Pensador.info
Charles Darwin, naturalista inglês, nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury. Robert Darwin, seu pai, era Físico, filho de Erasmus Darwin, poeta, filósofo e naturalista. A mãe de Charles, Susannah Wedgood Darwin morreu quando ele tinha oito anos de idade.Com dezesseis anos, Darwin deixou Sherewsbury para estudar medicina na Universidade de Edinburgh. Repelido pelas práticas cirúrgicas sem anestesia (ainda desconhecida na época), Darwin parte para a Universidade de Cambridge, com o objetivo (imposto pelo seu pai) de tornar-se clérigo da Igreja da Inglaterra.
A vida religiosa não lhe agrada e em 31 de dezembro de 1831 ele aceita o convite para tornar-se membro de uma expedição científica a bordo do navio Beagle. Assim, Darwin passa cinco anos (1831 a 1836) navegando pela costa do Pacífico e pela América do sul. Durante este período, o Beagle aportou em quase todos os continentes e ilhas maiores à medida que contornava o mundo, inclusive no Brasil. Darwin fora chamado para exercer as funções de geólogo, botânico, zoologista e homem de ciência. Esta viagem foi uma preparação fundamental para a sua vida subseqüente de pesquisador e escritor. Tanto é verdade que na introdução de seu livro ele assim se refere: "as relações geológicas que existem entre a fauna extinta da América meridional, assim como certos fatos relativos à distribuição dos seres organizados que povoam este continente, impressionaram-me profundamente quando da minha viagem a bordo do Beagle, na condição de naturalista. Estes fatos (...) parecem lançar alguma luz sobre a origem das espécies (...) julguei que, acumulando pacientemente todos os dados relativos a este assunto e examinando-os sob todos os aspectos, poderia, talvez, elucidar esta questão".
Em todo o lugar, Darwin reunia grandes coleções de rochas, plantas e animais (fósseis e vivos) enviadas à sua pátria. Imediatamente, após seu regresso à Inglaterra, Darwin iniciou um caderno de notas sobre a evolução, reunindo dados sobre a variação das espécies, dando assim os primeiros passos para a Origem das Espécies. No começo, o grande enigma era explicar o aparecimento e o desaparecimento das espécies.Assim surgiram, em sua cabeça, várias questões: por que se originavam as espécies? Por que se modificavam com o passar dos tempos, diferenciavam-se em numerosos tipos e freqüentemente desapareciam do mundo por completo?
A chave do mistério Darwin encontrou casualmente na leitura: "Ensaio sobre a População", de Malthus.
Depois disso, nasceu à famosa doutrina darwinista da seleção natural, da luta pela sobrevivência ou da sobrevivência do mais apto - pedra fundamental da Origem das Espécies. As pesquisas feitas durante a viagem abordo do Beagle é que fundamentaram sua Teoria da Evolução, servindo de base para o famoso livro Origem das Espécies. A obra foi publicada em 1859, sob o bombardeamento das controvérsias – o que era muito natural: Darwin estava mudando a crença contemporânea sobre a criação da vida na Terra.
No livro Origem das Espécies, Darwin defende duas teorias principais: a da evolução biológica - todas as espécies de plantas e animais que vivem hoje descendem de formas mais primitivas - e a de que esta evolução ocorre por "seleção natural". Os princípios básicos da teoria sobre a evolução de Charles Darwin, apresentados na Origem das Espécies, são quase que universalmente aceitos no mundo científico; embora existam controvérsias em torno deles. A Origem das Espécies demonstra a atuação do princípio da seleção natural ao impedir o aumento da população. Alguns indivíduos de uma espécie são mais fortes, podem correr mais depressa, são mais inteligentes, mais imunes à doença, mais agressivos sexualmente ou mais aptos a suportar os rigores do clima do que seus companheiros. Estes sobreviverão e se reproduzirão, enquanto os mais fracos perecerão. No curso de muitos milênios, as variações levaram à criação de espécies essencialmente novas.
Após a publicação de sua obra mais famosa, Darwin continua a escrever e publicar trabalhos na área da Biologia por toda a sua vida. Ele passa a viver, com sua esposa e filhos, em Downe, um vilarejo a 50 milhas de Londres. Sofre de síndrome do pânico e mal-de-Chagas, o último adquirido durante sua viagem pela América do Sul. A morte chega em 19 de abril de 1882. Charles Darwin é sepultado na Abadia de Westminster.
Charles Darwin
Charles Darwin foi um notável cientista do Séc. XIX (12 de fevereiro de 1809 - 19 de abril de 1882), autor da teoria da evolução das espécies através da selecção natural. [Biografia]
Encontrados 13 pensamentos de Charles Darwin
Para ser um bom observador é preciso ser um bom teórico.
O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.
A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana
Charles Darwin
Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças
Não há diferença fundamental entre o Homem e os animais nas suas faculdades mentais(...) Os animais, como o Homem, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.
"Não há diferença fundamental entre o Homem e os animais nas suas faculdades mentais(...) Os animais, como o Homem, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento."
Na história da humanidade (e dos animais também) aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram.
O homem, com suas nobres qualidades, ainda carrega no corpo a marca indelével de sua origem modesta.
A atenção é a mais importante de todas as faculdades para o desenvolvimento da inteligência humana.
Conseguimos realizar nossos propósitos, economizando os minutos.
A ignorância gera mais frequentemente confiança do que o conhecimento: são os que sabem pouco, e não aqueles que sabem muito, que afirmam de uma forma tão categórica que este ou aquele problema nunca será resolvido pela ciência.
Não tenho o menor medo de morrer.
O homem ainda traz em sua estrutura fisica a marca indelével de sua origem primitiva.
Charles Darwin
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Movimento na Cabeça de Área
TV Universitária de Pernambuco, Canal 11
Programa Cabeça de Área
Apresentador Edílson Fernandes (e equipe)
Tema Prática Esportiva e Meio Ambiente
Dia Sábado (02.01.2010)
Hora 12:30h
Programa exibido em 24.10.2009
Contatos: Luci Machado 3251.2628 / 8637.1747
José Semente 3455.1721 / 3076.1664
Arlindo Lima 3251.1265
Jacilda Nascimento 3251.3830 / 9965.0916
Patricia Maria 9183.9762
Augusto Semente 3469.0598 / 9258.7195
Programa Cabeça de Área
Apresentador Edílson Fernandes (e equipe)
Tema Prática Esportiva e Meio Ambiente
Dia Sábado (02.01.2010)
Hora 12:30h
Programa exibido em 24.10.2009
Contatos: Luci Machado 3251.2628 / 8637.1747
José Semente 3455.1721 / 3076.1664
Arlindo Lima 3251.1265
Jacilda Nascimento 3251.3830 / 9965.0916
Patricia Maria 9183.9762
Augusto Semente 3469.0598 / 9258.7195
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Carlos Minc critica resultados da Conferência de Copenhague
Brasil
20 de Dezembro de 2009 - 10h35
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou os resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), encerrada ontem (18) em Copenhague, Dinamarca. Para ele, a criação de um fundo de US$ 30 bilhões destinado a ajudar países pobres a combater as mudanças climáticas e a redução de gás carbônico nos próximos três anos é insuficiente.
“Esse valor de US$ 30 bilhões para todos é menos do que o Brasil sozinho vai gastar para cumprir as nossas metas, aprovadas pelo nosso parlamento”, disse o ministro, em nota, lembrando que o país vai gastar US$ 16 bilhões por ano para cumprir a meta de reduzir em até 39% as emissões de gases de efeito estufa até 2020.
Minc disse ainda que o Brasil vai continuar cobrando dos países ricos uma postura mais forte para a proteção do planeta. "A gente vai mobilizar a população e a opinião pública, assim como foi feito para que os Estados Unidos e a China apresentassem as suas metas", afirmou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que o acordo parcial - fechado entre os Estados Unidos, a China, Índia, o Brasil e a África do Sul com apoio de outros países - não é o ideal, mas o início da busca por um acordo. “O Acordo de Copenhague pode não ser tudo o que todos esperavam, mas é um começo importante”, disse.
A presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) optou por “tomar nota” do Acordo de Copenhague. O acordo oficial ficou para 2010. “Vamos tentar chegar a um acordo obrigatório com valor legal até a COP-16, no México”, completou.
Fonte: Agência Brasil
http://www.vermelho.org.br/
20 de Dezembro de 2009 - 10h35
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou os resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), encerrada ontem (18) em Copenhague, Dinamarca. Para ele, a criação de um fundo de US$ 30 bilhões destinado a ajudar países pobres a combater as mudanças climáticas e a redução de gás carbônico nos próximos três anos é insuficiente.
“Esse valor de US$ 30 bilhões para todos é menos do que o Brasil sozinho vai gastar para cumprir as nossas metas, aprovadas pelo nosso parlamento”, disse o ministro, em nota, lembrando que o país vai gastar US$ 16 bilhões por ano para cumprir a meta de reduzir em até 39% as emissões de gases de efeito estufa até 2020.
Minc disse ainda que o Brasil vai continuar cobrando dos países ricos uma postura mais forte para a proteção do planeta. "A gente vai mobilizar a população e a opinião pública, assim como foi feito para que os Estados Unidos e a China apresentassem as suas metas", afirmou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que o acordo parcial - fechado entre os Estados Unidos, a China, Índia, o Brasil e a África do Sul com apoio de outros países - não é o ideal, mas o início da busca por um acordo. “O Acordo de Copenhague pode não ser tudo o que todos esperavam, mas é um começo importante”, disse.
A presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) optou por “tomar nota” do Acordo de Copenhague. O acordo oficial ficou para 2010. “Vamos tentar chegar a um acordo obrigatório com valor legal até a COP-16, no México”, completou.
Fonte: Agência Brasil
http://www.vermelho.org.br/
Fidel: A verdade sobre o que ocorreu em Copenhague
América Latina
20 de Dezembro de 2009 - 15h52
O líder cubano Fidel Castro afirmou neste domingo (20) que a cúpula da ONU sobre mudança climática (COP-15), em Copenhague, terminou com "uma iniciativa antidemocrática e virtualmente clandestina", e acusou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de pronunciar "um discurso enganoso e demagógico".
Em um novo artigo divulgado pela imprensa oficial cubana, o ex-presidente diz que, na capital dinamarquesa, foram humilhados movimentos sociais, instituições científicas e outros convidados.
Fidel aplaude os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, que proclamaram o "fracasso" da cúpula mesmo antes que começasse, assim como ele.
Segundo Fidel, se em Copenhague "foi alcançado algo importante, foi que, através da imprensa de massa, a opinião pública mundial pôde observar o caos político criado e o tratamento humilhante a chefes de Estado e de Governo, ministros e milhares de representantes de movimentos sociais e instituições".
O primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba afirma que, na capital dinamarquesa, houve uma "brutal repressão contra manifestantes pacíficos", de modo que lembrava, segundo ele, "a conduta das tropas dos nazistas que ocuparam a vizinha Dinamarca em abril de 1940".
Acrescenta que a cúpula foi "suspensa pelo Governo dinamarquês - aliado da Otan e associado ao açougue do Afeganistão - para entregar a sala principal da conferência ao presidente Obama, onde ele e um grupo seleto de convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo de falar".
"Obama pronunciou um discurso enganoso e demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava em compromisso vinculativo algum e ignorava o convênio marco de Kioto", afirma o ex-presidente. Leia abaixo a íntegra do artigo:
A verdade sobre o corrido na Cúpula
Por Fidel Castro
Aos jovens interessa mais que a todos o futuro.
Até recentemente, se discutia sobre o tipo de sociedade em que viveríamos. Hoje se analisada se a sociedade humana vai sobreviver.
Não se trata de frases dramáticas. É preciso acostumar-se com os fatos reais. A última coisa que os seres humanos podem perder é a esperança. Com a verdade em mãos, homens e mulheres de todas as idades, especialmente os jovens, travaram na Cúpula uma exemplar batalha, oferecendo ao mundo uma grande lição.
O principal agora é que se saiba o máximo possível, em Cuba e no mundo, sobre o ocorrido em Copenhague. A verdade tem uma força que ultrapassa a inteligência midiatizada e, muitas vezes, desinformada daqueles que detêm em suas mãos o destinos no mundo.
Se na capital dinamarquesa se conquistou algo importante foi que, através da imprensa de massa, a opinião pública mundial pôde observar o caos político criado e o tratamento humilhante a chefes de Estado e de Governo, ministros e milhares de representantes de movimentos sociais e instituições, que, cheios de ilusões e esperanças, viajaram à Cúpula de Copenhague.
A brutal repressão contra manifestantes pacíficos pelas forças de segurança, recordava a conduta das tropas de assalto nazistas, que ocuparam vizinha Dinamarca em abril de 1940. O que ninguém poderia imaginar era que, em 18 de dezembro de 2009, último dia da Cúpula, ela seria suspensa pelo governo dinamarquês - aliado da OTAN e associado ao açougue do Afeganistão - para entregar a sala principal da conferência ao presidente Obama, onde ele e um grupo seleto de convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo de falar.
Obama pronunciou um discurso enganoso e demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava em compromisso vinculativo algum e ignorava o convênio marco de Kioto.
Saiu da sala logo depois de ouvir alguns oradores mais. Entre os convidados a usar da palavra, estavam os países mais industrializados, várias das economias emergentes e alguns dos mais pobres do planeta. Os líderes e representantes de mais de 170 países só tinham o direito de ouvir.
Ao se encerrar o discurso dos 16 escolhidos, Evo Morales, com toda a atoridade de sua origem indígena aymará, recém eleito com 65% dos votos e o apoio de dois terços da Câmara e do Senado, solicitou a palavra. Ao presidente dinamarquês não restou outra solução que não ceder-lhe, ante a demanda das demais delegações.
