segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

HISTORIA DE VIDA DA COMPANHEIRA MARLENE BEZERRA DA SILVA (LENA)

HISTORIA DE VIDA DA COMPANHEIRA MARLENE BEZERRA DA SILVA (LENA)

A história da companheira Lena se confunde com a luta, não apenas da Vila de Chico Mendes, mas com as lutas sociais, ecológicas e politicas da nossa sociedade.



A Vila de Chico Mendes, nasce em 1991, oriunda da luta por moradia, por melhores condições de vida, por dignidade.

A Comunidade é merecedora  do nome recebido – Chico Mendes, líder seringueiro, sindicalista, ambientalista; assassinado há 30 anos porque lutava em defesa da Floresta Amazônica, pelo direito de posse das terras para os trabalhadores.



Lena chega à Comunidade em 1996, com a família, o esposo Odálio Bezerra da Silva e seus dois filhos. Em 1993, mesmo antes de habitá-la, se engajou em todas as atividades que tivessem o objetivo de garantir o espaço e criar condições de vida digna para seus habitantes.



Foi Secretária, Vice-Presidente e Presidente, durante dois mandatos da Associação de Moradores da Vila de Chico Mendes.

Muitos foram os avanços obtidos, graças aos esforços dessa mulher guerreira, forte, lutadora e graças a contribuição de companheiras e companheiros tão aguerridos quanto ela, e também com o apoio do seu companheiro Sr. Odálio, merecidamente homenageado em 2018 pela Escola Chico Mendes, de cuja  Biblioteca ele é o Patrono. Infelizmente, já falecido, coube a Lena receber a homenagem.



Ela, Lena, também foi homenageada nesse mesmo ano, 2018.

Em 12/12, no Galetus, o Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa, fez sua Confraternização, nessa noite foi lido, em forma de jogral, o Poema a ela dedicado, enaltecendo seu trabalho, sua contribuição valiosa aos movimentos e em particular sua luta em prol da Vila de Chico Mendes.

LUTA PLENA
José Semente

Lena e Chico Mendes
Chico Mendes e Lena
Lena de Chico Mendes
É possível separar
A pessoa do lugar?!
Lena na luta
A luta com Lena
Disse não ao sistema
Onde o ser humano
Oprime outros
E da luta participou
Não fraquejou
Até o fim lutou
Viveu os últimos dias
Na comunidade
Que com sua participação
Muita luta e organização
Foi construída
Lena e Chico Mendes
Chico Mendes e Lena
Lena de Chico Mendes
É possível separar
Da pessoa o lugar?!
Não mais entre nós
Está
Mas quem com ela
Conviveu
Em cada momento politico
Daqui pra frente
Vai vê-la firme
Escutando conversando
Caminhando
Ou panfletando

Vale enumerar algumas das conquista dessa Comunidade:

Projeto Filadelfia – Construção de algumas casas. (Parceria com Prezeis); Construção da Creche – Prezeis e “NUAMPE (Núcleo de Apoio à Comunidade);Emprego para Moradores – Atividade de Lazer (Apoio Politico); Emissão de Documentos – Certidão de Batismo, Certidão de Casamento, Casamento Comunitário. (Convenio com Cartórios); Banco do Povo – (Programa do Governo); Cursos de Culinária – Bolo, Pão, Licor. (Programa Mil Mulheres); Emprego para Jovens – (Projeto Agente Celpe); Programa Bolsa Família; Entretenimento para Crianças e Jovens – Parque de Diversão; Fundação da Escola Chico Mendes – (Apoio do Prezeis e do Orçamento Participativo); Drenagem e Pavimentação das Ruas; Serviços Disponibilizados pela EMLURBE – Limpeza das Ruas, Troca das Lâmpadas, Sinalizações das Ruas (Placas).

As Ruas da Comunidade Vila de Chico Mendes receberam o nome de Entidades e de Lideranças que contribuíram com sua construção:

Rua Sindicato dos Bancários; Rua Sindicato dos Vigilantes; Av. Justiça e Paz; Rua ETAPAS; Rua FASE; Rua MDF; Rua SINDURB-PE; Rua Sindicato dos Metalúrgicos; Rua Sindicato dos Tecelões; Rua SIMPERE; Rua CENDHEC; Rua FEACA;  Rua Partido dos Trabalhadores; Rua da CUT; Rua SINTTEL; Rua Sindicato dos Comerciários; Rua Sindicato dos Condomínios; Av. Chico Mendes;
Rua Wellington do Nascimento Flôr; Rua Jornalista Vilma Lessa; Rua FIJ; Rua CGT

Sua disponibilidade para servir à comunidade era sem limite.



Cedia sua casa de Praia em Gaibú para Encontros do pessoal da Creche, Encontro de Lazer dos grupos de adolescentes organizados pelos responsáveis. Além de contribuir, cuidando, cozinhando para esses grupos.

Tinha muito prazer em receber, para o Café da Manhã, amigos(as), companheiros(as), o que acontecia com frequência. Também acontecia receber o seu almoço preparado por vizinha que sabia que ela não tivera tempo de prepara-lo, por conta de suas saídas frequentes para resolver problemas relativos à comunidade.

Como voluntária, juntava-se à funcionárias do posto para levar crianças e adolescente para passeio.

Com lideranças das comunidades, organizava bingos, bazares, rifas, cotas para a realização de eventos .

Sempre presente nas lutas sociais, participou como delegada: da  Comud,  do OP (Orçamemto participativo) , representante do Prezeis, contribuição valiosa em defesa da Mata do Engenho Uchoa  e na Troça Carnavalesca Mista Arrebenta  Sapucaia!  Coordenadora do Núcleo do PT (Partido dos Trabalhadores). Sua residencia servia   de  sede onde eram realizadas:  reuniões,  assembleias para eleição de delegados(as) para Congressos e Conferências do Partido. Encontros do OP eram realizados também nessa sede



É importante salientar como o casal Lena e Odálio era ecumênico, mesmo sendo Evangélico participava, com prazer, de eventos realizados por outras denominações religiosas. O Sr. Odalio construiu, voluntariamente, a Igreja Católica da Comunidade.

