domingo, 25 de fevereiro de 2018

Deputados averiguam responsabilidade da Alunorte em contaminação no PA

Deputados averiguam responsabilidade da Alunorte em contaminação no PA

Reprodução Blog do Bordalo
Dona Maria Salistiana Cardoso, 68, moradora da comunidade Bom Futuro no município de Barcarena: “Eu não sei mais o que fazer, estou ficando muito doente aqui".Dona Maria Salistiana Cardoso, 68, moradora da comunidade Bom Futuro no município de Barcarena: “Eu não sei mais o que fazer, estou ficando muito doente aqui".

O crime ambiental foi denunciado pela população no último final de semana e atestado em laudo do Instituto Evandro Chagas, divulgado na última quinta-feira (22). A empresa nega. 

Depois de uma rápida visita às instalações da Hydro, onde foi recebido pela direção da empresa, ao lado da comitiva de deputados federais da bancada paraense, Carlos Bordalo seguiu, juntamente com o deputado Lélio Costa (PCdoB) e Elisângela Jorge, representante do deputado Jaques Neves (PSC), presidente da Comissão de Saúde, para as comunidades. Também acompanharam a diligência o Batalhão Ambiental, a Defensoria Pública do Estado do Pará, representada pelo Defensor Agrário João Paulo, e diversas lideranças comunitárias, como Janilda Gonçalves, da Associação das Mulheres Canto da Cidade de Barcarena e conselheira da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).

Primeira parada: Vila do Conde, onde Bordalo ouviu relatos como o do pescador José Maria Pacheco, que há 30 anos vive no local. “Eu já trabalhei na Hydro e sei que jogam tudo ali: ácido sulfúrico, soda cáustica, e esses rejeitos penetram no solo. Além disso, estão jogando todos os rejeitos no rio. Hoje, na mesa do pescador, falta o alimento, porque muitas espécies de peixe sumiram ou estão contaminadas. Já estamos cansados de tanta reunião. Nossa comunidade está gritando, pedindo socorro, e ninguém faz nada”, disse ele.

Isaura Gomes Lobato, moradora do Bairro Industrial, relatou que a população sofre constantemente com problemas de saúde, principalmente gastrointestinais e dermatológicos. “Tenho cinco crianças em casa, meus netos que são como meus filhos, porque sou eu quem cuida deles. Meu neto está com a mão toda ferida de tanta micose, nem quer mais sair do quarto. Tenho uma bebezinha cheia de feridas. A gente passa remédio, mas não sara nunca. À noite, vem tanta fumaça com fuligem, que meus olhos ficam inchados”. Dona Isaura fez um poço artesiano no quintal, mas a água tem uma coloração esbranquiçada e ela acredita que não serve para o consumo.

Mais adiante, na comunidade Bom Futuro, dona Maria Salistiana, 68, entra em desespero quando vê a equipe da Alepa chegando. “Eu não sei mais o que fazer, estou ficando muito doente aqui. Olhe a qualidade da água que a gente tem (foto - mostrando vasilhames plásticos com água barrenta). Eu tomo essa água e sai me rasgando por dentro. Desde ontem não consegui comer mais nada”, diz ela, aos prantos.

Manoel dos Santos, 66, agricultor, explica que a bacia de rejeitos da Hydro fica bem perto da comunidade, que sofre ainda com um lixão onde é despejado todo tipo de material, inclusive lixo hospitalar.

Mais de 100 famílias moram na comunidade Bom Futuro, que viu seus recursos naturais acabarem depois da construção da bacia de rejeitos. “Tinha tanto peixe, mas depois acabou. Aqui todo animal morre, cachorro, galinha. Todo ano, nesse período, primeiro vem uma água vermelha. Não temos mais condições de morar aqui”, diz o agricultor Valdir Rodrigues Bastos.

Em todos os relatos, foi comum a ocorrência de diversos e sistemáticos lançamentos clandestinos e pontos de transbordamento do DRS 1 da planta de processamento de bauxita da mineradora. As comunidades convivem diariamente com água contaminada – que, dependendo do dia, pode estar vermelha ou esbranquiçada, indicando que as fontes de contaminação podem ter múltiplos responsáveis.

Para o deputado Bordalo, “está claro que as chuvas dos últimos dias acentuaram os problemas de contenção das bacias de rejeitos, que transbordam ou são deliberadamente lançados nos rios e igarapés da região”, observou. Na visita à comunidade Bom Futuro, o parlamentar percorreu a pé, por entre as trilhas abertas pelos moradores, a distância até a bacia de rejeito, e constatou que os furos estão tomados por água de coloração esbranquiçada.