Quando Evo concluiu suas sábias e profundas frases, o dinamarquês teve que ceder a palavra a Hugo Chávez. Ambos os pronunciamentos passarão à história como exemplos de discursos breves e oportunos.
Tendo cumprido cabalmente suas tarefas, os dois partiram a seus respectivos países. Porém, quando Obama saiu do fórum, não havia cumprido ainda a sua missão no país sede da Cúpula.
Desde a noite do dia 17 e a madrugada do dia 18, o Primeiro Ministro da Dinamarca e altos funcionários dos EUA se reuniam com o presidente da Comissão Europeia e os líderes de 27 países para propor, em nome de Obama, um projeto de acordo, de cuja elaboração não iriam participar nenhum dos outros líderes do resto do mundo.
Foi uma iniciativa antidemocrática e virtualmente clandestina, que ignorava milhares de representantes de movimentos sociais, instituições científicas, religiosas e outros convidados na Cúpula.
Durante toda a noite do dia 18 até as três da manhã do dia 19, quando muitos chefes de Estado já haviam ido embora, os representantes dos países estiveram aguardando a retomada das sessões e a cerimônia de encerramento. Durante todo o dia 18, Obama realizou reuniões e conferências de imprensa. O mesmo fizeram os líderes europeus. Então partiram.
Ocorreu entã algo insólito: às três da manhã do dia 19, o primeiro-ministro da Dinamarca convocou uma reunião para o encerramento da cúpula. Estavam representando seus países ministros, funcionários, embaixadores e pessoal técnico.
Foi, contudo, assombrosa a batalha que travou essa madrugada um grupo de representantes de países do Terceiro Mundo, desafiando a tentativa de Obama e os mais ricos do plantea de apresentar como acordo por consenso da Cúpula um documento imposto pelso Estados Unidos.
A representante da Venezuela, Claudia Salerno, com incrível energia, mostrou a sua mão direita, a partir da qual fluía sangue, pela força com que golpeou a mesa para exercer o seu direito a usar da palavra. Do tom da sua voz e da dignidade de seus argumentos jamais se esquecerá.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, fez uma forte discurso de cerca de mil palavras, do qual selecionei vários parágrafos. Gostaria de incluir nesta reflexão:
"O documento que o senhor várias vezes afirmou que não existia, senhor Presidente, aparece agora. [...] Nós vimos versões que circulam de forma sub-reptícia e que se discutem em pequenas reuniões secretas ... "
"... Eu lamento profundamente a forma como o senhor tem conduzido esta conferência ".
"... Cuba considera totalmente inadequado e inaceitável o textop deste apócrifo projeto. A meta de 2 graus centígrados é inaceitável e teria consequências catastróficas imensuráveis ... "
"O documento que, infelizmente, o senhor apresenta não tem qualquer compromisso com a redução de emissões de gases de efeito estufa. "
“Conheço ass versões anteriores que também, através de procedimentos questionáveis e ilegais, estiveram sendo negociadas em panelinhas fechadas ... "
"O documento que o senhor apresenta agora omite, precisamente, as já magras e insuficientes frases chaves que aquela versão continha ... "
"... Para Cuba, é incompatível com o critério científico universalmente reconhecidos, que considera urgente e inevitável garantir níveis de redução, pelo menos, de 45% das emissões até 2020, e não inferiores a 80% ou 90% de redução em 2050. "
"Qualquer abordagem em relação à continuidade das negociações para aprovar, no futuro, acordos de redução de emissões deve incluir, necessariamente, o conceito da vigência do Protocolo de Quioto [...] Seu projeto, o Sr. Presidente, é a certidão de óbito do Protocolo de Quioto, que a minha delegação não aceita ".
“A delegação cubana deseja enfatizar o primado do princípio de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", como um conceito central do futuro processo de negociações. Seu papel não diz uma palavra disso ".
"Este projeto de declaração omite compromissos específicos de financiamento e transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento como parte do cumprimento das obrigações dos países desenvolvidos no âmbito da Convenção-marco das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [...] Os países desenvolvidos, que impõem os seus interesses através de seu documento, Sr. Presidente, fogem de qualquer compromisso concreto. "
"... O que vocês chamam, Sr. Presidente, de um grupo de líderes representativos" é, para mim, uma violação grosseira do princípio da igualdade soberana que consagra a Carta das Nações Unidas ... "
"Sr. Presidente, peço formalmente que esta declaração esteja contida no relatório final sobre o trabalho desta infeliz e embaraçosa 15 Conferência das Partes. "
Eles tinham concedido apenas uma hora para os representantes dos Estados expressarem opiniões, o que conduziu a situações complicadas, embaraçosas e desagradáveis.
Houve então uma longa discussão em que as delegações dos países desenvolvidos exerceram forte pressão para tentar aprovar na Conferência este documento como um resultado de suas deliberações.
Um reduzido número de países insistiu com firmeza nas sérias omissões e ambiguidades do documento impulsionado pelos Estados Unidos, em particular na ausência de compromisso dos países desenvolvidos quanto à redução de emissões de carbono e ao financiamento para adotar medidas de mitigação e adaptação dos países do Sul.
Após uma discussão longa e extremamente tensa, prevaleceu a posição dos países da ALBA e do Sudão, como presidente do Grupo dos 77, de que o documento em questão era inaceitável para ser aprovado pela Conferência.
Dada a evidente falta de consenso, a Conferência se limitou a "tomar nota" da existência deste documento, conforme a posição de um grupo de cerca de 25 países.
Na sequência desta decisão adotada às 10h30 da manhã, Bruno -- após discussão, junto a outros representantes da ALBA , como secretário da ONU e expressar-lhe a disposição de continuar lutando ao lado das Nações Unidas para prevenir as terríveis consequências da mudança climática - partiu na companhia do Vice-presidente cubano, Esteban Lazo, ao nosso país para participar da reunião da Assembléia Nacional, que conclui o seu trabalho. Em Copenhague ficaram alguns membros da delegação e o embaixador para participar dos trâmites finais.
Na tarde de hoje, relataram o seguinte:
"... Tanto aqueles que participaram na elaboração do documento, assim, como os que – a exemplo do presidente dos EUA - se anteciparam para anunciar sua aprovação pela Conferência ... como não poderiam simplesmente rejeitar a decisão de "tomar nota" do suposto ‘Acordo de Copenhague’, tentaram propor um procedimento para que outros países Parte, que não haviam estado neste compromisso , se somassem a ele, declarando sua adesão, o que tentavam dar-lhe um caráter legal ao acordo, que de fato poderia prejudicar os resultados das negociações
deverão continuar. "
"Esta tentativa tardia novamente recebeu forte oposição de Cuba, Venezuela e Bolívia, que advertiram que esse documento que a Convenção não havia endossado não tinha base legal, não existia como um documento das Partes e não poderia se estabelecer regra alguma para sua suposta adoção …"
"É neste estado que terminam as sessões de Copenhague, sem que se tenha adotado o documento que foi preparado secretamente durante os últimos dias, com uma clara condução ideológica do governo norte-americano ... "
Amanhã o foco estará na Assembléia Nacional.
Lazo, Bruno e o resto da delegação chegará hoje à meia-noite. O Ministro de Negócios Estrangeiros de Cuba vai explicar na segunda-feira com os detalhes e precisão necessária, a verdade do que aconteceu na Cúpula
Fidel Castro
10/12/2009
http://www.vermelho.org.br/
20 de Dezembro de 2009 - 15h52
O líder cubano Fidel Castro afirmou neste domingo (20) que a cúpula da ONU sobre mudança climática (COP-15), em Copenhague, terminou com "uma iniciativa antidemocrática e virtualmente clandestina", e acusou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de pronunciar "um discurso enganoso e demagógico".
Em um novo artigo divulgado pela imprensa oficial cubana, o ex-presidente diz que, na capital dinamarquesa, foram humilhados movimentos sociais, instituições científicas e outros convidados.
Fidel aplaude os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, que proclamaram o "fracasso" da cúpula mesmo antes que começasse, assim como ele.
Segundo Fidel, se em Copenhague "foi alcançado algo importante, foi que, através da imprensa de massa, a opinião pública mundial pôde observar o caos político criado e o tratamento humilhante a chefes de Estado e de Governo, ministros e milhares de representantes de movimentos sociais e instituições".
O primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba afirma que, na capital dinamarquesa, houve uma "brutal repressão contra manifestantes pacíficos", de modo que lembrava, segundo ele, "a conduta das tropas dos nazistas que ocuparam a vizinha Dinamarca em abril de 1940".
Acrescenta que a cúpula foi "suspensa pelo Governo dinamarquês - aliado da Otan e associado ao açougue do Afeganistão - para entregar a sala principal da conferência ao presidente Obama, onde ele e um grupo seleto de convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo de falar".
"Obama pronunciou um discurso enganoso e demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava em compromisso vinculativo algum e ignorava o convênio marco de Kioto", afirma o ex-presidente. Leia abaixo a íntegra do artigo:
A verdade sobre o corrido na Cúpula
Por Fidel Castro
Aos jovens interessa mais que a todos o futuro.
Até recentemente, se discutia sobre o tipo de sociedade em que viveríamos. Hoje se analisada se a sociedade humana vai sobreviver.
Não se trata de frases dramáticas. É preciso acostumar-se com os fatos reais. A última coisa que os seres humanos podem perder é a esperança. Com a verdade em mãos, homens e mulheres de todas as idades, especialmente os jovens, travaram na Cúpula uma exemplar batalha, oferecendo ao mundo uma grande lição.
O principal agora é que se saiba o máximo possível, em Cuba e no mundo, sobre o ocorrido em Copenhague. A verdade tem uma força que ultrapassa a inteligência midiatizada e, muitas vezes, desinformada daqueles que detêm em suas mãos o destinos no mundo.
Se na capital dinamarquesa se conquistou algo importante foi que, através da imprensa de massa, a opinião pública mundial pôde observar o caos político criado e o tratamento humilhante a chefes de Estado e de Governo, ministros e milhares de representantes de movimentos sociais e instituições, que, cheios de ilusões e esperanças, viajaram à Cúpula de Copenhague.
A brutal repressão contra manifestantes pacíficos pelas forças de segurança, recordava a conduta das tropas de assalto nazistas, que ocuparam vizinha Dinamarca em abril de 1940. O que ninguém poderia imaginar era que, em 18 de dezembro de 2009, último dia da Cúpula, ela seria suspensa pelo governo dinamarquês - aliado da OTAN e associado ao açougue do Afeganistão - para entregar a sala principal da conferência ao presidente Obama, onde ele e um grupo seleto de convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo de falar.
Obama pronunciou um discurso enganoso e demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava em compromisso vinculativo algum e ignorava o convênio marco de Kioto.
Saiu da sala logo depois de ouvir alguns oradores mais. Entre os convidados a usar da palavra, estavam os países mais industrializados, várias das economias emergentes e alguns dos mais pobres do planeta. Os líderes e representantes de mais de 170 países só tinham o direito de ouvir.
Ao se encerrar o discurso dos 16 escolhidos, Evo Morales, com toda a atoridade de sua origem indígena aymará, recém eleito com 65% dos votos e o apoio de dois terços da Câmara e do Senado, solicitou a palavra. Ao presidente dinamarquês não restou outra solução que não ceder-lhe, ante a demanda das demais delegações.
Quando Evo concluiu suas sábias e profundas frases, o dinamarquês teve que ceder a palavra a Hugo Chávez. Ambos os pronunciamentos passarão à história como exemplos de discursos breves e oportunos.
Tendo cumprido cabalmente suas tarefas, os dois partiram a seus respectivos países. Porém, quando Obama saiu do fórum, não havia cumprido ainda a sua missão no país sede da Cúpula.
Desde a noite do dia 17 e a madrugada do dia 18, o Primeiro Ministro da Dinamarca e altos funcionários dos EUA se reuniam com o presidente da Comissão Europeia e os líderes de 27 países para propor, em nome de Obama, um projeto de acordo, de cuja elaboração não iriam participar nenhum dos outros líderes do resto do mundo.
Foi uma iniciativa antidemocrática e virtualmente clandestina, que ignorava milhares de representantes de movimentos sociais, instituições científicas, religiosas e outros convidados na Cúpula.
Durante toda a noite do dia 18 até as três da manhã do dia 19, quando muitos chefes de Estado já haviam ido embora, os representantes dos países estiveram aguardando a retomada das sessões e a cerimônia de encerramento. Durante todo o dia 18, Obama realizou reuniões e conferências de imprensa. O mesmo fizeram os líderes europeus. Então partiram.
Ocorreu entã algo insólito: às três da manhã do dia 19, o primeiro-ministro da Dinamarca convocou uma reunião para o encerramento da cúpula. Estavam representando seus países ministros, funcionários, embaixadores e pessoal técnico.
Foi, contudo, assombrosa a batalha que travou essa madrugada um grupo de representantes de países do Terceiro Mundo, desafiando a tentativa de Obama e os mais ricos do plantea de apresentar como acordo por consenso da Cúpula um documento imposto pelso Estados Unidos.
A representante da Venezuela, Claudia Salerno, com incrível energia, mostrou a sua mão direita, a partir da qual fluía sangue, pela força com que golpeou a mesa para exercer o seu direito a usar da palavra. Do tom da sua voz e da dignidade de seus argumentos jamais se esquecerá.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, fez uma forte discurso de cerca de mil palavras, do qual selecionei vários parágrafos. Gostaria de incluir nesta reflexão:
"O documento que o senhor várias vezes afirmou que não existia, senhor Presidente, aparece agora. [...] Nós vimos versões que circulam de forma sub-reptícia e que se discutem em pequenas reuniões secretas ... "
"... Eu lamento profundamente a forma como o senhor tem conduzido esta conferência ".