O envolvimento nas lutas politico-partidárias fazia parte do seu dia-a-dia.
Foi intensa,  a participação de Lena nessa campanha eleitoral.

Muito interessante o engajamento da companheira nas campanhas politicas: Dançava Maracatu, Subia o Morro da Conceição, Dançava Ciranda! Quando questionada, respondia: “Pelo meu Partido e pela Democracia, faço qualquer coisa”

Eis aí, um resumo da historia de vida de Lena.
Historia de Luta, de Esperança e de Resistência!

Lena, Presente

domingo, 30 de dezembro de 2018

O universo mundial alagoano de Hermeto Pascoal


O universo mundial alagoano de Hermeto Pascoal 


Natural de Lagoa da Canoa, aos 82 anos ele foi o único brasileiro a conquistar o prêmio Grammy Latino concorrendo com artistas estrangeiros.

  
“Minha cabeça é universal. Não nasci para tocar só clássico ou só jazz. Quem anda sempre na linha é trem”. A frase é do multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal, o grande vencedor do 19º Grammy Latino em categorias gerais com o álbum Natureza Universal. O prêmio foi conquistado no dia 15 de novembro de 2018, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Em 2018 ele lançou um disco sobre o forró. Os álbuns projetam aquilo que o alagoano, natural de Lagoa da Canoa, sempre transmitiu sobre a música: ela é universal.

Clique aqui para ver a história de outros personagens de 2018 do Nordeste
Aos 82 anos, Hermeto Pascoal foi o único brasileiro a ganhar o Grammy Latino – a maior premiação de música da América-Latina – concorrendo com artistas estrangeiros. Expoentes como Chico Buarque e Lenine venceram nos prêmios voltados apenas para música brasileira. O álbum Natureza Universal foi gravado em 2017 com big band e contém 11 músicas de autoria do próprio artista, a exemplos de Brasil Universo, Choro Árabe, De Cuba Lanchando, Pirâmide e Som do Sol. A mistura musical é de dramaticidade, complexidade e bom-humor.

Desde muito pequeno, Pascoal já sabia que seria músico. Menino prodígio, os sons da natureza fazem parte da sua formação como instrumentista. Era à beira da lagoa, no Agreste alagoano, que ele se aproveitava do ambiente para produzir. Quem imaginaria que a água poderia se transformar em ferramenta musical? Pois Hermeto Pascoal tocava com a água por horas. Ele próprio conta que se utilizava do cano da mamona de jerimum para fazer um pífano. E neste instrumento improvisado ele tocava para os passarinhos. Até as sobras dos materiais do seu avô ferreiro ele pendurava no varal de casa e ali mesmo tocava.

O alagoano é reconhecido e respeitado internacionalmente desde a década de 1970, sendo a sua apresentação em 1979 no festival de Montreux, na Suíça, uma das provas deste reconhecimento. Hermeto é mestre em mais de oito instrumentos musicais. Ele faz de qualquer objeto um apetrecho possível de produzir sons harmônicos, desde água, até chaleiras, brinquedos de plásticos e latas. Muito popular nos EUA e na Europa, Pascoal coleciona mais de 10 mil músicas e 35 discos ao longo da carreira, iniciada em 1950, aos 14 anos, quando tocava em festas de aniversários e casamentos.

Ainda em 2018, o artista alagoano lançou o disco Hermeto Pascoal e sua Visão Original do Forró. O álbum surge no mercado quase 20 anos depois de gravado em 1999 contendo os sons da sanfona, fole de oito baixos, zabumba e triângulo. O forró, segundo ele, é aquele aprendido em Lagoa da Canoa, onde viveu até os 14 anos antes de se mudar para o Recife. Sobre o álbum, ele diz: “Não é apenas para escutar, mas também para dançar”. Com uma longa carreira, pode-se dizer que não há mais objetos a serem tocados por Hermeto Pascoal? O que não pode mesmo é duvidar da sua criatividade e poder de improvisação. Agora, é aguardar a próxima invenção.

Fonte: Portal Vemelho A esquerda Bem Informada

Aquecimento global - Pinguelli Rosa critica descaso de Bolsonaro com a questão climática

Pinguelli Rosa critica descaso de Bolsonaro com a questão climática

Ex-secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima (2004-2015); ex-presidente da Eletrobras (2003-2004, governo Lula) e professor de planejamento energético da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa alerta para “linha equivocada” de Bolsonaro sobre clima.

 
 
Em artigo intitulado “Advertência ao presidente eleito” no jornal Folha de S. Paulo, Luiz Pinguelli Rosa diz que indicação do futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, agradou ao agronegócio e deixou preocupadas as ONGs ambientalistas. Ele lembra a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que levou o governo Temer a cancelar a realização no Brasil da Conferência do Clima da ONU em 2019 (COP 25), foi objeto de críticas, durante a 24ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU (COP24), realizada em dezembro, na Polônia. 

Segundo Luiz Pinguelli Rosa, o Brasil vinha mantendo uma atitude pró-ativa nessa área desde a Rio 92, ganhando forte prestígio internacional. “O Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima (FBMC), criado no governo Fernando Henrique, era presidido pelo próprio presidente da República. De algumas de suas reuniões participaram os presidentes Fernando Henrique, Lula e Dilma --mas jamais Temer. O FBMC teve influência importante na política climática brasileira, contando com a participação dos ministros do Meio Ambiente Marina Silva, Carlos Minc e Izabella Teixeira”, escreveu.