Nos próximos dias, a Comissão de Direitos Humanos divulgará o relatório sobre a diligência, mas de antemão o parlamentar defende que Estado e Prefeitura de Barcarena instalem com urgência um plano para viabilizar água e alimentos para as comunidades atingidas, além de um amplo processo de investigação de contaminação das pessoas, e não apenas do ambiente, para compreender os diversos tratamentos de saúde recomendáveis para cada caso.

“Há pessoas contaminadas com chumbo, alumínio e outros metais pesados e que precisam de tratamento emergencial. Elas precisam ter a garantia do poder público de que novas contaminações serão sustadas, nem que para tanto se tenha que paralisar temporariamente as atividades poluidoras, até que se descubra e processem os responsáveis”, defende o parlamentar.

“As violações são graves e constituem afronta aos direitos mínimos da dignidade humana e, por isso, não permitem que se estabeleça um jogo de empurra-empurra entre o poder público e a iniciativa privada. Ambos são responsáveis, mas a obrigação de acolher, tratar e proteger a população é do Estado do Pará”.

O que diz a empresa
Em nota divulgada à imprensa no final da manhã desta sexta-feira, a Hydro informa que "as pesquisas técnicas realizadas por diferentes autoridades de vigilância confirmaram que não houve vazamento ou ruptura dos depósitos de resíduos de bauxita em Alunorte". A empresa também garante que está distribuindo água potável para as comunidades de Vila Nova e Bom Futuro e que fará uma "análise aprofundada do relatório do Instituto Evandro Chagas". Durante a manhã, a imprensa foi impedida de acompanhar a visita dos parlamentares à mineradora, apesar do credenciamento e da distribuição de equipamentos de segurança.

Manoel dos Santos






Fonte: Portal Vermelho A Esquerda Bem Informada

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Surto de febre amarela pode ser colocado "na conta da Samarco'" afirma médico

Surto de febre amarela pode ser colocado "na conta da Samarco'" afirma médico

Agência Brasil
Episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país, segundo ambientalistasEpisódio é considerado a maior tragédia ambiental do país, segundo ambientalistas

Semanalmente o Ministério da Saúde atualiza os números do surto da febre amarela. De 1º de julho de 2017 a 6 de fevereiro de 2018, já foram 353 casos confirmados no país com 98 mortes. Crescendo exponencialmente semana a semana, muitas pessoas tentam entender como uma doença erradicada nos grandes centros urbanos desde 1942 segue fazendo novas vítimas nas capitais.

Para Thiago Henrique Silva, médico de família e comunidade e membro da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, um dos principais fatores que pesam nessa matemática triste que vitimiza tantas pessoas e alarma todos os brasileiros, é a tragédia de Mariana, em Minas Gerais, em novembro de 2015, quando 55 milhões de m³ de lama vazaram da barragem de Fundão. O empreendimento pertence à mineradora Samarco e é controlado pelas empresas BHP Billiton e Vale S.A.

Embora não seja o único motivo que possa ter contribuído para os casos que se alastraram para o país, Henrique destaca o fato de que a região já sofria grandes abalos ambientais provocados pela mineração. Vale lembrar que o desastre segue impune até os dias de hoje.

O rompimento da barragem do Fundão, caracterizado por especialistas como o maior desastre ambiental do país, alterou profundamente os ecossistemas ao longo da bacia do Rio Doce, além de matar 19 pessoas e atingir mais de 23 mil famílias.

O médico afirma que a lama da Samarco desequilibrou uma grande área nas margens do que antes era um rio cheio de vida. Os predadores naturais do mosquito transmissor da febre amarela teriam sido extintos, ajudando a aumentar a reprodução desses insetos.

A mortalidade da febre amarela pode chegar a 50%, ou seja, pode matar metade das pessoas que contraem o vírus.

A teoria do médico é também defendida por membros da comunidade científica como o professor da Universidade de São Paulo (USP) Eduardo Massad, que também leciona na London School of Hygiene and Tropical Medicine, no Reino Unido.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em um ano - de janeiro de 2017 a janeiro de 2018 - houve um volume de casos comparável ao registrado em um período de 30 anos, ou seja, algo muito grave aconteceu. Para o médico Thiago Henrique, o crime de Mariana explica esse surto.

Leia a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: Pode falar um pouco sobre os mosquitos que transmitem a febre amarela nos centros urbanos?