"... Cuba considera totalmente inadequado e inaceitável o textop deste apócrifo projeto. A meta de 2 graus centígrados é inaceitável e teria consequências catastróficas imensuráveis ... "
"O documento que, infelizmente, o senhor apresenta não tem qualquer compromisso com a redução de emissões de gases de efeito estufa. "
“Conheço ass versões anteriores que também, através de procedimentos questionáveis e ilegais, estiveram sendo negociadas em panelinhas fechadas ... "
"O documento que o senhor apresenta agora omite, precisamente, as já magras e insuficientes frases chaves que aquela versão continha ... "
"... Para Cuba, é incompatível com o critério científico universalmente reconhecidos, que considera urgente e inevitável garantir níveis de redução, pelo menos, de 45% das emissões até 2020, e não inferiores a 80% ou 90% de redução em 2050. "
"Qualquer abordagem em relação à continuidade das negociações para aprovar, no futuro, acordos de redução de emissões deve incluir, necessariamente, o conceito da vigência do Protocolo de Quioto [...] Seu projeto, o Sr. Presidente, é a certidão de óbito do Protocolo de Quioto, que a minha delegação não aceita ".
“A delegação cubana deseja enfatizar o primado do princípio de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", como um conceito central do futuro processo de negociações. Seu papel não diz uma palavra disso ".
"Este projeto de declaração omite compromissos específicos de financiamento e transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento como parte do cumprimento das obrigações dos países desenvolvidos no âmbito da Convenção-marco das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [...] Os países desenvolvidos, que impõem os seus interesses através de seu documento, Sr. Presidente, fogem de qualquer compromisso concreto. "
"... O que vocês chamam, Sr. Presidente, de um grupo de líderes representativos" é, para mim, uma violação grosseira do princípio da igualdade soberana que consagra a Carta das Nações Unidas ... "
"Sr. Presidente, peço formalmente que esta declaração esteja contida no relatório final sobre o trabalho desta infeliz e embaraçosa 15 Conferência das Partes. "
Eles tinham concedido apenas uma hora para os representantes dos Estados expressarem opiniões, o que conduziu a situações complicadas, embaraçosas e desagradáveis.
Houve então uma longa discussão em que as delegações dos países desenvolvidos exerceram forte pressão para tentar aprovar na Conferência este documento como um resultado de suas deliberações.
Um reduzido número de países insistiu com firmeza nas sérias omissões e ambiguidades do documento impulsionado pelos Estados Unidos, em particular na ausência de compromisso dos países desenvolvidos quanto à redução de emissões de carbono e ao financiamento para adotar medidas de mitigação e adaptação dos países do Sul.
Após uma discussão longa e extremamente tensa, prevaleceu a posição dos países da ALBA e do Sudão, como presidente do Grupo dos 77, de que o documento em questão era inaceitável para ser aprovado pela Conferência.
Dada a evidente falta de consenso, a Conferência se limitou a "tomar nota" da existência deste documento, conforme a posição de um grupo de cerca de 25 países.
Na sequência desta decisão adotada às 10h30 da manhã, Bruno -- após discussão, junto a outros representantes da ALBA , como secretário da ONU e expressar-lhe a disposição de continuar lutando ao lado das Nações Unidas para prevenir as terríveis consequências da mudança climática - partiu na companhia do Vice-presidente cubano, Esteban Lazo, ao nosso país para participar da reunião da Assembléia Nacional, que conclui o seu trabalho. Em Copenhague ficaram alguns membros da delegação e o embaixador para participar dos trâmites finais.
Na tarde de hoje, relataram o seguinte:
"... Tanto aqueles que participaram na elaboração do documento, assim, como os que – a exemplo do presidente dos EUA - se anteciparam para anunciar sua aprovação pela Conferência ... como não poderiam simplesmente rejeitar a decisão de "tomar nota" do suposto ‘Acordo de Copenhague’, tentaram propor um procedimento para que outros países Parte, que não haviam estado neste compromisso , se somassem a ele, declarando sua adesão, o que tentavam dar-lhe um caráter legal ao acordo, que de fato poderia prejudicar os resultados das negociações
deverão continuar. "
"Esta tentativa tardia novamente recebeu forte oposição de Cuba, Venezuela e Bolívia, que advertiram que esse documento que a Convenção não havia endossado não tinha base legal, não existia como um documento das Partes e não poderia se estabelecer regra alguma para sua suposta adoção …"
"É neste estado que terminam as sessões de Copenhague, sem que se tenha adotado o documento que foi preparado secretamente durante os últimos dias, com uma clara condução ideológica do governo norte-americano ... "
Amanhã o foco estará na Assembléia Nacional.
Lazo, Bruno e o resto da delegação chegará hoje à meia-noite. O Ministro de Negócios Estrangeiros de Cuba vai explicar na segunda-feira com os detalhes e precisão necessária, a verdade do que aconteceu na Cúpula
Fidel Castro
10/12/2009
http://www.vermelho.org.br/
sábado, 19 de dezembro de 2009
O Discurso de Lula na COP - 15
18/12/2009 | Copenhague |
Leia na íntegra o discurso de Lula na CoP-15
Confira na íntegra o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito hoje (18) durante sessão plenária de debate informal na 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CoP-15), em Copenhague. O início da fala de Lula foi recuperado pela Agência Estado, pois, por falha técnica, não foi gravado pela Secretaria de Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República.
"Senhor presidente, senhor secretário geral, senhores e senhoras chefes de Estado, senhores e senhoras chefes de governo, amigos e amigas.
Confesso a todos vocês que estou um pouco frustrado. Porque há muito tempo discutimos a questão do clima e cada vez mais constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar. Pensando em contribuir para a discussão nesta conferência, o Brasil teve uma posição muito ousada. Apresentamos as nossas metas até 2020.
Assumimos um compromisso e aprovamos no Congresso Nacional, transformando em lei, que o Brasil, até 2020, reduzirá as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9%, baseado em algumas coisas que nós consideramos importantes: mudança no sistema da agricultura brasileira; mudança no sistema siderúrgico brasileiro; mudança e aprimoramento da nossa matriz energética, que já é uma das mais limpas do mundo, e assumimos o compromisso de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020.
E fizemos isso construindo uma engenharia econômica que obrigará um país em desenvolvimento, com muitas dificuldades econômicas, a gastar até 2020 US$ 166 bilhões, o equivalente a US$ 16 bilhões por ano. Não é uma tarefa fácil, mas foi necessário tomar essas medidas para mostrar ao mundo que, com meias palavras e com barganhas, a gente não encontraria uma solução nesta Conferência de Copenhague.
Tive o prazer de participar ontem à noite, até às duas e meia da manhã, de uma reunião que, sinceramente, eu não esperava participar, porque era uma reunião onde tinha muitos chefes de Estado, figuras das mais proeminentes do mundo político e, sinceramente, submeter chefes de Estado a determinadas discussões como nós fizemos antes (ontem), há muito tempo eu não assistia.
Eu, ontem, estava na reunião e me lembrava do meu tempo de dirigente sindical, quando estávamos negociando com os empresários. E por que é que tivemos essas dificuldades? Porque nós não cuidamos antes de trabalhar com a responsabilidade com que era necessário trabalhar. A questão não é apenas dinheiro. Algumas pessoas pensam que apenas o dinheiro resolve o problema. Não resolveu no passado, não resolverá no presente e, muito menos, vai resolver no futuro. O dinheiro é importante e os países pobres precisam de dinheiro para manter o seu desenvolvimento, para preservar o meio ambiente, para cuidar das suas florestas. É verdade.
Mas é importante que nós, os países em desenvolvimento e os países ricos, quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, não pensemos que estamos dando uma esmola, porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gases de efeito estufa feita durante dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro.
Não é uma barganha de quem tem dinheiro ou quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério, é um compromisso para saber se é verdadeiro ou não o que os cientistas estão dizendo, que o aquecimento global é irreversível. E, portanto, quem tem mais recursos e mais possibilidades precisa garantir a contribuição para proteger os mais necessitados.
Todo mundo se colocou de acordo que precisamos garantir os 2% de aquecimento global até 2050. Até aí, todos estamos de acordo. Todo mundo está consciente de que só é possível construirmos esse acordo se os países assumirem, com muita responsabilidade, as suas metas. E mesmo as metas, que deveriam ser uma coisa mais simples, tem muita gente querendo barganhar as metas. Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos períodos.
Todos nós sabemos que é preciso, para manter o compromisso das metas e para manter o compromisso do financiamento, a gente, em qualquer documento que for aprovado aqui, a gente tem que manter os princípios adotados no Protocolo de Kyoto e os princípios adotados na Convenção-Quadro. Porque é verdade que nós temos responsabilidades comuns, mas é verdade que elas são diferenciadas.
Eu não me esqueço nunca que quando tomei posse, em 2003, o meu compromisso era tentar garantir que cada brasileiro ou brasileira pudesse tomar café de manhã, almoçar e jantar. Para o mundo desenvolvido, isso era coisa do passado. Para a África, para a América Latina e para muitos países asiáticos, ainda é coisa do futuro. E isso está ligado à discussão que estamos fazendo aqui, porque não é discutir apenas a questão do clima.
É discutir desenvolvimento e oportunidades para todos os países. Eu tive conversas com líderes importantes e cheguei à conclusão de que era possível construir uma base política que pudesse explicar ao mundo que nós, presidentes, primeiros-ministros e especialistas, somos muito responsáveis e que iríamos encontrar uma solução. Ainda acredito, porque eu sou excessivamente otimista. Mas é preciso que a gente faça um jogo, não pensando em ganhar ou perder. É verdade que os países que derem dinheiro têm o direito de exigir a transparência, têm direito até de exigir o cumprimento da política que foi financiada. Mas é verdade que nós precisamos tomar muito cuidado com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos países mais pobres. A experiência que nós temos, seja do Fundo Monetário Internacional ou seja do Banco Mundial nos nossos países, não é recomendável que continue a acontecer no século XXI.
O que nós precisamos... e vou dizer, de público, uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países. Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo numa proposta final, aqui neste encontro.
Agora, o que nós não estamos de acordo é que as figuras mais importantes do planeta Terra assinem qualquer documento, para dizer que nós assinamos documento. Eu adoraria sair daqui com o documento mais perfeito do mundo assinado. Mas se não tivemos condições de fazer até agora - eu não sei, meu querido companheiro Rasmussen, meu companheiro Ban Ki-moon - se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá neste plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora. Não sei.
Eu acredito, como eu acredito em Deus, eu acredito em milagre, ele pode acontecer, e quero fazer parte dele. Mas, para que esse milagre aconteça, nós precisamos levar em conta que teve dois grupos trabalhando os documentos aqui, que nós não podemos esquecer. Portanto, o documento é muito importante, dos grupos aqui.
Segundo, que a gente possa fazer um documento político para servir de base de guarda-chuva, também é possível fazer, se a gente entender três coisas: primeiro, Kyoto, Convenção-Quadro, MRV, não podem adentrar a soberania dos países - cada país tem que ter a competência de se autofiscalizar - e, ao mesmo tempo, que o dinheiro seja colocado para os países efetivamente mais pobres.
O Brasil não veio barganhar. As nossas metas não precisam de dinheiro externo. Nós iremos fazer com os nossos recursos, mas estamos dispostos a dar um passo a mais se a gente conseguir resolver o problema que vai atender, primeiro, a manutenção do desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Nós passamos um século sem crescer, enquanto outros cresciam muito. Agora que nós começamos a crescer, não é justo que voltemos a fazer sacrifício.
No Brasil ainda tem muitos pobres. No Brasil tem muitos pobres, na África tem muitos pobres, na Índia e na China tem muitos pobres. E nós também compreendemos o papel dos países mais ricos. Eles, também, não podem ser aqueles que vão nos salvar. O que nós queremos é apenas, conjuntamente, ricos e pobres, estabelecer um ponto comum que nos permita sair daqui, orgulhosamente, dizendo aos quatro cantos do mundo que nós estamos preocupados em preservar o futuro do planeta Terra sem o sacrifício da sua principal espécie, que são homens, mulheres e crianças que vivem neste mundo.
Muito obrigado."
Leia na íntegra o discurso de Lula na CoP-15
Confira na íntegra o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito hoje (18) durante sessão plenária de debate informal na 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CoP-15), em Copenhague. O início da fala de Lula foi recuperado pela Agência Estado, pois, por falha técnica, não foi gravado pela Secretaria de Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República.
"Senhor presidente, senhor secretário geral, senhores e senhoras chefes de Estado, senhores e senhoras chefes de governo, amigos e amigas.
Confesso a todos vocês que estou um pouco frustrado. Porque há muito tempo discutimos a questão do clima e cada vez mais constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar. Pensando em contribuir para a discussão nesta conferência, o Brasil teve uma posição muito ousada. Apresentamos as nossas metas até 2020.
Assumimos um compromisso e aprovamos no Congresso Nacional, transformando em lei, que o Brasil, até 2020, reduzirá as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9%, baseado em algumas coisas que nós consideramos importantes: mudança no sistema da agricultura brasileira; mudança no sistema siderúrgico brasileiro; mudança e aprimoramento da nossa matriz energética, que já é uma das mais limpas do mundo, e assumimos o compromisso de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020.