Ele recorda que como secretário-executivo do Fórum, participou de reuniões realizadas especialmente para a definição da posição do Brasil na Conferência do Clima de 2009, em Copenhague. “O então presidente Lula fez uma intervenção de grande impacto no evento, anunciando que o país assumiria o compromisso de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa projetadas para 2020. O Brasil teve participação efetiva, mesmo quando o Anexo I da Convenção do Clima listava apenas os países desenvolvidos, pois tinham maior contribuição histórica para o aquecimento global da Terra. Mas agora todos os países devem realizar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC)”, descreveu.

Pelo Acordo de Paris de 2015, segundo Luiz Pinguelli Rosa, o Brasil se comprometeu a reduzir em 2025 suas emissões em 37% abaixo dos níveis de 2005, e em 47% em 2030. “Mas, seguindo a linha equivocada de Donald Trump, Bolsonaro declarou a intenção de retirar o Brasil do acordo, desconsiderando os sucessivos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). Este reúne cientistas do mundo inteiro, os quais apontam a forte correlação entre o aumento da temperatura global e o aumento das emissões de gases que se acumulam na atmosfera, com destaque para o dióxido de carbono (CO2), produzido pela combustão principalmente do carvão, dos derivados do petróleo e do gás natural”, criticou.

De acordo com Luiz Pinguelli Rosa, é fato que as geleiras permanentes estão sendo reduzidas. No intuito de minimizar mudanças climáticas drásticas e suas graves consequências, estabeleceu-se em Paris um teto de 1,5ºC a 2ºC para o aumento da temperatura global. A principal fonte de emissões brasileiras era o desmatamento, que foi reduzido nos últimos dez anos até 2017, mas aumentou no último ano, afirmou. 

Segundo ele, são preocupantes algumas declarações divulgadas pela mídia atribuídas ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, e a pessoas ligadas a ele. Entre elas, a que diz respeito à agenda modernizadora mundial do século 21. “Seu ministro de Relações Exteriores acusa a mudança do clima de ser uma conspiração esquerdista. Lembra uma acusação do tempo da ditadura militar de que os críticos ao acordo nuclear do Brasil com a Alemanha, entre os quais me incluía juntamente com José Goldemberg e Rogério Cezar de Cerqueira Leite, participavam de uma conspiração judaico-comunista”, concluiu.

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

Programa Água Doce, de 2004, levou dessalinizadores ao Nordeste

Programa Água Doce, de 2004, levou dessalinizadores ao Nordeste

Equipamentos têm baixo custo e precisam ser priorizados, diz especialista.

 
 
O site UOL publica matéria, com informações do Ministério do Meio Ambiente, dizendo que uma das ações do presidente eleito Jair Bolsonaro em parceria com Israel para o Nordeste, os dessalinizadores não são novidade no sertão e existem em centenas de comunidades do semiárido. O professor de engenharia química da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Kepler Borges França, coordenador do Laboratório de Referência em Dessalinização — que pesquisa o tema há mais de 25 anos — e disse que, ao longo de 30 anos, foram instalados de 3.500 a 4.000 dessalinizadores.

Ele explica que existem pesquisas brasileiras ao longo de anos que fazem o país dominar várias técnicas modernas de dessalinização. "Temos a dessalinização por processos térmicos, por energia solar, através de destilação, por compressão de vapor, de membrana que é a mais utilizada mundialmente — que vêm sendo utilizadas em comunidades. E também temos novos caminhos, como a membrana cerâmica, que nós da UFCG desenvolvemos", diz ele na matéria. "Precisamos melhorar, óbvio. Mas o que precisamos é de mais investimento do governo federal e de órgãos de fomento para incentivar cientistas a desenvolver tecnologias e deixar de comprar membranas dos gringos, porque isso deixa mais caro o sistema", afirma. 

O professor elogia a atitude de Jair Bolsonaro pela ideia de parceria com Israel e afirma ver o futuro governo interessado em ampliar o acesso a água de qualidade para os sertanejos. Mas faz também uma sugestão. "Eu não vejo nada de errado do novo governo (em buscar acordo com Israel), inclusive acho extremamente salutar. Mas há uma necessidade de fazer um diagnóstico do que nós temos aqui, arrumar a casa. Tem estado com mais de mil dessalinizadores já instalados, imagina a manutenção deles como está. Mas o futuro ministro (Ricardo Salles) tem conhecimento de tudo isso, com certeza, e vai atuar nesse campo", afirma.

UOL informa que em 2004 foi criado o programa “Água Doce”, com atuação do governo federal em parceria com os estados. A meta era implantar 1.200 equipamentos até o final deste ano. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, que coordena o projeto, 924 desses dessalinizadores já foram contratados. Desses, há 575 em funcionamento, 147 em obras e 202 estão prestes a iniciar o processo de implantação. 

A meta não foi totalmente cumprida porque "os convênios com os estados de Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão encontram-se na fase de diagnóstico, para em seguida iniciar a execução". Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas, cada sistema dessalinizador (a depender do tamanho da comunidade a ser abastecida), custa entre R$ 16 mil e R$ 28 mil. O valor é considerado baixo para o benefício humano. 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

30 anos - Chico Mendes, a voz que não cala

Chico Mendes, cujo assassinato completa 30 anos no próximo dia 22, deu a vida pelos direitos dos povos da floresta e deixou como legado a criação das reservas extrativista e o acesso à educação nos rincões da Amazônia.Clique no link abaixo e acesse a matéria

































https://www.brasildefato.com.br/2018/12/21/especial-or-chico-mendes-a-voz-que-nao-cala/


Fonte: Jornal Brasil de Fato

sábado, 15 de dezembro de 2018

SBPC expõe consequências da saída do Brasil do Acordo de Paris


SBPC expõe consequências da saída do Brasil do Acordo de Paris


A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) expõe, neste documento, as suas preocupações sobre uma possível saída do Brasil do Acordo de Paris tendo por base os seguintes argumentos:

  
1. Na histórica Conferência do Clima em Paris (COP21), em 2015, 197 países no âmbito das Nações Unidas, assinaram o documento denominado Acordo de Paris cujo principal compromisso foi a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE), principal causador do aquecimento global. O Brasil assumiu metas audaciosas com o compromisso de implantar ações e medidas que apoiem o cumprimento de metas estabelecidas na sua Contribuição Nacionalmente Determinada (Nationally Determined Contribution – NDC), firmado posteriormente, em 22 de abril de 2016, e promulgado por meio do Decreto nº 9.073 de 05 de junho de 2017. A contribuição do país surpreendeu o mundo, principalmente a redução de 43% de suas emissões totais de GEE até 2030, em relação aos valores de 2005, a mais ambiciosa meta de redução entre os grandes países em desenvolvimento;

2. Essa iniciativa do Brasil representa, de fato, um benefício para a economia do país, pois levará à melhoria tanto da produtividade quanto da competitividade dos produtos agropecuários brasileiros. Ela propicia também a conservação, restauração e uso sustentável da vegetação nativa que representa um dos principais ativos que o País possui para promover sua competitividade internacional e a vitalidade da economia. No Brasil, cerca de 65% das emissões de gases de efeito estufa advém de mudanças de usos da terra e da agricultura. Perseguir uma agricultura de elevada produtividade e de baixo carbono trará inúmeros benefícios para o País, pois o “capital natural” representado pelos seus recursos terrestres traz benefícios para a estabilidade e produtividade do setor agropecuário, assim como para a provisão de água para as necessidades produtivas e de consumo. Pesquisadores brasileiros em parceria com o Banco Mundial estimaram que tais benefícios, apenas para as florestas da Amazônia, podem ser estimados em mais de USD 80 bilhões por ano. As florestas protegem os ecossistemas que fornecem vapor de água, que é responsável por parte significativa da chuva que permite a produção de grãos, carne e biocombustíveis com custos mais baratos que a grande maioria dos países produtores, permitindo assim manter a nossa competitividade no mercado internacional;

3. Como reiterado pelos cientistas no relatório especial do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) deste ano, manter o aumento da temperatura global dentro do limite de 1,5oC, requer a manutenção de florestas existentes e a restauração florestal de áreas agrícolas de baixa aptidão e produtividade, como maneiras de retirar gás carbônico da atmosfera. É a solução natural mais efetiva para mitigar as mudanças climáticas, sem comprometer a produção agrícola. A manutenção das florestas brasileiras e a restauração dessas áreas degradadas, que não são hoje economicamente e ambientalmente viáveis para a produção agrícola brasileira, contribuirão decisivamente para conservar água, reduzir a erosão e perda de solos férteis, mitigar os extremos climáticos e aumentar o número e diversidade de polinizadores, que são claros benefícios para o meio ambiente.

Isso tornará a agropecuária brasileira mais produtiva, com menor impacto ambiental, resultando na transformação do uso do solo obtida por meio do investimento em sistemas de produção mais intensivas, tais como a integração lavoura-pecuária-florestas (ILPF), que já foi adotada pelo menos em parte em mais de 11,4 milhões de hectares no País, apoiada pelo Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC) da EMBRAPA. A reforma e a adoção de técnicas de rotação do pasto, aliada à melhoria da nutrição e qualidade do rebanho, são outras medidas que contribuem para a redução das emissões de GEE e o aumento de produtividade de pecuária brasileira;

4. A aplicação dessas medidas permite também evitar barreiras que constituem uma ameaça ao agronegócio brasileiro, devido às decisões tomadas na Comunidade Europeia de restringir acesso aos seus mercados por produtos oriundos de países que não estejam em conformidade com os próprios NDCs comprometidos no Acordo de Paris. Ou seja, retirar-se do Acordo de Paris traria enormes dificuldades às aspirações nacionais de se manter como eficiente celeiro do mundo assim como assegurar a manutenção do abastecimento interno com preços competitivos aos consumidores;

5. No documento da Embrapa “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira”, foi destacada a tendência da integração e intensificação sustentável da agropecuária brasileira, que pode contribuir para que o País zere o desmatamento ilegal em todos os seus domínios fitogeográficos e para se tornar o mais importante sumidouro de carbono da atmosfera até o final do século. Na determinação dos NDCs se levou em consideração a factibilidade das ações propostas do ponto de vista ambiental, econômico e social. Estudos acadêmicos indicam que as metas setoriais podem ser atingidas sem prejuízo para o agronegócio brasileiro. Perseguir a intensificação sustentável da agropecuária, por meio da construção de uma política agrícola integrada com a ambiental, é de extrema importância para o País. Retomar a redução dos desmatamentos, recuperar/reflorestar 12 milhões de hectares e aumentar a tecnificação das áreas agriculturáveis disponíveis tornam-se ações urgentíssimas em função das tendências recentes de aumento do desmatamento, especialmente neste ano de transição política;

6. Também no setor de energia o Brasil tem muito a ganhar com o cumprimento do seu papel de liderança no Acordo de Paris. As energias renováveis limpas como solar e eólica se mostram cada vez mais viáveis no País. Já ficou demonstrada a possibilidade tecnológica e economicamente factível de executá-las em grande escala e, se aliada à eletrificação dos veículos, poderá conduzir a um País livre dos combustíveis fósseis até meados deste século;

7. O Brasil pode e deve continuar em sua rota de cumprir seus compromissos com o Acordo de Paris, e se consolidar entre as nações com protagonismo internacional, modernizando seu sistema energético, continuando a aprimorar sua agricultura e pecuária, e servindo de exemplo positivo para as nações em desenvolvimento. Os benefícios a médio e longo prazo são incontestáveis: maior segurança alimentar, energética e hídrica, desenvolvimento econômico seguro, agricultura sustentável, proteção das florestas e da biodiversidade, respeito pelas comunidades tradicionais. Não há caminhos alternativos para a prosperidade, felicidade e bem-estar dos brasileiros senão aquele que respeita a saúde planetária.