Thiago Henrique:
 Quando você tem uma doença viral que é transmitida por insetos, é necessário ter alguns cuidados em relação a isso. Por exemplo, quando a gente fala que a febre amarela não tem casos urbanos desde 1942 no Brasil, na prática, significa dizer que 1942 a febre amarela acabou migrando apenas para áreas silvestres e o mosquito que se reproduz em ambientes urbanos não estava mais transmitindo a doença, apenas o haemagogus, que é outro tipo de inseto, estava fazendo essa transmissão. Então quando você destrói o ambiente que controlava a reprodução desses insetos, a quantidade desses haemagogus, os mosquitos que transmitem a febre amarela, começam a se reproduzir muito mais sem os predadores naturais.

Nesse momento, podemos fazer uma conexão ao desastre de Mariana?

O que o crime de Mariana fez com a população de insetos? Ajudou a multiplicar porque matou peixes, sapos, todos os animais que eram predadores. Destruiu aquele ecossistema que estava equilibrando e permitindo que os mosquitos tivessem uma população controlada. A partir do momento que não há mais predadores do mosquito, há uma reprodução acelerada desses insetos.

Há membros da comunidade científica que também defendem essas teoria?

O crime de Mariana tem tudo a ver possivelmente, e uma das teses mais respeitadas é a do infectologista Eduardo Massad da USP. Ele defende que o crime de Mariana catalisou a reprodução em massa desses mosquitos e proporcionou o aumento de casos de febre amarela. Veja bem, esse aumento foi grande o suficiente para a febre amarela ter chegado ao Sudeste. Saiu do estado de Minas Gerais, que a gente já sabia que é um estado de regiões endêmicas, ou seja, anualmente tem casos de febre amarela, mas controlados e poucos dentro do total da população, e se espalhou. Em um ano tivemos praticamente a quantidade de casos que a gente tinha em 30 anos. Então algo aconteceu para se alastrar dessas regiões endêmicas para as não endêmicas, não tinham casos e nem recomendavam para a população fazer vacina porque não tinham casos.

Pode dar um exemplo?

Em São Bernardo do Campo, agora há casos autóctones, ou seja, caso de paciente que não viajou para outros regiões fora da cidade, mas que trabalha em ambiente de mata e foi picado por um inseto e contraiu a febre amarela. O que isso significa? Significa que já há insetos que transmitem febre amarela nas matas de São Bernardo do Campo. O que não acontecia, não se tinha relato de casos assim há décadas. Tivemos uma ampliação da população de mosquito e um espalhamento do vírus por conta do crime de Mariana. Então, tem tudo a ver relacionar esse crime da Samarco, que ainda não indenizou as famílias e está saindo ilesa. Essa epidemia também está na conta da Samarco.
 

Portal: Vermelho A Esquerda Bem Informada

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Vida na Terra - Privatização da água ameaça meio ambiente e saúde humana

Privatização da água ameaça meio ambiente e saúde humana

FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR
As mesmas empresas que produzem refrigerantes disputam o controle do mercado das águas engarrafadasAs mesmas empresas que produzem refrigerantes disputam o controle do mercado das águas engarrafadas

O problema é que esses acordos são firmados por meio de contratos de longa duração, com vigência média de 30 anos, sem fiscalização pelo controle social e ainda impõem cláusulas que livram o parceiro empresarial de eventuais prejuízos. Direito humano fundamental declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2010, a água que deveria estar acessível a toda a população, e com qualidade, é a bola da vez. A privatização da água está nas negociações entre governantes e megaempresários que pretendem colocá-la à disposição dos que podem pagar.

No último dia 24 de janeiro, em Davos, na Suíça, Michel Temer jantou com o presidente da Nestlé, o belga Paul Bulcke. A gigante mundial do setor de alimentos e bebidas, que pretende dominar o setor da água por meio do controle das fontes, do engarrafamento e da venda de água mineral, tem grande interesse no Brasil, onde já mantém alguns contratos.

Em São Lourenço, sul de Minas Gerais, controla fontes na estância hidromineral de São Lourenço. Segundo ativistas locais, já secou uma das três sob concessão por retirar 1 milhão de litros por dia. A agressão ambiental inclui o afundamento do solo no parque das águas e está sendo investigada pelo Ministério Público.

Diante do estrago em apenas uma das cidades, a perspectiva é desastrosa com a assinatura de contratos de concessão do governo brasileiro com a Nestlé, a Coca-Cola e outras multinacionais. Não é à toa que o Brasil vai sediar o 8º Fórum Mundial da Água, de 18 a 23 de março, em Brasília, com a presença de mandachuvas dessas e outras companhias.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, nome fantasia da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), 89% da água envasada no Brasil é mineral, sendo o restante classificado como potável de mesa.