E fizemos isso construindo uma engenharia econômica que obrigará um país em desenvolvimento, com muitas dificuldades econômicas, a gastar até 2020 US$ 166 bilhões, o equivalente a US$ 16 bilhões por ano. Não é uma tarefa fácil, mas foi necessário tomar essas medidas para mostrar ao mundo que, com meias palavras e com barganhas, a gente não encontraria uma solução nesta Conferência de Copenhague.
Tive o prazer de participar ontem à noite, até às duas e meia da manhã, de uma reunião que, sinceramente, eu não esperava participar, porque era uma reunião onde tinha muitos chefes de Estado, figuras das mais proeminentes do mundo político e, sinceramente, submeter chefes de Estado a determinadas discussões como nós fizemos antes (ontem), há muito tempo eu não assistia.
Eu, ontem, estava na reunião e me lembrava do meu tempo de dirigente sindical, quando estávamos negociando com os empresários. E por que é que tivemos essas dificuldades? Porque nós não cuidamos antes de trabalhar com a responsabilidade com que era necessário trabalhar. A questão não é apenas dinheiro. Algumas pessoas pensam que apenas o dinheiro resolve o problema. Não resolveu no passado, não resolverá no presente e, muito menos, vai resolver no futuro. O dinheiro é importante e os países pobres precisam de dinheiro para manter o seu desenvolvimento, para preservar o meio ambiente, para cuidar das suas florestas. É verdade.
Mas é importante que nós, os países em desenvolvimento e os países ricos, quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, não pensemos que estamos dando uma esmola, porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gases de efeito estufa feita durante dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro.
Não é uma barganha de quem tem dinheiro ou quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério, é um compromisso para saber se é verdadeiro ou não o que os cientistas estão dizendo, que o aquecimento global é irreversível. E, portanto, quem tem mais recursos e mais possibilidades precisa garantir a contribuição para proteger os mais necessitados.
Todo mundo se colocou de acordo que precisamos garantir os 2% de aquecimento global até 2050. Até aí, todos estamos de acordo. Todo mundo está consciente de que só é possível construirmos esse acordo se os países assumirem, com muita responsabilidade, as suas metas. E mesmo as metas, que deveriam ser uma coisa mais simples, tem muita gente querendo barganhar as metas. Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos períodos.
Todos nós sabemos que é preciso, para manter o compromisso das metas e para manter o compromisso do financiamento, a gente, em qualquer documento que for aprovado aqui, a gente tem que manter os princípios adotados no Protocolo de Kyoto e os princípios adotados na Convenção-Quadro. Porque é verdade que nós temos responsabilidades comuns, mas é verdade que elas são diferenciadas.
Eu não me esqueço nunca que quando tomei posse, em 2003, o meu compromisso era tentar garantir que cada brasileiro ou brasileira pudesse tomar café de manhã, almoçar e jantar. Para o mundo desenvolvido, isso era coisa do passado. Para a África, para a América Latina e para muitos países asiáticos, ainda é coisa do futuro. E isso está ligado à discussão que estamos fazendo aqui, porque não é discutir apenas a questão do clima.
É discutir desenvolvimento e oportunidades para todos os países. Eu tive conversas com líderes importantes e cheguei à conclusão de que era possível construir uma base política que pudesse explicar ao mundo que nós, presidentes, primeiros-ministros e especialistas, somos muito responsáveis e que iríamos encontrar uma solução. Ainda acredito, porque eu sou excessivamente otimista. Mas é preciso que a gente faça um jogo, não pensando em ganhar ou perder. É verdade que os países que derem dinheiro têm o direito de exigir a transparência, têm direito até de exigir o cumprimento da política que foi financiada. Mas é verdade que nós precisamos tomar muito cuidado com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos países mais pobres. A experiência que nós temos, seja do Fundo Monetário Internacional ou seja do Banco Mundial nos nossos países, não é recomendável que continue a acontecer no século XXI.
O que nós precisamos... e vou dizer, de público, uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países. Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo numa proposta final, aqui neste encontro.
Agora, o que nós não estamos de acordo é que as figuras mais importantes do planeta Terra assinem qualquer documento, para dizer que nós assinamos documento. Eu adoraria sair daqui com o documento mais perfeito do mundo assinado. Mas se não tivemos condições de fazer até agora - eu não sei, meu querido companheiro Rasmussen, meu companheiro Ban Ki-moon - se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá neste plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora. Não sei.
Eu acredito, como eu acredito em Deus, eu acredito em milagre, ele pode acontecer, e quero fazer parte dele. Mas, para que esse milagre aconteça, nós precisamos levar em conta que teve dois grupos trabalhando os documentos aqui, que nós não podemos esquecer. Portanto, o documento é muito importante, dos grupos aqui.
Segundo, que a gente possa fazer um documento político para servir de base de guarda-chuva, também é possível fazer, se a gente entender três coisas: primeiro, Kyoto, Convenção-Quadro, MRV, não podem adentrar a soberania dos países - cada país tem que ter a competência de se autofiscalizar - e, ao mesmo tempo, que o dinheiro seja colocado para os países efetivamente mais pobres.
O Brasil não veio barganhar. As nossas metas não precisam de dinheiro externo. Nós iremos fazer com os nossos recursos, mas estamos dispostos a dar um passo a mais se a gente conseguir resolver o problema que vai atender, primeiro, a manutenção do desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Nós passamos um século sem crescer, enquanto outros cresciam muito. Agora que nós começamos a crescer, não é justo que voltemos a fazer sacrifício.
No Brasil ainda tem muitos pobres. No Brasil tem muitos pobres, na África tem muitos pobres, na Índia e na China tem muitos pobres. E nós também compreendemos o papel dos países mais ricos. Eles, também, não podem ser aqueles que vão nos salvar. O que nós queremos é apenas, conjuntamente, ricos e pobres, estabelecer um ponto comum que nos permita sair daqui, orgulhosamente, dizendo aos quatro cantos do mundo que nós estamos preocupados em preservar o futuro do planeta Terra sem o sacrifício da sua principal espécie, que são homens, mulheres e crianças que vivem neste mundo.
Muito obrigado."
O socialismo é o caminho da salvação do planeta
• Discurso proferido pelo presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, na Cúpula Climática das Nações Unidas, em Copenhague, Dinamarca, em 16 de dezembro de 2009
Senhor presidente; senhores, senhoras; Excelências; amigas e amigos;
• PROMETO-LHES que não vou falar mais que quem tenha falado mais nesta tarde aqui. Permitam-me um comentário inicial, que teria gostado de fazer, como parte do ponto prévio, quando falaram as delegações do Brasil, da China, da Índia e da Bolívia — nós estávamos lá pedindo a palavra, mas não foi possível tomá-la.
Disse a representante da Bolívia — aproveito, para cumprimentar, o companheiro presidente Evo Morales, que está lá (Aplausos), presidente da República da Bolívia —, entre outras coisas, o seguinte — anotei aqui —: "O texto apresentado não é democrático, não é inclusivo".
Eu vinha chegando, apenas estávamos sentando-nos quando ouvimos a presidenta da sessão anterior, a ministra, dizer que vinha um documento aí, mas ninguém conhece. Eu perguntei pelo documento, ainda não o temos, acredito que ninguém sabe desse documento, ultra-secreto. Agora, certamente a camarada boliviana disse: "Não é democrático, não é inclusivo".
Agora, senhoras, senhores, por acaso não é essa precisamente a realidade deste mundo? Por acaso estamos num mundo democrático? Por acaso o sistema mundial é inclusivo? Podemos esperar algo democrático, inclusivo, do sistema mundial atual? O que vivemos neste planeta é uma ditadura imperial e daqui a continuamos denunciando: Abaixo a ditadura imperial e que vivam os povos, a democracia e a igualdade neste planeta! (Aplausos).
Isto que vemos aqui é reflexo disso: exclusão. Há um grupo de países que acreditam serem superiores a nós os do Sul, a nós o Terceiro Mundo, a nós os subdesenvolvidos, ou como diz o grande amigo Eduardo Galeano, nós os países atropelados por um trem, que nos atropelou na história.
Assim que então não nos surpreendamos disto, não nos surpreendamos: Não há democracia no mundo, e aqui estamos, mais uma vez, ante uma poderosa evidência da ditadura imperial mundial.
Aqui subiram dois jovens; por fortuna, os agentes da ordem foram decentes, algum empurrão por aí, e eles colaboraram, não foi?
Lá fora há muita gente, sabem? Claro, não cabem nesta sala. Li na imprensa que houve alguns detidos, alguns protestos intensos aí nas ruas de Copenhague, e quero cumprimentar toda essa gente que está lá fora, a maioria dela jovens (Aplausos). Claro, são jovens preocupados, acredito que com razão, muito mais que nós, pelo futuro do mundo. A maioria dos que estamos aqui temos o Sol nas costas; eles têm o Sol na frente e estão muito preocupados.
A gente poderia dizer senhor presidente, que um fantasma percorre Copenhague, parafraseando Karl Marx, o grande Karl Marx. Um fantasma percorre as ruas de Copenhague, e acredito que esse fantasma anda em silêncio por esta sala, por aí anda entre nós, caminha pelos corredores, sai por baixo, sobe. Esse fantasma é um fantasma espantoso, quase ninguém quer nomeá-lo. O capitalismo é o fantasma! (Aplausos); quase ninguém quer nomeá-lo, é o capitalismo. Aí rugem os povos, ouvem-se lá fora.
Eu vinha lendo algumas consignas que há pintadas nas ruas, e acredito que ouvi algumas dessas consignas destes jovens quando iam o jovem e a jovem lá. Há duas que anotei, ouvem-se, entre outras, duas poderosas consignas: Uma: "Não mudem o clima, mudem o sistema" (Aplausos), e eu a tomo para nós: Não mudemos o clima, mudemos o sistema e, em consequência, começaremos a salvar o planeta. O capitalismo, o modelo de desenvolvimento destrutivo está acabando com a vida, ameaça acabar definitivamente com a espécie humana.
O outro lema chama à reflexão, em consonância com a crise bancária que percorreu o mundo e ainda o golpeia, e a forma, como os países do Norte rico auxiliaram os banqueiros e os grandes bancos; só os Estados Unidos..., bom, se perdeu a cifra, é astronômica, para salvar bancos. Dizem nas ruas o seguinte: "Se o clima fosse um banco, já o teriam salvado", e acredito que é verdade (Aplausos). Se o clima fosse um banco capitalista, dos maiores, já o teriam salvado os governos ricos.
Acredito que Obama ainda não chegou, recebeu o Prêmio Nobel da Paz quase no mesmo dia que mandava 30 mil soldados mais para matar inocentes no Afeganistão, e vem agora se apresentar aqui com o prêmio Nobel da Paz o presidente dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos tem a maquininha de fazer notas, de fazer dólares e salvou..., bom, acreditam ter salvado os bancos e o sistema capitalista.
Bom, isto é, um comentário à margem, que eu queria fazer antes, porque estávamos levantando a mão para acompanhar o Brasil, a Índia, a Bolívia, e a China, em sua interessante posição, que a Venezuela e os países da Aliança Bolivariana partilham com firmeza; mas, bom, não nos deram a palavra, assim que não me conte estes minutos, por favor, presidente; eram para isso (Aplausos).
Bom, escutem, teve o prazer de conhecer este escritor francês, Hervé Kempf. Recomendo este livro, recomendo-o, consegue-se em espanhol — por aí está Hervé —, também em francês, em inglês com certeza, Como os ricos destroem o planeta, de Hervé Kempf. Por isso foi que Cristo disse: "Mais fácil será que um camelo entre pelo olho duma agulha, a que um rico entre ao reino dos céus". Isso disse Cristo, nosso Senhor (Aplausos).
Os ricos estão destruindo o planeta. Será que pensam ir para outro quando destruam este, terão planos para ir a outro planeta? Até agora não se vê nenhum no horizonte da galáxia.
Apenas este livro me chegou — presenteou-mo Ignacio Ramonet, que está por aí também nesta sala —, e terminando o prólogo ou o preâmbulo, esta frase é muito importante. Kempf diz o seguinte: "Não poderemos reduzir o consumo material, a nível global, se não fizermos com que os poderosos baixem vários degraus, e se não combatemos a desigualdade; é necessário que ao princípio ecologista, tão útil na hora de tomar consciência: pensar globalmente e agir localmente, lhe somemos o princípio que impõe a situação: consumir menos e partilhar melhor". Acredito que é um bom conselho que nos dá este escritor francês Hervé Kempf.
Bom, senhor presidente, a mudança climática é, sem dúvida, o problema ambiental mais devastador do presente século: enchentes, secas, tormentas severas, furacões, degelos, elevação do nível médio do mar, acidificação dos oceanos e ondas de calor, tudo isso intensifica o impacto das crises globais que nos açoitam.
A atual atividade humana supera a sustentabilidade, pondo em perigo a vida no planeta; mas também nisso somos profundamente desiguais, quero lembrar isso.
Os 500 milhões de pessoas mais ricas, 500 milhões!, quer dizer, 7% da população mundial! Esse 7% é responsável, esses 500 milhões de pessoas mais ricas são responsáveis por 7% das emissões poluentes. É por isso que me chama a atenção, é um pouco estranho referir-se aos EUA e à China no mesmo nível. Os EUA têm, aproximadamente, 300 milhões de habitantes; a China tem quase cinco vezes mais população que os EUA. Os Estados Unidos consomem mais de 20 milhões de barris diários de petróleo; a China consome apenas 5 ou 6 milhões de barris diários. Não podemos exigir o mesmo dos Estados Unidos do que da China. Estes são os temas que devemos discutir. Tomara que os chefes de Estado nos pudêssemos sentar a discutir, realmente, sobre estes temas.