Embora tenha sido tomada a decisão de reverter a oferta de hospedar a próxima reunião da COP25 no Brasil no próximo ano, seria altamente conveniente para o Brasil abrir a possibilidade de hospedar uma COP em outro momento, levando em conta que o encontro das partes da Convenção em 2020 promete ser ainda mais importante, pois consagra o esforço efetivamente assumido pelos países com o Acordo de Paris, no qual o Brasil teria oportunidade de mostrar seus esforços exemplares, excedendo os próprios compromissos assumidos.

Desta forma, a SBPC, fundamentada em dados e análises cientificamente bem embasadas, solicita que a posição do Brasil no Acordo de Paris seja ratificada.

Pesquisadores que contribuíram para este documento:

Antonio Donato Nobre (INPA/INPE)

Carlos Alfredo Joly (UNICAMP-BIOTA)

Carlos Afonso Nobre (INPE)

Celso Vainer Manzatto (EMBRAPA – Meio Ambiente)

Ildeu de Castro Moreira (UFRJ-SBPC)

José Antônio Aleixo da Silva (UFRPE-SBPC)

Ladislau Araújo Skorupa (EMBRAPA – Meio Ambiente)

Maria Manuela Ligeti Carneiro Cunha (University of Chicago-USA)

Paulo Eduardo Artaxo Netto (USP)

Peter Herman May (UFRJ-ECOECO)

Ricardo Ribeiro Rodrigues (ESALQ-USP)

Tatiana Deane de Abreu Sá (EMBRAPA-Amazônia Oriental)

Fonte: Portal Vemelho A Esquerda Bem Informada

Dois trabalhadores rurais sem terra são assassinados na Paraíba


Dois trabalhadores rurais sem terra são assassinados na Paraíba


José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino foram assassinados na noite deste sábado (8) por volta das 19h. Os dois eram militantes do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Sem Terra (MST) da Paraíba e estavam no acampamento Dom José Maria Pires, localizado no município de Alhandra, quando um grupo de 4 homens armados entraram na área e atiraram neles enquanto jantavam.

Foto: MST
  
O acampamento Dom José Maria Pires, antiga Fazenda Garapu, pertence ao Grupo Santa Tereza e completou um ano de resistência em julho deste ano. “Vamos comparecer ao velório e fazer um ato político”, disse a deputada estadual eleita, Cida Ramos, através de nota.

O MST da Paraíba também se posicionou através de nota dizendo: “ Exigimos justiça com a punição dos culpados e acreditamos que lutar não é crime”.

Confira a íntegra da nota do MST:

Nota da Direção do MST Paraíba sobre o assassinato de dois militantes no Acampamento Dom José Maria Pires, município de Alhandra.

“O que seria deste mundo sem militantes? Como seria a condição humana se não houvesse militantes? Não porque os militantes sejam perfeitos, porque tenham sempre a razão, porque sejam super-homens e não se equivoquem. Não é isso. É que os militantes não vêm para buscar o seu, vem entregar a alma por um punhado de sonhos’.

(Ex-presidente Uruguaio, Pepe Mujica)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-PB) perde nesta noite de sábado (08) por volta das 19:30 dois militantes: José Bernardo da Silva, conhecido por Orlando e Rodrigo Celestino. Foram brutalmente assassinados por capangas encapuzados e fortemente armados. Isso demonstra a atual repressão contra os movimentos populares e suas lideranças. O ataque aconteceu no Acampamento Dom José Maria Pires, no município de Alhandra na Paraíba. Área da Fazenda Garapu, pertencente ao Grupo Santa Tereza, ocupada pelas famílias em julho de 2017.

Exigimos justiça com a punição dos culpados e acreditamos que lutar não é CRIME. Nestes tempos de angústia e de dúvidas sobre o futuro do Brasil, não podemos deixar os que detém o poder político e econômico traçar o nosso destino. Portanto, continuamos reafirmando a luta em defesa da terra como central para garantir dignidade aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

Justamente dois dia antes das comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, são assassinados de forma brutal dois trabalhadores Sem Terra. Neste sentido, convocamos a militância, amigos e amigas, aos que defendem os trabalhadores e trabalhadoras, denunciar a atual repressão e os assassinatos em decorrências de conflitos no campo.

Solidariedade à família de Orlando e Rodrigo.

Direção do MST – PB

Lutar, Construir Reforma Agrária Popular! 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

sábado, 8 de dezembro de 2018

Engenho da Torre: antigas edificações tombadas pelo Estado

Engenho da Torre: antigas edificações tombadas pelo Estado

Por unanimidade, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural fez o tombamento das edificações remanescentes do Engenho da Torre, no Recife
A antiga casa-grande do engenho, hoje uma escola pública,fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário / Foto: Guga Matos/JC Imagem
A antiga casa-grande do engenho, hoje uma escola pública,fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Da Editoria Cidades

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a sede da Escola Estadual Maciel Pinheiro e a chaminé da Praça Professor Barreto Campelo, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife, foram tombadas pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. Edificações remanescentes do antigo Engenho da Torre, construído no século 16 e reformado nos séculos seguintes, elas agora serão protegidas por lei e não podem ser descaracterizadas.

