Qualificação Profissional do SENGE-RS, ex Presidente do Comitê do Lago Guaiba
9- Eng. Paulo Robinson da Silva Samuel, ex DMAE, Dr. Engenharia Área de Tecnologia Mineral, Ambiental e Metalurgia Extrativa, Abes-RS.
10- Geólogo Rualdo Pesquisador, Prof UFRGS, Mestre Geociência e Doutor em Ciências na Área de Ecologia.
11- Eng Eletricista Vicente Rauber, Esp. Planejamento Energético e Ambiental, ex-Diretor do DEP, ex-Presidente da CEEE, ex-Diretor da Petrobras/REFAP, ex-Diretor do Banrisul.
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