Então, senhor presidente, 60% dos ecossistemas ecológicos do planeta estão danados, 20% da crosta terrestre está deteriorada. Temos sido testemunhas impassíveis do desmatamento, da conversão da terra, da desertificação, das alterações dos sistemas de água doce, da exploração intensiva dos recursos marinhos, da poluição e da perda da diversidade biológica. A utilização exacerbada da terra ultrapassa 30% da capacidade para regenerá-la. O planeta está perdendo a capacidade para se auto-regular; todos os dias são emitidos mais resíduos dos que podem ser processados. A sobrevivência da nossa espécie pesa na consciência da humanidade.
Apesar da urgência, decorreram dois anos de negociações, para concluir um segundo período de compromissos com o Protocolo de Quioto e cá estamos, nesta reunião, sem um acordo real e significativo.
E, por sinal, sobre o texto que vem do nada — como alguns o qualificaram, o representante chinês — a Venezuela e os países da ALBA dizemos que não aceitamos nenhum outro texto que não seja o dos grupos de trabalho, o texto do Protocolo de Quioto e da Convenção, esses são os textos legítimos que temos estado discutindo com tanta intensidade, nestes anos e nestas últimas horas. Creio que vocês não dormiram; além de que não almoçaram, não dormiram, não é?, então não me parece lógico que apareça um documento do nada, como dizem vocês.
O objetivo cientificamente sustentado de reduzir a emissão de gases poluentes e conseguir um convênio de cooperação, a longo prazo, a todas as luzes, hoje, a esta hora, parece que fracassou, por agora. Qual a razão? Sem dúvida, a razão é a atitude irresponsável e a falta de decisão política das nações mais poderosas do planeta. Que ninguém se sinta ofendido, evoco José Gervasio Artigas quando afirmou: "Com a verdade nem ofendo nem temo"; mas realmente é uma atitude irresponsável, de marchas, de contramarchas , de exclusão, uma manipulação elitista de um problema que é de todos e que somente poderemos resolver entre todos.
O conservadorismo político e o egoísmo dos grandes consumidores, dos países mais ricos, expressam uma elevada insensibilidade e falta de solidariedade com os mais pobres, com os famintos, com os mais vulneráveis às doenças, aos desastres naturais.
Senhor presidente, torna-se imprescindível um novo e único acordo aplicável a partes absolutamente desiguais, pela magnitude de suas contribuições e capacidades econômicas, financeiras e tecnológicas e que esteja baseado no respeito irrestrito aos princípios contidos na Convenção.
Os países desenvolvidos deveriam estabelecer compromissos com vínculos claros e precisos, para diminuir as emissões e assumir obrigações de ajuda financeira e tecnológica aos países pobres, para enfrentar os perigos destrutivos da mudança climática. Em tal sentido, a singularidade dos estados insulares e dos países menos desenvolvidos deveria ser plenamente reconhecida.
Senhor presidente, a mudança climática não é o único problema que afeta hoje a humanidade; outros flagelos e injustiças nos atingem, a fenda que separa os países ricos e pobres continua crescendo, apesar de todos os Objetivos do Milênio, da Cúpula de Monterrey sobre financiamento e de todas as demais cúpulas — como expressou o presidente de Senegal, denunciando uma grande verdade, promessas e promessas e promessas descumpridas, e o mundo continua sua marcha destrutiva.
As receitas totais dos 500 indivíduos mais ricos do mundo é superior às receitas dos 416 milhões de pessoas mais pobres. Os 2.8 bilhões de pessoas que vivem na pobreza, com menos de 2 dólares ao dia, e que representam 40% da população global, esse 40% da população global! obtém somente 5% da receita mundial.
Atualmente, morrem em cada ano 9,2 milhões de crianças antes de completarem cinco anos de vida, e 99,9% dessas mortes acontece nos países mais pobres.
A mortalidade infantil é de 47 mortes em cada mil nascidos vivos; mas nos países ricos é de 5 em cada mil nascidos vivos . A esperança de vida no planeta é de 67 anos, nos países mais ricos é de 79, enquanto que nalgumas nações pobres é de 40 anos.
Adicionalmente, existe 1,1 bilhão de habitantes sem acesso à água potável; 2,6 bilhões sem serviços de saneamento; mais de 800 milhões de analfabetos e 1,02 bilhão de pessoas famintas. Esse é o cenário mundial.
Então, qual a causa? Vamos falar da causa, não vamos evadir responsabilidades, não vamos evadir a importância deste problema. Sem dúvida, a causa de todo este panorama desastroso é o sistema metabólico, destrutivo do capital e de seu modelo encarnado: o capitalismo.
Tenho aqui uma cita que quero ler, brevemente, do grande teólogo da Libertação, Leonardo Boff, como sabemos, brasileiro, nossoamericano.
Sobre este tema Leonardo Boff diz o seguinte: "Qual a causa? Ah, a causa é o sonho de buscar a felicidade através da acumulação material e do progresso ilimitado, utilizando para isso a ciência e a técnica, com as quais podemos explorar de forma ilimitada todos os recursos da Terra", e cita aqui Charles Darwin e sua seleção natural, a sobrevivência dos mais fortes; mas sabemos que os mais fortes sobrevivem sobre as cinzas dos mais fracos.
Jean Jacobo Rousseau — sempre devemos lembrá-lo — também dizia: "Entre o forte e o fraco a liberdade oprime". Por isso é que o império fala de liberdade, é a liberdade para oprimir, para invadir, para assassinar, para aniquilar, para explorar, essa é sua liberdade. E Rousseau acrescenta a frase salvadora: "Somente a lei liberta".
Há alguns países que estão apostando a que aqui não haja documento, porque precisamente não querem uma lei, não querem uma norma, porque a inexistência dessa norma lhes permite aplicar sua liberdade exploradora, sua liberdade avassaladora.
Façamos um esforço e pressionemos, aqui e nas ruas, para que daqui saia um compromisso, saia um documento que comprometa os países mais poderosos da Terra! (Aplausos).
Pergunta-se, Presidente, Leonardo Boff — o senhor conhece Boff? Não sei se Leonardo conseguiu vir, eu o conheci há pouco no Paraguai; sempre lemos suas obras—: "Pode uma Terra finita suportar um projeto infinito?" A tese do capitalismo: o desenvolvimentismo infinito, é um modelo destrutivo, aceitemo-lo.
Logo nos pergunta Boff: "O que poderíamos esperar de Copenhague?" Apenas esta simples confissão: assim como estamos não podemos continuar, e um propósito simples: Vamos mudar de rumo? Façamo-lo, mas sem cinismo, sem mentiras, sem duplas agendas, sem documentos saídos do nada, com a verdade por diante.
Até quando, perguntamos da Venezuela, senhor Presidente, senhoras, senhores, até quando vamos permitir tais injustiças e desigualdades? Até quando vamos tolerar a atual ordem econômica internacional e os mecanismos de mercado vigentes? Até quando vamos permitir que grandes epidemias como a HIV/Aids arrasem populações inteiras? Até quando vamos permitir que os famintos não possam se alimentar nem alimentar seus próprios filhos? Até quando vamos permitir que continuem morrendo milhões de crianças por doenças curáveis? Até quando vamos permitir conflitos armados que massacram milhões de seres humanos inocentes, com o fim de os poderosos se apropriarem dos recursos de outros povos?
Cessem as agressões e as guerras, pedimos os povos do mundo aos impérios, aos que pretendem seguir dominando o mundo e explorando-nos! Não mais bases militares imperiais nem golpes de Estado! Construamos uma ordem econômica e social mais justa e eqüitativa. Erradiquemos a pobreza. Detenhamos de vez os altos níveis de emissão de gases poluentes, paremos a deterioração ambiental e evitemos a grande catástrofe da mudança climática. Integremo-nos no nobre objetivo de sermos todos mais livres e solidários!
Senhor Presidente, há quase dois séculos, um venezuelano universal, libertador de nações e precursor de consciências, deixou para a posteridade um aforismo pleno de vontade: "Se a natureza se opõe, lutaremos contra ela e faremos com que nos obedeça". Era Simón Bolívar, O Libertador.
Da Venezuela bolivariana, onde um dia como hoje, por sinal, há exatamente dez anos, vivemos a maior tragédia climática de nossa história, a tragédia de Vargas, chamada assim; dessa Venezuela cuja revolução tenta conquistar a justiça para todo seu povo, somente possível pelo caminho do socialismo... O socialismo, o outro fantasma de que falava Karl Marx, esse anda por aí também; mais bem é como um contrafantasma. O socialismo, esse é que é o rumo, esse é o rumo para a salvação do planeta, não tenho a menor dúvida. E o capitalismo é o caminho ao inferno, à destruição do mundo.
O socialismo, dessa Venezuela que defronta, portanto, as ameaças do império norte-americano, dos países que conformamos a ALBA, a Aliança Bolivariana, exortamos, eu quero, com respeito, mas da minha alma exortar, em nome de muitos neste planeta, os governos e os povos da Terra, parafraseando Simón Bolívar, O Libertador: Se a natureza destrutiva do capitalismo se opõe, pois lutemos contra ela e façamos com que nos obedeça, não esperemos de braços cruzados a morte da humanidade.
A história nos conclama à união e à luta. Se o capitalismo resistir, nós somos obrigados a travar a batalha contra o capitalismo e a abrir os caminhos da salvação da espécie humana. Cabe a nós, brandindo as bandeiras de Cristo, de Maomé, da igualdade, do amor, da justiça, do humanismo, do verdadeiro e mais profundo humanismo. Se não o fizermos, a mais maravilhosa criação do universo, o ser humano, desaparecerá, desaparecerá!
Este planeta tem milhares de anos, bilhões de anos, e este planeta viveu bilhões de anos sem nós, a espécie humana; isto é, nós não fazemos falta para que ele exista. Ora bem, nós sem a Terra não vivemos, e estamos destruindo a Pachamama, como diz Evo, como dizem os nossos irmãos aborígines da América do Sul.
Finalmente, senhor Presidente, para terminar, escutemos Fidel Castro quando disse: "Uma espécie está em perigo de extinção: o homem". Escutemos Rosa Luxemburg quando disse: "Socialismo ou barbárie". Escutemos Cristo, o Redentor, quando disse: "Bem-aventurados os pobres, porque deles será o reino dos céus".
Senhor Presidente, senhoras e senhores, sejamos capazes de fazer desta Terra não a sepultura da humanidade, façamos desta Terra um céu, um céu de vida, de paz e de irmandade para toda a humanidade, para a espécie humana.
Senhor presidente, senhoras e senhores, muitíssimo obrigado e bom apetite. (Aplausos). •
Abraço a todos!
Senhor presidente; senhores, senhoras; Excelências; amigas e amigos;
• PROMETO-LHES que não vou falar mais que quem tenha falado mais nesta tarde aqui. Permitam-me um comentário inicial, que teria gostado de fazer, como parte do ponto prévio, quando falaram as delegações do Brasil, da China, da Índia e da Bolívia — nós estávamos lá pedindo a palavra, mas não foi possível tomá-la.
Disse a representante da Bolívia — aproveito, para cumprimentar, o companheiro presidente Evo Morales, que está lá (Aplausos), presidente da República da Bolívia —, entre outras coisas, o seguinte — anotei aqui —: "O texto apresentado não é democrático, não é inclusivo".
Eu vinha chegando, apenas estávamos sentando-nos quando ouvimos a presidenta da sessão anterior, a ministra, dizer que vinha um documento aí, mas ninguém conhece. Eu perguntei pelo documento, ainda não o temos, acredito que ninguém sabe desse documento, ultra-secreto. Agora, certamente a camarada boliviana disse: "Não é democrático, não é inclusivo".
Agora, senhoras, senhores, por acaso não é essa precisamente a realidade deste mundo? Por acaso estamos num mundo democrático? Por acaso o sistema mundial é inclusivo? Podemos esperar algo democrático, inclusivo, do sistema mundial atual? O que vivemos neste planeta é uma ditadura imperial e daqui a continuamos denunciando: Abaixo a ditadura imperial e que vivam os povos, a democracia e a igualdade neste planeta! (Aplausos).
Isto que vemos aqui é reflexo disso: exclusão. Há um grupo de países que acreditam serem superiores a nós os do Sul, a nós o Terceiro Mundo, a nós os subdesenvolvidos, ou como diz o grande amigo Eduardo Galeano, nós os países atropelados por um trem, que nos atropelou na história.
Assim que então não nos surpreendamos disto, não nos surpreendamos: Não há democracia no mundo, e aqui estamos, mais uma vez, ante uma poderosa evidência da ditadura imperial mundial.
Aqui subiram dois jovens; por fortuna, os agentes da ordem foram decentes, algum empurrão por aí, e eles colaboraram, não foi?
Lá fora há muita gente, sabem? Claro, não cabem nesta sala. Li na imprensa que houve alguns detidos, alguns protestos intensos aí nas ruas de Copenhague, e quero cumprimentar toda essa gente que está lá fora, a maioria dela jovens (Aplausos). Claro, são jovens preocupados, acredito que com razão, muito mais que nós, pelo futuro do mundo. A maioria dos que estamos aqui temos o Sol nas costas; eles têm o Sol na frente e estão muito preocupados.
A gente poderia dizer senhor presidente, que um fantasma percorre Copenhague, parafraseando Karl Marx, o grande Karl Marx. Um fantasma percorre as ruas de Copenhague, e acredito que esse fantasma anda em silêncio por esta sala, por aí anda entre nós, caminha pelos corredores, sai por baixo, sobe. Esse fantasma é um fantasma espantoso, quase ninguém quer nomeá-lo. O capitalismo é o fantasma! (Aplausos); quase ninguém quer nomeá-lo, é o capitalismo. Aí rugem os povos, ouvem-se lá fora.