Clique no link abaixo e acesse a matéria

Fonte: Jornal do Commercio oline

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O não de Bolsonaro à COP-25 prejudica o Brasil

O não de Bolsonaro à COP-25 prejudica o Brasil


Ao recomendar a desistência do Brasil em realizar a COP 25 em 2019, Bolsonaro humilha a diplomacia brasileira, revela o bate-cabeças em sua equipe e vai causar dificuldades para o comércio exterior do Brasil

Por José Carlos Ruy* 

  
Nos últimos anos o Brasil construiu uma sólida reputação internacional nas negociações climáticas. Tornou-se um dos principais interlocutores, e líder na busca de soluções para os problemas ambientais de comum acordo entre os países industrializados e os países em desenvolvimento. Foi destas negociações que surgiu a fórmula das responsabilidades comuns mas diferenciadas, segundo o qual cabe aos países industrializados, que são historicamente os maiores poluidores, em volume de emissões e no tempo desde que elas ocorrem, arcar com maiores custos pelo combate aos danos ambientais, cabendo aos países em desenvolvimento uma parte desta contribuição, adequada a seu direito ao desenvolvimento.

Esta posição de liderança conquistada pelo Brasil está sendo jogada fora, e humilhada, pela orientação clamorosamente pró-EUA que será aprofundada a partir da posse de Jair Bolsonaro na presidência da República.

O Brasil desistiu de sediar, em 2019, a COP 25 (Conferência das Partes da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas), marcada para os dias 11 a 22 de novembro.

“Uma derrota” – foi dessa maneira que Marcio Astrini, um dos coordenadores do Greenpeace e do Observatório do Clima, classificou a retirada da candidatura do Brasil, anunciada às vésperas do início da COP 24 neste domingo (2), na cidade de Katowice, na Polônia.

O governo brasileiro alegou os motivos da desistência de sediar a COP 25 através de nota divulgada pelo Itamaraty: “restrições fiscais e orçamentárias” e o “processo de transição” de Governo. Atendeu a uma recomendação do presidente eleito Jair Bolsonaro para o encontro não ocorrer no Brasil. "Houve participação minha nessa decisão .” Alegou inclusive um pretexto que diz estar ligado à defesa da soberania nacional - o chamado Triplo A, a proposta de criação de um corredor ecológico que, saindo dos Andes, passa pela Amazônia e chega ao Atlântico, envolvendo mais de 300 áreas ambientalmente protegidas e cerca de 1.000 territórios indígenas. Mais do que a soberania brasileira sobre a Amazônia, contraria interesses do agronegócio na região ao envolver 136 milhões de hectares ao longo das calhas dos rios Solimões e Amazonas.

A pronta afirmação de Bolsonaro, chamando a si a responsabilidade pela desistência brasileira de sediar a COP 25, revelou também uma desarticulação na corte bolsonariana. De um lado, o coordenador da articulação de seu ministério, Onyx Lorenzoni, tentou passar a versão de que “nós não temos nada a ver com isso. Isso é uma decisão do Itamaraty” - como foi flagrado dizendo ao lado do presidente eleito. Outro que manifestou reservas sobre a desistência brasileira foi o futuro ministro do Turismo, deputado federal eleito Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), que defendeu a realização da conferência no Brasil. “A COP 25, é claro, eu acho que todo evento de porte realizado no país é de importância a gente precisa discutir a questão climática”. Ao tomar conhecimento da decisão de Bolsonaro, o novo ministro afirmou: “Não conversei com o presidente ainda se a posição dele é essa. Obviamente a gente respeita, mas vou conversar com ele para a gente ter um alinhamento das ideias. A gente ainda precisa entender o impacto na visibilidade do Brasil aqui e no exterior.”

A oposição de Bolsonaro contra o Acordo de Paris, concluído em 2015 e do qual o Brasil é um dos signatários, foi manifestada durante a campanha eleitoral, quando ameaçou, se eleito, abandonar aquele acordo, num tema onde a imitação do Donald Trump é patente – uma das primeiras providências do presidente estadunidense, logo após sua posse, foi o anúncio de abandonar o acordo de Paris. Subordinação aos EUA que é, desde o início, endossada pelo chanceler direitista nomeado por Bolsonaro, Ernesto Araújo que, na mesma onda das acusações anti-ambientalistas de Trump, já afirmou que há um “alarmismo climático” que atribui a um alegado “marxismo cultural”.

Além do fiasco internacional – a candidatura do Brasil para sediar a COP 25 havia sido negociada com os demais países latino americanos, que a apoiaram – a desistência brasileira, em alinhamento automático e subserviente aos EUA de Donald Trump, poderá ter reações adversas no mundo.

Na quinta-feira (29) seguinte ao anúncio da desistência do Brasil e seu eventual afastamento do Acordo de Paris, o presidente francês Emanuel Macron disse ser contrário à assinatura de acordos comerciais com países que não respeitam o Acordo de Paris – uma afirmação que prenuncia dificuldades comerciais para as exportações brasileiras em consequência da orientação pró EUA da política externa que será reforçada a partir de 1º de Janeiro, com a posse de Jair Bolsonaro.

A perda brasileira ao desistir de realizar a COP 25 é política e compromete a credibilidade que a diplomacia brasileira construiu ao longo das décadas em que exerceu importante e decisivo papel nas negociações climáticas. Mas é também econômica, e as exportações brasileiras poderão ser severamente prejudicadas em conseqüência do alinhamento automático aos EUA de Donald Trump. Este será o alto custo da diplomacia ideológica de Jair Bolsonaro. 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

ENRAIZADA - Dona Olivia e a Mata do Engenho Uchoa

Documentário ENRAIZADA.

"A vida de Dona Olívia é uma história que precisa ser sentida, tocada. Uma vida rica de sentido, afeto, solidão e sonho. Ali, tem o direito à cidade, a proteção do ambiente e o sonho de infância dessa mulher enraizada por opção e símbolo do movimento popular em defesa da Mata Uchôa."