Em todo o mundo, grupos empresariais como Nestlé, Danone, Coca-Cola e Pepsico controlam juntas mais de 50% do mercado de água. No Brasil, porém, participam com apenas 4% em um mercado pulverizado, com inúmeras micro, pequenas e médias empresas nacionais.

Fim da água "torneiral"


Como a água privatizada é distribuída por meio da venda de copos, garrafas, garrafinhas e garrafões – a um preço proporcional até maior que o da gasolina, em um país rico em rios – com o fim da “água torneiral”, sobretudo nos restaurantes, a tendência é de agravamento de danos ambientais com o aumento da produção desses recipientes.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), há um aumento anual de 20% no consumo, que em 2014 foi de aproximadamente 14 bilhões de litros.

Além da extração industrial da água, como a que secou a fonte em São Lourenço, a privatização é péssima para a natureza porque, no Brasil, apenas metade das embalagens são recicladas. A Associação Brasileira da Indústria PET (Abipet) informa que em 2015, apenas 51% das 274 mil toneladas de pet foram recicladas.

Os outros 49% estão espalhados pelo meio ambiente, ajudando a poluir ruas, praças, praias, rios e oceanos. Nesse total estão garrafas de refrigerantes e de outras bebidas, a maioria produzida por essas mesmas multinacionais que travam a guerra da água.

Com o cronograma da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em compasso de espera, todo esse lixo deve aumentar com o incremento da indústria da água mineral via privatização. De acordo com a norma regulamentadora 14.222, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), vasilhames para água devem ser produzidos com resinas plásticas virgens.

Saúde humana


Se o meio ambiente vai sofrer os impactos trazidos com a privatização, com a saúde humana não será diferente. A produção de plásticos para o envase de águas tem entre as matérias primas substâncias como os ftalatos, o bisfenol A e os alquilfenóis.

O uso crescente dessas substâncias na indústria está associado ao aumento dos casos de câncer, sobretudo de mama e do aparelho reprodutor de ambos os sexos, de malformações congênitas e infertilidade. Estima-se que adoecem e morrem os que trabalham nessa indústria e os que utilizam esses produtos.

Engenheira química e professora titular do campus Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Sonia Corina Hess revisou estudos científicos sobre essas substâncias e os males associados a elas. Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

Ela afirma, no entanto, que o risco de contaminação da água por essas substâncias presentes nas embalagens é pequeno. "A água é uma substância (polar) que tem pouca afinidade química por estas substâncias (apolares). Isto dificulta o transporte destes materiais do plástico, para a água. Essa contaminação depende de altas temperaturas, por tempo prolongado, como exposição ao sol", diz.

"Em geral, a temperatura que a água alcança dentro da garrafa não é muito alta, o que levaria a reações fisico-químicas que levariam a tal contaminação, como acontece com embalagens de alimentos quentes e gordurosos, como frango assado, doces de confeitarias, chocolates, sopas”.

Seja como for, deveria prevalecer o princípio da precaução, com ações antecipatórias para proteger a saúde das pessoas e dos ecossistemas. E não os interesses de grupos empresariais.
 

Fonte: Portal Vermelho A esquerda Bem Informadahttp://www.vermelho.org.br/

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Arrebenta Sapucaia! Nas Ondas da Rádio Universitária FM 99,9

A T.C.M. Arrebenta Sapucaia presente numa emissora pública ( 1º de fevereiro de 2018 quinta-feira ), na Rádio Universitária FM 99.9, nos programas CARNAVAL 2018, das 14H às 16H, comandado pelo grande defensor do nosso frevo e grande pesquisador musical Hugo Martins e no programa FORRÓ, VERSO E VIOLA, apresentado pelo compositor, cantor e pesquisador musical Ivan Ferraz, das 16H às 18H. Ambos de segunda à sexta-feira.

Sintonize o seu rádio na FM 99.9 ou acesse o facebook das 14H às 18H e fique informado sobre o desfile da T.C.M. Arrebenta Sapucaia!

Participação nos programas de Luci Machado, Ximena de Souza Leão, José Semente e Augusto Semente.

Até la e um grande abraço.
O Desfile






































Vista a camisa e caia na gandaia!
Vamos arrebenta no desfile da Arrebenta Sapucaia! 2018
















VALOR UNITÁRIO DA CAMISA
R$ 20,00 (VINTE REAIS)