Eu vinha lendo algumas consignas que há pintadas nas ruas, e acredito que ouvi algumas dessas consignas destes jovens quando iam o jovem e a jovem lá. Há duas que anotei, ouvem-se, entre outras, duas poderosas consignas: Uma: "Não mudem o clima, mudem o sistema" (Aplausos), e eu a tomo para nós: Não mudemos o clima, mudemos o sistema e, em consequência, começaremos a salvar o planeta. O capitalismo, o modelo de desenvolvimento destrutivo está acabando com a vida, ameaça acabar definitivamente com a espécie humana.
O outro lema chama à reflexão, em consonância com a crise bancária que percorreu o mundo e ainda o golpeia, e a forma, como os países do Norte rico auxiliaram os banqueiros e os grandes bancos; só os Estados Unidos..., bom, se perdeu a cifra, é astronômica, para salvar bancos. Dizem nas ruas o seguinte: "Se o clima fosse um banco, já o teriam salvado", e acredito que é verdade (Aplausos). Se o clima fosse um banco capitalista, dos maiores, já o teriam salvado os governos ricos.
Acredito que Obama ainda não chegou, recebeu o Prêmio Nobel da Paz quase no mesmo dia que mandava 30 mil soldados mais para matar inocentes no Afeganistão, e vem agora se apresentar aqui com o prêmio Nobel da Paz o presidente dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos tem a maquininha de fazer notas, de fazer dólares e salvou..., bom, acreditam ter salvado os bancos e o sistema capitalista.
Bom, isto é, um comentário à margem, que eu queria fazer antes, porque estávamos levantando a mão para acompanhar o Brasil, a Índia, a Bolívia, e a China, em sua interessante posição, que a Venezuela e os países da Aliança Bolivariana partilham com firmeza; mas, bom, não nos deram a palavra, assim que não me conte estes minutos, por favor, presidente; eram para isso (Aplausos).
Bom, escutem, teve o prazer de conhecer este escritor francês, Hervé Kempf. Recomendo este livro, recomendo-o, consegue-se em espanhol — por aí está Hervé —, também em francês, em inglês com certeza, Como os ricos destroem o planeta, de Hervé Kempf. Por isso foi que Cristo disse: "Mais fácil será que um camelo entre pelo olho duma agulha, a que um rico entre ao reino dos céus". Isso disse Cristo, nosso Senhor (Aplausos).
Os ricos estão destruindo o planeta. Será que pensam ir para outro quando destruam este, terão planos para ir a outro planeta? Até agora não se vê nenhum no horizonte da galáxia.
Apenas este livro me chegou — presenteou-mo Ignacio Ramonet, que está por aí também nesta sala —, e terminando o prólogo ou o preâmbulo, esta frase é muito importante. Kempf diz o seguinte: "Não poderemos reduzir o consumo material, a nível global, se não fizermos com que os poderosos baixem vários degraus, e se não combatemos a desigualdade; é necessário que ao princípio ecologista, tão útil na hora de tomar consciência: pensar globalmente e agir localmente, lhe somemos o princípio que impõe a situação: consumir menos e partilhar melhor". Acredito que é um bom conselho que nos dá este escritor francês Hervé Kempf.
Bom, senhor presidente, a mudança climática é, sem dúvida, o problema ambiental mais devastador do presente século: enchentes, secas, tormentas severas, furacões, degelos, elevação do nível médio do mar, acidificação dos oceanos e ondas de calor, tudo isso intensifica o impacto das crises globais que nos açoitam.
A atual atividade humana supera a sustentabilidade, pondo em perigo a vida no planeta; mas também nisso somos profundamente desiguais, quero lembrar isso.
Os 500 milhões de pessoas mais ricas, 500 milhões!, quer dizer, 7% da população mundial! Esse 7% é responsável, esses 500 milhões de pessoas mais ricas são responsáveis por 7% das emissões poluentes. É por isso que me chama a atenção, é um pouco estranho referir-se aos EUA e à China no mesmo nível. Os EUA têm, aproximadamente, 300 milhões de habitantes; a China tem quase cinco vezes mais população que os EUA. Os Estados Unidos consomem mais de 20 milhões de barris diários de petróleo; a China consome apenas 5 ou 6 milhões de barris diários. Não podemos exigir o mesmo dos Estados Unidos do que da China. Estes são os temas que devemos discutir. Tomara que os chefes de Estado nos pudêssemos sentar a discutir, realmente, sobre estes temas.
Então, senhor presidente, 60% dos ecossistemas ecológicos do planeta estão danados, 20% da crosta terrestre está deteriorada. Temos sido testemunhas impassíveis do desmatamento, da conversão da terra, da desertificação, das alterações dos sistemas de água doce, da exploração intensiva dos recursos marinhos, da poluição e da perda da diversidade biológica. A utilização exacerbada da terra ultrapassa 30% da capacidade para regenerá-la. O planeta está perdendo a capacidade para se auto-regular; todos os dias são emitidos mais resíduos dos que podem ser processados. A sobrevivência da nossa espécie pesa na consciência da humanidade.
Apesar da urgência, decorreram dois anos de negociações, para concluir um segundo período de compromissos com o Protocolo de Quioto e cá estamos, nesta reunião, sem um acordo real e significativo.
E, por sinal, sobre o texto que vem do nada — como alguns o qualificaram, o representante chinês — a Venezuela e os países da ALBA dizemos que não aceitamos nenhum outro texto que não seja o dos grupos de trabalho, o texto do Protocolo de Quioto e da Convenção, esses são os textos legítimos que temos estado discutindo com tanta intensidade, nestes anos e nestas últimas horas. Creio que vocês não dormiram; além de que não almoçaram, não dormiram, não é?, então não me parece lógico que apareça um documento do nada, como dizem vocês.
O objetivo cientificamente sustentado de reduzir a emissão de gases poluentes e conseguir um convênio de cooperação, a longo prazo, a todas as luzes, hoje, a esta hora, parece que fracassou, por agora. Qual a razão? Sem dúvida, a razão é a atitude irresponsável e a falta de decisão política das nações mais poderosas do planeta. Que ninguém se sinta ofendido, evoco José Gervasio Artigas quando afirmou: "Com a verdade nem ofendo nem temo"; mas realmente é uma atitude irresponsável, de marchas, de contramarchas , de exclusão, uma manipulação elitista de um problema que é de todos e que somente poderemos resolver entre todos.
O conservadorismo político e o egoísmo dos grandes consumidores, dos países mais ricos, expressam uma elevada insensibilidade e falta de solidariedade com os mais pobres, com os famintos, com os mais vulneráveis às doenças, aos desastres naturais.
Senhor presidente, torna-se imprescindível um novo e único acordo aplicável a partes absolutamente desiguais, pela magnitude de suas contribuições e capacidades econômicas, financeiras e tecnológicas e que esteja baseado no respeito irrestrito aos princípios contidos na Convenção.
Os países desenvolvidos deveriam estabelecer compromissos com vínculos claros e precisos, para diminuir as emissões e assumir obrigações de ajuda financeira e tecnológica aos países pobres, para enfrentar os perigos destrutivos da mudança climática. Em tal sentido, a singularidade dos estados insulares e dos países menos desenvolvidos deveria ser plenamente reconhecida.
Senhor presidente, a mudança climática não é o único problema que afeta hoje a humanidade; outros flagelos e injustiças nos atingem, a fenda que separa os países ricos e pobres continua crescendo, apesar de todos os Objetivos do Milênio, da Cúpula de Monterrey sobre financiamento e de todas as demais cúpulas — como expressou o presidente de Senegal, denunciando uma grande verdade, promessas e promessas e promessas descumpridas, e o mundo continua sua marcha destrutiva.
As receitas totais dos 500 indivíduos mais ricos do mundo é superior às receitas dos 416 milhões de pessoas mais pobres. Os 2.8 bilhões de pessoas que vivem na pobreza, com menos de 2 dólares ao dia, e que representam 40% da população global, esse 40% da população global! obtém somente 5% da receita mundial.
Atualmente, morrem em cada ano 9,2 milhões de crianças antes de completarem cinco anos de vida, e 99,9% dessas mortes acontece nos países mais pobres.
A mortalidade infantil é de 47 mortes em cada mil nascidos vivos; mas nos países ricos é de 5 em cada mil nascidos vivos . A esperança de vida no planeta é de 67 anos, nos países mais ricos é de 79, enquanto que nalgumas nações pobres é de 40 anos.
Adicionalmente, existe 1,1 bilhão de habitantes sem acesso à água potável; 2,6 bilhões sem serviços de saneamento; mais de 800 milhões de analfabetos e 1,02 bilhão de pessoas famintas. Esse é o cenário mundial.
Então, qual a causa? Vamos falar da causa, não vamos evadir responsabilidades, não vamos evadir a importância deste problema. Sem dúvida, a causa de todo este panorama desastroso é o sistema metabólico, destrutivo do capital e de seu modelo encarnado: o capitalismo.
Tenho aqui uma cita que quero ler, brevemente, do grande teólogo da Libertação, Leonardo Boff, como sabemos, brasileiro, nossoamericano.
Sobre este tema Leonardo Boff diz o seguinte: "Qual a causa? Ah, a causa é o sonho de buscar a felicidade através da acumulação material e do progresso ilimitado, utilizando para isso a ciência e a técnica, com as quais podemos explorar de forma ilimitada todos os recursos da Terra", e cita aqui Charles Darwin e sua seleção natural, a sobrevivência dos mais fortes; mas sabemos que os mais fortes sobrevivem sobre as cinzas dos mais fracos.
Jean Jacobo Rousseau — sempre devemos lembrá-lo — também dizia: "Entre o forte e o fraco a liberdade oprime". Por isso é que o império fala de liberdade, é a liberdade para oprimir, para invadir, para assassinar, para aniquilar, para explorar, essa é sua liberdade. E Rousseau acrescenta a frase salvadora: "Somente a lei liberta".
Há alguns países que estão apostando a que aqui não haja documento, porque precisamente não querem uma lei, não querem uma norma, porque a inexistência dessa norma lhes permite aplicar sua liberdade exploradora, sua liberdade avassaladora.
Façamos um esforço e pressionemos, aqui e nas ruas, para que daqui saia um compromisso, saia um documento que comprometa os países mais poderosos da Terra! (Aplausos).
Pergunta-se, Presidente, Leonardo Boff — o senhor conhece Boff? Não sei se Leonardo conseguiu vir, eu o conheci há pouco no Paraguai; sempre lemos suas obras—: "Pode uma Terra finita suportar um projeto infinito?" A tese do capitalismo: o desenvolvimentismo infinito, é um modelo destrutivo, aceitemo-lo.
Logo nos pergunta Boff: "O que poderíamos esperar de Copenhague?" Apenas esta simples confissão: assim como estamos não podemos continuar, e um propósito simples: Vamos mudar de rumo? Façamo-lo, mas sem cinismo, sem mentiras, sem duplas agendas, sem documentos saídos do nada, com a verdade por diante.
Até quando, perguntamos da Venezuela, senhor Presidente, senhoras, senhores, até quando vamos permitir tais injustiças e desigualdades? Até quando vamos tolerar a atual ordem econômica internacional e os mecanismos de mercado vigentes? Até quando vamos permitir que grandes epidemias como a HIV/Aids arrasem populações inteiras? Até quando vamos permitir que os famintos não possam se alimentar nem alimentar seus próprios filhos? Até quando vamos permitir que continuem morrendo milhões de crianças por doenças curáveis? Até quando vamos permitir conflitos armados que massacram milhões de seres humanos inocentes, com o fim de os poderosos se apropriarem dos recursos de outros povos?
Cessem as agressões e as guerras, pedimos os povos do mundo aos impérios, aos que pretendem seguir dominando o mundo e explorando-nos! Não mais bases militares imperiais nem golpes de Estado! Construamos uma ordem econômica e social mais justa e eqüitativa. Erradiquemos a pobreza. Detenhamos de vez os altos níveis de emissão de gases poluentes, paremos a deterioração ambiental e evitemos a grande catástrofe da mudança climática. Integremo-nos no nobre objetivo de sermos todos mais livres e solidários!
Senhor Presidente, há quase dois séculos, um venezuelano universal, libertador de nações e precursor de consciências, deixou para a posteridade um aforismo pleno de vontade: "Se a natureza se opõe, lutaremos contra ela e faremos com que nos obedeça". Era Simón Bolívar, O Libertador.
Da Venezuela bolivariana, onde um dia como hoje, por sinal, há exatamente dez anos, vivemos a maior tragédia climática de nossa história, a tragédia de Vargas, chamada assim; dessa Venezuela cuja revolução tenta conquistar a justiça para todo seu povo, somente possível pelo caminho do socialismo... O socialismo, o outro fantasma de que falava Karl Marx, esse anda por aí também; mais bem é como um contrafantasma. O socialismo, esse é que é o rumo, esse é o rumo para a salvação do planeta, não tenho a menor dúvida. E o capitalismo é o caminho ao inferno, à destruição do mundo.
O socialismo, dessa Venezuela que defronta, portanto, as ameaças do império norte-americano, dos países que conformamos a ALBA, a Aliança Bolivariana, exortamos, eu quero, com respeito, mas da minha alma exortar, em nome de muitos neste planeta, os governos e os povos da Terra, parafraseando Simón Bolívar, O Libertador: Se a natureza destrutiva do capitalismo se opõe, pois lutemos contra ela e façamos com que nos obedeça, não esperemos de braços cruzados a morte da humanidade.
A história nos conclama à união e à luta. Se o capitalismo resistir, nós somos obrigados a travar a batalha contra o capitalismo e a abrir os caminhos da salvação da espécie humana. Cabe a nós, brandindo as bandeiras de Cristo, de Maomé, da igualdade, do amor, da justiça, do humanismo, do verdadeiro e mais profundo humanismo. Se não o fizermos, a mais maravilhosa criação do universo, o ser humano, desaparecerá, desaparecerá!