 
Quinta-feira, dia 06/12/18, às 19h40min, entrada franca, no Cinema São Luiz, Recife - Brasil,   na programação do 20º Festival de Curtas de Pernambuco - FestCine, teremos a estreia do documentário ENRAIZADA.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Carta do Movimento Popular Urbano conclama unidade para resistir


Carta do Movimento Popular Urbano conclama unidade para resistir


Em plenária realizada nesta quinta-feira (29), organizações que atuam no movimento popular urbano debateram a conjuntura e as lutas em curso e as que serão travadas sob o novo governo de Jair Bolsonaro. Ao final foi lançada uma carta em que as seis organizações presentes convocam os movimentos populares e o povo a se somarem na “resistência conjunta em defesa do Estado Democrático de Direito, da Constituição de 1988 e dos direitos sociais”.

Foto: Divulgação
 Representantes de seis organizações populares reuniram-se para preparar a resistência contra Bolsonaro Representantes de seis organizações populares reuniram-se para preparar a resistência contra Bolsonaro
A plenária do Movimento Popular Urbano reuniu representantes da Central dos Movimentos Populares (CMP), da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e da União Nacional por Moradia Popular. A reunião foi denominada de “Plenária Miguel Lobato”, em homenagem à Miguelzinho, um dos fundadores e coordenador do MNLM, falecido em agosto deste ano.

Leia abaixo a íntegra da Carta:Carta da 1ª Plenária do Movimento Popular Urbano – Plenária Miguel Lobato

Vivemos uma conjuntura muito adversa para o povo brasileiro. Em relação a luta urbana conquistas e bandeiras históricas de luta pelo direito à cidade, moradia, saneamento e mobilidade sofrem ataques e correm sérios riscos. A eleição de Bolsonaro é o reflexo do fortalecimento de setores e forças conservadoras, em muitos aspectos reacionários e fascistas.

Com certeza o que acontece no Brasil não é isolado, reflete uma ofensiva global do imperialismo. Na América Latina, que há poucos anos era o bastião da resistência democrática no mundo, percebemos a mudança na correlação de forças. 

Nossa soberania está sob ataque. A entrega de setores estratégicos da economia e do território, bem como a ameaça da entrega e privatizações de setores deles seguem na ordem do dia. A defesa dos recursos naturais e a defesa da nossa soberania andam juntos. Não é admissível um presidente eleito bater continência para o presidente de outra nação. 

Reafirmarmos a defesa da democracia como um valor central para a nossa sobrevivência, compreendendo que esta democracia também se manifesta com os espaços de luta e resistência dos movimentos populares urbanos. Qualquer tentativa de criminalização e transformação da luta urbana em terrorismo é um ataque a livre organização e mobilização das nossas entidades, na luta pela moradia e pelo direito à cidade. Ao mesmo tempo não podemos permitir que projetos como o Escola Com Mordaça se fortaleçam!

Entendemos que o país precisa superar sua crise econômica com a geração de empregos dignos, distribuição da riqueza e com a garantia de direitos sociais. Na contramão disto, as medidas como a antirreforma trabalhista, a terceirização irrestrita e a ameaça da reforma previdenciária fragilizam a organização da classe trabalhadora e são questões pesadas na agenda imposta aos trabalhadores e movimentos organizados. Defendemos o avanço com a taxação de grandes fortunas e a revogação e EC 95/2016, que limita os investimentos públicos em saúde, educação e políticas sociais.

É extremamente preocupante a agenda apresentada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Seguiremos mobilizados em defesa das bandeiras e propostas que foram historicamente debatidas e construídas coletivamente nas ruas e nos espaços institucionais que disputamos no último período. O fim do Ministério das Cidades, com suas atribuições distribuídas para um Ministério de Desenvolvimento Regional, é um sinal de que teremos mais ataques, desestruturação das políticas urbanas desconstrução das conquistas da Constituição de 1988.

Da mesma maneira o fim dos espaços de participação como o Conselho das Cidades e do processo das Conferências das Cidades, tentativa de privatizações no saneamento e mobilidade, enfraquecimento do caráter social do Minha Casa Minha Vida são a consolidação do Golpe e de uma ofensiva aos movimentos populares e sociais que começou com o Golpe de 2016 e que se aprofundam com o resultado eleitoral de 2018. A defesa das empresas públicas, em especial a Caixa Econômica Federal, fica como bandeira de resistência essencial do próximo período.

Na questão urbana reafirmamos o Fórum Nacional da Reforma Urbana como espaço historicamente construído na defesa da Reforma Urbana e direito à cidade. Entendemos que é o momento de retomar com força nossa presença neste espaço, como uma das ferramentas privilegiadas de diálogo com o conjunto da sociedade.

O momento é de unidade dos campos sociais e populares. Esta Plenária é fruto deste entendimento e da necessidade de traçar uma estratégia de resistência conjunta. É necessário o fortalecimento da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo, na articulação com outros dos movimentos organizados, na luta contra o fascismo e na construção de uma frente ampla em defesa da democracia.

Convocamos os movimentos populares e o povo a se somarem nesta resistência conjunta em defesa do Estado Democrático de Direito, da Constituição de 1988 e dos direitos sociais! Ao mesmo tempo seguiremos em defesa de Lula Livre, contra a retirada de direitos dos trabalhadores, em defesa da Democracia contra a criminalização das lutas sociais no Brasil!

São Paulo, 29 de novembro de 2018.

CMP – Central dos Movimentos Populares

CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores

MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas

MNLM – Movimento Nacional de Luta por Moradia

MTD – Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos 

UNMP – União Nacional por Moradia Popular

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

Bolsonaro despreza defesa do meio ambiente

Bolsonaro despreza defesa do meio ambiente

Protagonistas de um vexame global na defesa do meio ambiente, Bolsonaro e Temer empurram um para o outro a responsabilidade por retirar sua candidatura para sediar a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25), que ocorrerá de 11 a 22 de novembro de 2019.

Por Iberê Lopes*

Reprodução da internet
  
Destinada a negociar a implementação do Acordo de Paris, a COP-25 é o principal fórum de debates sobre a redução na emissão de gases poluentes e desenvolvimento de economias sustentáveis. A gestão da equipe da Michel Temer à frente do Itamaraty alegou restrições orçamentárias às Nações Unidas para não realização do encontro.