Este planeta tem milhares de anos, bilhões de anos, e este planeta viveu bilhões de anos sem nós, a espécie humana; isto é, nós não fazemos falta para que ele exista. Ora bem, nós sem a Terra não vivemos, e estamos destruindo a Pachamama, como diz Evo, como dizem os nossos irmãos aborígines da América do Sul.
Finalmente, senhor Presidente, para terminar, escutemos Fidel Castro quando disse: "Uma espécie está em perigo de extinção: o homem". Escutemos Rosa Luxemburg quando disse: "Socialismo ou barbárie". Escutemos Cristo, o Redentor, quando disse: "Bem-aventurados os pobres, porque deles será o reino dos céus".
Senhor Presidente, senhoras e senhores, sejamos capazes de fazer desta Terra não a sepultura da humanidade, façamos desta Terra um céu, um céu de vida, de paz e de irmandade para toda a humanidade, para a espécie humana.
Senhor presidente, senhoras e senhores, muitíssimo obrigado e bom apetite. (Aplausos). •
Abraço a todos!
COP-15: críticos elogiam Lula e falam em “decepção” sobre Obama
Mundo
18 de Dezembro de 2009 - 17h55
Um discursou ocorreu logo após o outro no plenário da Conferência do Clima de Copenhague, na Dinamarca, mas os resultados das falas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama foram diametralmente opostos nos corredores do Bella Center, onde acontece o evento. Enquanto Lula entusiasmou os poucos otimistas que ainda restam no centro de conferências, Obama foi alvo de críticas e decepcionou quem esperava que ele pudesse mudar o rumo das negociações na reta final.
As diferenças já puderam ser vistas durante os pronunciamentos: Lula teve quatro vezes o discurso interrompido por aplausos, enquanto Obama nenhuma vez — apesar de as palavras do americano serem as mais aguardado de todo o evento. Ao final dos discursos, mais uma vez as palmas enfáticas para o brasileiro se distanciaram dos aplausos meramente protocolares dispensados ao americano.
“O Lula mandou muito bem e abriu a porta para quem sabe as negociações tomarem outro rumo”, disse Paulo Adário, um dos coordenadores do Greenpeace Brasil. Adário elogiou a postura de vanguarda que o Brasil assumiu, ao oferecer contribuição financeira para o Fundo Global de Mudanças Climáticas para os países pobres. “A gente sabe que o Brasil não é mais nenhum Haiti e vínhamos cobrando isso há anos do presidente. Ele fez o que a gente esperava dele.”
O coordenador da ONG Vitae Civilis, Rubens Harry Born, destacou que a fala improvisada de Lula fez toda a diferença. “Ele foi ele mesmo, falou com o coração e passou uma mensagem muito legal de comprometimento. Acho que essa postura pode ter efeitos nas negociações”, afirmou Born.
Já o francês Fabrice Bourger, membro da delegação do seu país, achou que o Brasil deu um exemplo “sem precedentes” e que o discurso de Lula o aproxima ainda mais dos europeus. “Foi constrangedor para os outros países. Mas, sinceramente, nós não esperávamos outra coisa de Lula”, afirmou Bourger. “Ele se destaca de todos os outros líderes com essa posição aberta ao diálogo, sem perder a firmeza e a determinação.”
Obama: “mico da história”
Já as palavras em relação a Obama foram bem diferentes. “Arrogante”, “estúpido”, “burocrático” e autor de um “mico histórico” são apenas algumas das definições empregadas nos corredores da COP-15. “Uma parte, foi de palavras da boca para a fora (como a frase de que “não se pode mais perder tempo” para salvar planeta). E a outra, um verdadeiro absurdo. Foi um mico histórico”, disse Born.
Para o coordenador da Vitae Civilis, Obama só reforçou o discurso intransigente que os Estados Unidos vinham defendendo na Cúpula do Clima e não trouxe nenhuma novidade. E ainda usou como desculpa para a falta de ação um argumento que todos os países democráticos poderiam utilizar, se quisessem: o de que não pode fazer nada sem a aprovação prévia do Congresso de seu país.
Adário, do Greenpeace, foi ainda mais duro. “A postura do Obama naquele púlpito foi socialmente arrogante e politicamente estúpida. Não está nem perto de assumir a posição de liderança que as pessoas esperavam dele”, afirmou, destacando que as três condições impostas pelo americano para que assine um acordo — transparência, verificação das ações e metas de redução baixas — devem manter as negociações travadas.
Também a ausência de especificações sobre quanto os Estados Unidos estarão dispostos a contribuir para fundo internacional de financiamento decepcionaram. Obama garantiu apenas que o país vai entrar com recursos, mas não detalhou nem quanto, nem quando. Bourger, negociador francês, preferiu não se estender nos comentários, mas não escondeu a decepção. “Acho que os esforços da Europa não foram suficientes para mudar nem um milímetro da posição americana.”
Também o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o presidente americano e disse que o seu discurso “foi uma desgraça”. “O Obama foi muito frustrante. Parecia até que o Lula tinha mais responsabilidades do que ele no plano climático mundial, de tanto que o Obama falou mal.”
http://www.vermelho.org.br/
Da Redação, com informações do Terra
18 de Dezembro de 2009 - 17h55
Um discursou ocorreu logo após o outro no plenário da Conferência do Clima de Copenhague, na Dinamarca, mas os resultados das falas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama foram diametralmente opostos nos corredores do Bella Center, onde acontece o evento. Enquanto Lula entusiasmou os poucos otimistas que ainda restam no centro de conferências, Obama foi alvo de críticas e decepcionou quem esperava que ele pudesse mudar o rumo das negociações na reta final.
As diferenças já puderam ser vistas durante os pronunciamentos: Lula teve quatro vezes o discurso interrompido por aplausos, enquanto Obama nenhuma vez — apesar de as palavras do americano serem as mais aguardado de todo o evento. Ao final dos discursos, mais uma vez as palmas enfáticas para o brasileiro se distanciaram dos aplausos meramente protocolares dispensados ao americano.
“O Lula mandou muito bem e abriu a porta para quem sabe as negociações tomarem outro rumo”, disse Paulo Adário, um dos coordenadores do Greenpeace Brasil. Adário elogiou a postura de vanguarda que o Brasil assumiu, ao oferecer contribuição financeira para o Fundo Global de Mudanças Climáticas para os países pobres. “A gente sabe que o Brasil não é mais nenhum Haiti e vínhamos cobrando isso há anos do presidente. Ele fez o que a gente esperava dele.”
O coordenador da ONG Vitae Civilis, Rubens Harry Born, destacou que a fala improvisada de Lula fez toda a diferença. “Ele foi ele mesmo, falou com o coração e passou uma mensagem muito legal de comprometimento. Acho que essa postura pode ter efeitos nas negociações”, afirmou Born.
Já o francês Fabrice Bourger, membro da delegação do seu país, achou que o Brasil deu um exemplo “sem precedentes” e que o discurso de Lula o aproxima ainda mais dos europeus. “Foi constrangedor para os outros países. Mas, sinceramente, nós não esperávamos outra coisa de Lula”, afirmou Bourger. “Ele se destaca de todos os outros líderes com essa posição aberta ao diálogo, sem perder a firmeza e a determinação.”
Obama: “mico da história”
Já as palavras em relação a Obama foram bem diferentes. “Arrogante”, “estúpido”, “burocrático” e autor de um “mico histórico” são apenas algumas das definições empregadas nos corredores da COP-15. “Uma parte, foi de palavras da boca para a fora (como a frase de que “não se pode mais perder tempo” para salvar planeta). E a outra, um verdadeiro absurdo. Foi um mico histórico”, disse Born.
Para o coordenador da Vitae Civilis, Obama só reforçou o discurso intransigente que os Estados Unidos vinham defendendo na Cúpula do Clima e não trouxe nenhuma novidade. E ainda usou como desculpa para a falta de ação um argumento que todos os países democráticos poderiam utilizar, se quisessem: o de que não pode fazer nada sem a aprovação prévia do Congresso de seu país.
Adário, do Greenpeace, foi ainda mais duro. “A postura do Obama naquele púlpito foi socialmente arrogante e politicamente estúpida. Não está nem perto de assumir a posição de liderança que as pessoas esperavam dele”, afirmou, destacando que as três condições impostas pelo americano para que assine um acordo — transparência, verificação das ações e metas de redução baixas — devem manter as negociações travadas.
Também a ausência de especificações sobre quanto os Estados Unidos estarão dispostos a contribuir para fundo internacional de financiamento decepcionaram. Obama garantiu apenas que o país vai entrar com recursos, mas não detalhou nem quanto, nem quando. Bourger, negociador francês, preferiu não se estender nos comentários, mas não escondeu a decepção. “Acho que os esforços da Europa não foram suficientes para mudar nem um milímetro da posição americana.”
Também o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o presidente americano e disse que o seu discurso “foi uma desgraça”. “O Obama foi muito frustrante. Parecia até que o Lula tinha mais responsabilidades do que ele no plano climático mundial, de tanto que o Obama falou mal.”
http://www.vermelho.org.br/
Da Redação, com informações do Terra
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
A decisão agora é de João
Diário de Pernambuco - 27/11/09
Se prefeito vetar projeto que proíbe usina de tratamento de lixo no Engenho Uchôa, governistas prometem segui-lo. Resta saber qual será o veredicto para a instalação do estádio
André Duarte // andreduarte.pe@dabr.com.br
Um avanço ambiental inegável para o Recife, mas cercado de informações conflitantes. É dessa forma que está sendo encarado, nos bastidores da política local, o episódio da aprovação por unanimidade do projeto de lei que proíbe a construção de uma usina de triagem e geração de energia através do lixo na área do Engenho Uchôa, na zona sul da cidade. Ao mesmo tempo em que proíbe a instalação da usina pela PCR no local, o projeto de lei elaborado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara não prevê a proibição de outros tipos de empreendimento ou edificação nessa região.
Contrariando o desejo do prefeito João da Costa (PT) de construir uma usina que solucione o problema dos resíduos sólidos em parte do terreno de reserva de mata atlântica, todos os vereadores, inclusive os governistas, votaram pela proibição da unidade na tarde da última quarta-feira. O projeto seguirá para análise do prefeito, que terá duas opções: sancionar ou vetar a matéria, que, no segundo caso, serianovamente votada pela Câmara Municipal, desta vez em caráter definitivo.
A discussão ganhou contornos diferentes desde o último dia 19, quando um consórcio de empresas apresentou ao prefeito do Recife um projeto de construção de um grande complexo imobiliário, incluindo um estádio de futebol para 30 mil pessoas destinado ao Clube Náutico Capibaribe, além de um hotel e um conjunto residencial. Orçado em R$ 300 milhões, o projeto privado ficaria numa área de 140 hetares entre a BR-101 e a Avenida Recife, no bairro de Jardim Uchoa, num perímetro próximo ao terreno destinado à usina de lixo.
Transformado em Área de Preservação Ambiental (APA) desde 1996, o Engenho Uchôa tem 192 hectares e engloba 12 bairros no Recife, entre eles Jardim São Paulo, Ibura, Areias, Tejipió e Barro. A APA inclui uma reserva ecológica estadual, de 20 hectares, criada pela lei municipal nº 9.989 de 1987. Os critérios de preservação levam em conta a proteção do relevo, do solo, do sistema hidrográfico e do meio ambiente urbano.
Por representarem propostas antagônicas, especula-se que os projetos da usina de lixo e do empreendimento imobiliário não poderiam coexistir. Enquanto isso, moradores do entorno lutam para que a área verde seja preservada e rejeitam as duas propostas.
O líder da bancada governista na Câmara, Josenildo Sinésio (PT), afirmou que o projeto só foi aprovado por unanimidade porque a bancada governista estava concentrada na aprovação de outras três matérias prioritárias na mesma sessão. "Isso ainda envolverá muita discussão, mas eu tenho a impressão de que o prefeito veta essa proposta. Se o prefeito vetar, a bancada (governista) seguirá o veto dele", garantiu o petista, que também votou a favor do projeto de lei proibindo a usina.
Integrante da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, o vereador da oposição Daniel Coelho (PV) preferiu ressaltar os danos ambientais que, segundo ele, a construção da usina de lixo causaria. "Essa aprovação vem num momento bastante simbólico".
Integrado pelas empresas Lusoarenas, Camargo Correia, Patrimonial Investimentos e Conic Souza Filho, o consórcio privado que pretende construir o estádio do Náutico promete "reestruturar, reabilitar e requalificar uma área total de 140 hectares localizada no bairro do Jardim Uchoa". A Prefeitura do Recife informou que só vai se pronunciar sobre o assunto quando receber o projeto.
A reserva
Engenho Uchôa em números:
- Tem 192 hectares de área.
- Integra 12 bairros do Recife.
- Foi transformado em Área de Proteção Ambiental (APA) em 1996.
- A APA inclui uma reserva ecológica estadual de 20 hectares criada em 1987.
- Há 270 mil pessoas morando no entorno da mata do engenho.
Arena recife
Apesar de já ter demonstrado interesse em jogar na Cidade da Copa, o Náutico apresentou oficialmente o seu próprio projeto à Prefeitura do Recife no último dia 18, numa atitude que surpreendeu o próprio governo do estado. A Arena Recife, localizada entre a BR-101 e a Avenida Recife, no Engenho Uchôa, terá capacidade para 30 mil pessoas, em vez dos 46 mil lugares do projeto pernambucano para o Mundial de 2014. No entanto, a capacidade da arena timbu poderá ser ampliada para até 42 mil torcedores.
O novo estádio do Náutico está orçado em R$ 300 milhões. Para dar conta desse montante, o clube conta com três parceiros na empreitada: as construtoras Camargo Corrêa e Conic Souza, além da Patrimonial Investimentos, que vão bancar o estádio. Durante 30 anos, essas empresas vão explorar o estádio comercialmente, tendo direito à receita de shows, além do aluguel dos camarotes durantes os jogos de futebol. Ao Náutico, cabe a verba dos ingressos e o custo zero para atuar lá. Após 30 anos, o estádio será propriedade do clube. A obra deverá começar já em janeiro do próximo ano. A expectativa é que a Arena Recife fique pronta até dezembro de 2012.
Luta pela preservação
Situada numa área repleta de verde, a APA do Engenho Uchôa é um dos últimos resquícios de Mata Atlântica em plena zona sul do Recife, numa área que já vem sendo assediada pela especulação imobiliária. Mesmo situada em bairros de classe média baixa, a área de preservação é tida como economicamente estratégica, pois ainda é pouco adensada, entrecortada por duas grandes vias de acesso (a BR-101 e a Avenida Recife) e relativamente próxima a bairros mais nobres da cidade.
Há 30 anos um movimento formado por moradores do entorno do engenho luta transformação de toda a região em um parque ecológico livre de degradação. Integrante da coordenação do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchôa, Luci Machado avaliou como positiva a tentativa dos vereadores do Recife de proibição da construção da usina no engenho, mas ressalta que isso não significa a garantia de proteção ambiental da região.
Ela lembra que a legislação ambiental em vigor ainda possui brechas que permitiriam a construção de outros empreendimentos em alguns pontos da APA. "A gente não está livre disso ainda. A lei deixa essas brechas. Acho um contra-senso a Prefeitura querer implantar essa usina lá, uma vez que o prefeito anterior (João Paulo), que é do mesmo partido do atual, sempre apoiou a nossa causa desde quando ele era deputado", criticou Luci Machado. O movimento já conseguiu colher dez mil assinaturas, promoveu várias audiências públicas e luta para marcar uma reunião com o prefeito João da Costa.
O Consórcio Recife Energia, vencedor da licitação da Prefeitura para contrução da usina e exploração do lixo produzido no Recife, vai operar durante vinte anos. O projeto está em fase de licenciamento ambiental. As obras devem durar dois anos. A usina de tratamento de lixo e de geração de energia deve funcionar a partir do final de 2011 e os investimentos bancados pela iniciativa privada devem chegar a R$ 250 milhões em dois anos. A prefeitura pagará cerca de R$ 28,90 por cada tonelada tratada. O consórcio é formado pelas empresas Qualix (51%), Serquipe(5%) e Kogernergy (44%).
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Se prefeito vetar projeto que proíbe usina de tratamento de lixo no Engenho Uchôa, governistas prometem segui-lo. Resta saber qual será o veredicto para a instalação do estádio
André Duarte // andreduarte.pe@dabr.com.br
Um avanço ambiental inegável para o Recife, mas cercado de informações conflitantes. É dessa forma que está sendo encarado, nos bastidores da política local, o episódio da aprovação por unanimidade do projeto de lei que proíbe a construção de uma usina de triagem e geração de energia através do lixo na área do Engenho Uchôa, na zona sul da cidade. Ao mesmo tempo em que proíbe a instalação da usina pela PCR no local, o projeto de lei elaborado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara não prevê a proibição de outros tipos de empreendimento ou edificação nessa região.
Contrariando o desejo do prefeito João da Costa (PT) de construir uma usina que solucione o problema dos resíduos sólidos em parte do terreno de reserva de mata atlântica, todos os vereadores, inclusive os governistas, votaram pela proibição da unidade na tarde da última quarta-feira. O projeto seguirá para análise do prefeito, que terá duas opções: sancionar ou vetar a matéria, que, no segundo caso, serianovamente votada pela Câmara Municipal, desta vez em caráter definitivo.
A discussão ganhou contornos diferentes desde o último dia 19, quando um consórcio de empresas apresentou ao prefeito do Recife um projeto de construção de um grande complexo imobiliário, incluindo um estádio de futebol para 30 mil pessoas destinado ao Clube Náutico Capibaribe, além de um hotel e um conjunto residencial. Orçado em R$ 300 milhões, o projeto privado ficaria numa área de 140 hetares entre a BR-101 e a Avenida Recife, no bairro de Jardim Uchoa, num perímetro próximo ao terreno destinado à usina de lixo.
Transformado em Área de Preservação Ambiental (APA) desde 1996, o Engenho Uchôa tem 192 hectares e engloba 12 bairros no Recife, entre eles Jardim São Paulo, Ibura, Areias, Tejipió e Barro. A APA inclui uma reserva ecológica estadual, de 20 hectares, criada pela lei municipal nº 9.989 de 1987. Os critérios de preservação levam em conta a proteção do relevo, do solo, do sistema hidrográfico e do meio ambiente urbano.
Por representarem propostas antagônicas, especula-se que os projetos da usina de lixo e do empreendimento imobiliário não poderiam coexistir. Enquanto isso, moradores do entorno lutam para que a área verde seja preservada e rejeitam as duas propostas.
O líder da bancada governista na Câmara, Josenildo Sinésio (PT), afirmou que o projeto só foi aprovado por unanimidade porque a bancada governista estava concentrada na aprovação de outras três matérias prioritárias na mesma sessão. "Isso ainda envolverá muita discussão, mas eu tenho a impressão de que o prefeito veta essa proposta. Se o prefeito vetar, a bancada (governista) seguirá o veto dele", garantiu o petista, que também votou a favor do projeto de lei proibindo a usina.
Integrante da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, o vereador da oposição Daniel Coelho (PV) preferiu ressaltar os danos ambientais que, segundo ele, a construção da usina de lixo causaria. "Essa aprovação vem num momento bastante simbólico".
Integrado pelas empresas Lusoarenas, Camargo Correia, Patrimonial Investimentos e Conic Souza Filho, o consórcio privado que pretende construir o estádio do Náutico promete "reestruturar, reabilitar e requalificar uma área total de 140 hectares localizada no bairro do Jardim Uchoa". A Prefeitura do Recife informou que só vai se pronunciar sobre o assunto quando receber o projeto.
A reserva
Engenho Uchôa em números:
- Tem 192 hectares de área.
- Integra 12 bairros do Recife.
- Foi transformado em Área de Proteção Ambiental (APA) em 1996.
- A APA inclui uma reserva ecológica estadual de 20 hectares criada em 1987.
- Há 270 mil pessoas morando no entorno da mata do engenho.
Arena recife
Apesar de já ter demonstrado interesse em jogar na Cidade da Copa, o Náutico apresentou oficialmente o seu próprio projeto à Prefeitura do Recife no último dia 18, numa atitude que surpreendeu o próprio governo do estado. A Arena Recife, localizada entre a BR-101 e a Avenida Recife, no Engenho Uchôa, terá capacidade para 30 mil pessoas, em vez dos 46 mil lugares do projeto pernambucano para o Mundial de 2014. No entanto, a capacidade da arena timbu poderá ser ampliada para até 42 mil torcedores.
O novo estádio do Náutico está orçado em R$ 300 milhões. Para dar conta desse montante, o clube conta com três parceiros na empreitada: as construtoras Camargo Corrêa e Conic Souza, além da Patrimonial Investimentos, que vão bancar o estádio. Durante 30 anos, essas empresas vão explorar o estádio comercialmente, tendo direito à receita de shows, além do aluguel dos camarotes durantes os jogos de futebol. Ao Náutico, cabe a verba dos ingressos e o custo zero para atuar lá. Após 30 anos, o estádio será propriedade do clube. A obra deverá começar já em janeiro do próximo ano. A expectativa é que a Arena Recife fique pronta até dezembro de 2012.
Luta pela preservação
Situada numa área repleta de verde, a APA do Engenho Uchôa é um dos últimos resquícios de Mata Atlântica em plena zona sul do Recife, numa área que já vem sendo assediada pela especulação imobiliária. Mesmo situada em bairros de classe média baixa, a área de preservação é tida como economicamente estratégica, pois ainda é pouco adensada, entrecortada por duas grandes vias de acesso (a BR-101 e a Avenida Recife) e relativamente próxima a bairros mais nobres da cidade.
Há 30 anos um movimento formado por moradores do entorno do engenho luta transformação de toda a região em um parque ecológico livre de degradação. Integrante da coordenação do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchôa, Luci Machado avaliou como positiva a tentativa dos vereadores do Recife de proibição da construção da usina no engenho, mas ressalta que isso não significa a garantia de proteção ambiental da região.
Ela lembra que a legislação ambiental em vigor ainda possui brechas que permitiriam a construção de outros empreendimentos em alguns pontos da APA. "A gente não está livre disso ainda. A lei deixa essas brechas. Acho um contra-senso a Prefeitura querer implantar essa usina lá, uma vez que o prefeito anterior (João Paulo), que é do mesmo partido do atual, sempre apoiou a nossa causa desde quando ele era deputado", criticou Luci Machado. O movimento já conseguiu colher dez mil assinaturas, promoveu várias audiências públicas e luta para marcar uma reunião com o prefeito João da Costa.
O Consórcio Recife Energia, vencedor da licitação da Prefeitura para contrução da usina e exploração do lixo produzido no Recife, vai operar durante vinte anos. O projeto está em fase de licenciamento ambiental. As obras devem durar dois anos. A usina de tratamento de lixo e de geração de energia deve funcionar a partir do final de 2011 e os investimentos bancados pela iniciativa privada devem chegar a R$ 250 milhões em dois anos. A prefeitura pagará cerca de R$ 28,90 por cada tonelada tratada. O consórcio é formado pelas empresas Qualix (51%), Serquipe(5%) e Kogernergy (44%).
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Reunião Ordinária
C o n v i t e
O Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa convida para participar da reunião ordinária.
Pauta: encaminhamento da luta contra a instalação de uma usina para tratamento de lixo.
Data: 07/12/2009 (segunda-feira)
Hora: 19h
Local: Escola Presidente Humberto Castello Branco, Av. Dr. José Rufino, 2.993 - Tejipio – Reccife/PE. – Tel. 3252.9941 / 3181.2956
Contatos: Luci Machado 3251.2628 / 8637.1747
José Semente 3455.1721 / 3076.1664
Arlindo Lima 3251.1265
Jacilda Nascimento 3251.3830 / 9965.0916
Patricia Maria 9183.9762
Augusto Semente 3469.0598 / 9258.7195
Usina de Lixo Não! Parque Sim!
O Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa convida para participar da reunião ordinária.
Pauta: encaminhamento da luta contra a instalação de uma usina para tratamento de lixo.
Data: 07/12/2009 (segunda-feira)
Hora: 19h
Local: Escola Presidente Humberto Castello Branco, Av. Dr. José Rufino, 2.993 - Tejipio – Reccife/PE. – Tel. 3252.9941 / 3181.2956
Contatos: Luci Machado 3251.2628 / 8637.1747
José Semente 3455.1721 / 3076.1664
Arlindo Lima 3251.1265
Jacilda Nascimento 3251.3830 / 9965.0916
Patricia Maria 9183.9762
Augusto Semente 3469.0598 / 9258.7195
Usina de Lixo Não! Parque Sim!
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Movimento Solicita audiência ao Prefeito João da Costa
Ofício 020/2009 Recife, 29 de novembro de 2009
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que será realizada em dezembro, em Copenhague é motivada pela preocupação do mundo inteiro, que já sente os efeitos do aquecimento global.
Como atenuar essas mudanças que põem em risco cidades e países do mundo inteiro?
Desenvolvimento sustentável deverá ser responsabilidade e compromisso de todos.
O Recife possui diminutas áreas verdes, comparado a outras cidades do mundo. Essas áreas não deveriam ser alvo de especulação econômica!
A preservação da Mata do Engenho Uchoa se deve a luta do Movimento que há 30 anos tem combatido propostas de investimentos, na área, que prejudicariam o Meio Ambiente e a qualidade de vida da população da Cidade.
Solicitamos, portanto, ao senhor João da Costa, Prefeito da Cidade uma audiência para tratarmos de assuntos relativos a preservação da Mata do Engenho Uchoa.
Atenciosamente:
_________________
Luci Machado
_________________
José Semente
_________________
Jacilda Nascimento
_________________
Augusto Semente
_________________
Arlindo Lima
Exmo. Sr.
João da Costa Bezerra Filho
Prefeito da Cidade do Recife
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que será realizada em dezembro, em Copenhague é motivada pela preocupação do mundo inteiro, que já sente os efeitos do aquecimento global.
Como atenuar essas mudanças que põem em risco cidades e países do mundo inteiro?
Desenvolvimento sustentável deverá ser responsabilidade e compromisso de todos.
O Recife possui diminutas áreas verdes, comparado a outras cidades do mundo. Essas áreas não deveriam ser alvo de especulação econômica!
A preservação da Mata do Engenho Uchoa se deve a luta do Movimento que há 30 anos tem combatido propostas de investimentos, na área, que prejudicariam o Meio Ambiente e a qualidade de vida da população da Cidade.
Solicitamos, portanto, ao senhor João da Costa, Prefeito da Cidade uma audiência para tratarmos de assuntos relativos a preservação da Mata do Engenho Uchoa.
Atenciosamente:
_________________
Luci Machado
_________________
José Semente
_________________
Jacilda Nascimento
_________________
Augusto Semente
_________________
Arlindo Lima
Exmo. Sr.
João da Costa Bezerra Filho
Prefeito da Cidade do Recife