Já o futuro presidente, Jair Bolsonaro, disse que queria evitar controvérsia entre o seu governo e setores ambientalistas sobre a criação do corredor ecológico internacional. "Houve participação minha nessa decisão. Ao nosso futuro ministro [Ernesto Araújo, indicado para o Ministério das Relações Exteriores], eu recomendei para que evitasse a realização desse evento aqui no Brasil”, disparou Bolsonaro. 

Ernesto Araújo, disse recentemente acreditar que as mudanças climáticas são uma “conspiração marxista”. “Esse dogma vem servindo para justificar o aumento do poder regulador dos Estados sobre a economia e o poder das instituições internacionais sobre os Estados nacionais e suas populações, bem como para sufocar o crescimento econômico nos países capitalistas democráticos e favorecer o crescimento da China”, escreveu em seu blog.

Em 2017, Araújo destacou em artigo, que ao eleger Bolsonaro e se aproximar de Donald Trump, o Brasil retomaria sua “alma ocidental”. Os dois presidentes são abertamente contra qualquer mudança nas políticas ambientais. E a ideologização na política externa e ambiental do governo Jair Bolsonaro já poderá impactar na balança comercial do Brasil. 

O presidente da França, Emmanuel Macron, que está em Buenos Aires para participar do G20, disse, nesta quinta-feira (29) que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul está vinculado à posição do presidente eleito do Brasil sobre as mudanças climáticas. “Não podemos pedir aos agricultores e trabalhadores franceses que mudem seus hábitos de produção para liderar a transição ecológica e assinar acordos comerciais com países que não fazem o mesmo. Queremos acordos equilibrados”, alertou Macron, sem fazer menção direta a Bolsonaro.

Entregue ao G20 na Cimeira, que começou esta quinta-feira, em Buenos Aires, documento intitulado “Financiar o Clima do Futuro: Repensar as Infraestruturas”, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, OCDE, a agência da ONU para o Meio Ambiente, ONU Meio Ambiente, e o Banco Mundial afirmam que os governos devem adotar uma agenda mais transformadora que invista na economia de baixo carbono e que seja resiliente ao clima.

Segundo o relatório das três organizações, só assim será possível alcançar a meta definida no Acordo de Paris de eliminar as emissões de dióxido de carbono na segunda metade do século.

Fonte: Portal Vermelho A esquerda Bem Informada

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Política de redução de agrotóxicos deve ser votada na próxima semana

Política de redução de agrotóxicos deve ser votada na próxima semana

Alternativa ao já aprovado "Pacote do veneno", a Política de Redução de Agrotóxicos altera a atual Lei dos Agrotóxicos para proibir o registro de insumos classificados como "extremamente tóxicos".

Por Christiane Peres 

Reprodução da internet
  
Após longa discussão, a Comissão Especial que analisa a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara) marcou nova reunião para a próxima terça-feira (4), às 14h30, para votar o substitutivo do relator, deputado Nilto Tatto (PT-SP), ao Projeto de Lei 6670/16 – que é um contraponto ao Pacote do Veneno (PL 6299/02) que já está pronto para votação no Plenário da Câmara e facilita a liberação de novos pesticidas, mesmo sem testes conclusivos dos órgãos ambientais (Ibama) e de saúde (Anvisa).

O relatório de Nilto Tatto propõe, entre outras medidas, a criação de zonas de uso restrito e até zonas livres de agrotóxicos, como áreas próximas a escolas e residências. Também proíbe o uso de produtos considerados extremamente tóxicos e prevê a revalidação dos registros a cada dez anos.

Membro da bancada ruralista, o deputado Valdir Colatto (MDB-SC), foi uma das vozes dissonantes na reunião do colegiado. O parlamentar chegou a apresentar voto em separado propondo uma política que ofereça incentivos para a redução do uso de agrotóxicos, mas sem proibição parcial. Colatto afirmou ser inviável, do ponto de vista competitivo, substituir os produtos químicos pela agroecologia, no entanto, experiências espalhadas pelo país mostram que áreas de agroecologia produzem tanto quanto áreas onde se usa defensivos agrícolas.

Vice-líder da Minoria, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), ironizou as falas dos ruralistas. Segundo ela, não é possível compreender a reação e a resistência no colegiado para se construir alternativas à atividade produtiva no país. “A não ser pelos interesses das grandes corporações. Mas a responsabilidade política do Parlamento deve ser possibilitar que essas alternativas aconteçam”, alfinetou Jandira, em referência ao chamado “Pacote do Veneno”, bancado por empresas como Bunge, Bayer, Monsanto (que se fundiram), Syngenta, DuPont, Cargill, Basf, entre outras. Atualmente, essa indústria movimenta algo em torno de US$ 57 bilhões por ano. No Brasil, só em 2015, as empresas do setor faturaram R$ 32 bilhões com a venda de agrotóxicos.

Para Jandira, é importante aprovar a Pnara para trazer mais segurança à mesa da população. “O projeto não veta a possibilidade de uso de agrotóxico, mas aumenta a sua capacidade de fiscalização, de transparência no uso desses produtos e dá incentivo a alternativas de plantio. Precisamos criar essas alternativas no Brasil, porque isso é fundamental para a sustentabilidade”, destacou.

A Comissão Especial que analisa a Pnara foi criada em maio, em meio à polêmica gerada pelo Projeto de Lei 6299/02. Desde a sua instalação, a comissão tem seguido um rumo bem diferente da comissão ruralista que defende a liberação de mais agrotóxicos. Resultado direto da pressão da sociedade, a Pnara funciona como um antídoto contra o Pacote do Veneno e representa a esperança de uma agricultura sustentável e justa, que garanta a saúde e a segurança alimentar da população. 

Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada